A guitarrista brasileira, que abandonou recentemente aos CRYPTA, brilhou ao lado dos icónicos TOOL na interpretação de «Jambi».
O Lollapalooza Brasil decorreu no passado fim de semana e a noite de ontem, Domingo, 30 de Março, ficou marcada por um momento inesperado e memorável: Jéssica Di Falchi, ex-guitarrista das CRYPTA, juntou-se em palco aos TOOL para uma participação especial na canção «Jambi». Sendo que a banda liderada por Maynard James Keenan mantém inalterada a tradição de apresentações meticulosas e de pouca ou nenhuma interacção com o público, a colaboração com a guitarrista brasileira tornou-se ainda mais surpreendente.
A performance, registada em vídeo de forma profissional, revela a guitarrista brasileira a assumir um solo impressionante no tema originalmente incluído no álbum «10,000 Days», de 2006. O momento acontece por volta dos 11 minutos e 22 segundos da gravação disponível, com a câmara a captar o espectáculo de uma perspectiva bastante ampla — pedido habitual dos TOOL, que evitam filmagens próximas durante os seus concertos.
No geral, o alinhamento do concerto reflectiu toda a força e a profundidade do repertório do quarteto californiano, abrindo com a hipnótica «Fear Inoculum» antes do quarteto receber Di Falchi para «Jambi». A seguir, ouviram-se «Stinkfist» e «Rosetta Stoned», que incendiaram a plateia, e a intensidade de uma composição mais recente como «Pneuma» trouxe uma dose de peso contemplativo ao espectáculo.
A viagem sonora continuou com «Parabol» e «Parabola», e a icónica «Schism», um dos pontos mais altos das actuações da banda. Já na recta final, os TOOL elevaram ainda um pouco mais os níveis de energia com uma interpretação irrepreensível da visceral «Ænema» e, depois, fecharam a noite com a atmosférica «Flood».
Com o final da sua mais recente digressão, os TOOL preparam-se para o seu próximo grande passo: um registo de originais. Numa entrevista recente ao Summa Inferno, o baixista Justin Chancellor revelou que os músicos vão dedicar três meses ao processo de composição assim que regressarem a casa e que têm em mãos uma série de material inédito. Segundo Chancellor, a banda tem acumulado ideias ao longo dos últimos tempos, sendo que agora será necessário passarem por um processo estruturado de selecção do que vão (ou não) gravar.
“Já temos andado a partilhar muitas ideias uns com os outros, mas quando voltarmos a casa depois desta digressão vamos dedicar os próximos três meses a organizá-las em estúdio”, revelou o baixista dos TOOL. “Há muitas etapas nesse processo… Quando tens boas ideias, guardas ou memorizas, mas o mais difícil é o momento em que nos juntamos para decidir como tudo vai acabar. Essa parte torna-se quase matemática, como se estivéssemos numa sala de aula com um quadro cheio de números.” A banda, conhecida pela sua minúcia na produção, não estabeleceu uma previsão concreta para o lançamento do sucessor de «Fear Inoculum», de 2019, mas os próximos meses serão determinantes para definir o rumo a seguir.
