O processo liderado por Stas Rusek ainda está em fase de investigação, e resta agora saber se a alegação de que os concertos dos TOOL não foram “únicos” será suficiente para levar o caso a tribunal.
Os TOOL podem enfrentar um processo judicial após as suas actuações no festival Live In The Sand, que decorreu no passado fim de semana em Punta Cana, na República Dominicana. Um grupo de fãs, liderado pelo advogado Stas Rusek, está a organizar uma potencial acção judicial coletiva contra a banda de MJK, acusando os músicos de não cumprirem a promessa de apresentar “dois alinhamentos únicos” ao longo dos dois concertos que deram no evento.
Como noticiado anteriormente, o festival, que teve lugar de 7 a 9 de Março, contou com dois concertos dos TOOL — um na sexta-feira, dia 7 de Março, e outro no Sábado, 8 de Março. No entanto, o segundo concerto foi recebido com desagrado por parte dos fãs, que expressaram o seu descontentamento com apupos e gestos de desagrado, após a banda de Los Angeles ter repetido vários temas da noite anterior. Este comportamento contrastou com as expectativas criadas pela banda, que tinha prometido dois sets distintos para o festival.
O descontentamento foi suficiente para motivar Stas Rusek, um advogado e fã de longa data dos TOOL — tendo-os visto ao vivo mais de 25 vezes — a considerar uma acção legal colectiva contra o grupo. Em declarações à Vulture, Rusek revelou que cerca de 100 pessoas já aderiram ao processo, acrescentando que espera que “mais algumas dezenas” de fãs se juntem nas próximas semanas.
Em declarações à Metal Hammer, Rusek detalhou o que o levou a tomar esta iniciativa: “A potencial acção contra os promotores do Live In the Sand está, de facto, a ser investigada. Temos recebido muito interesse de fãs dos Tool que estiveram no festival, uma categoria à qual também pertenço. Estes foram os meus 27.º e 28.º concertos dos Tool que vi na vida. Havia uma sensação palpável de traição no ar quando o segundo espectáculo começou, e essa sensação permaneceu durante o resto do fim de semana.
O que está em causa é que foram prometidos ‘dois sets únicos’ dos Tool aos compradores de ingressos para o festival. Enquanto os comentários sobre este assunto discutem o que significa ‘único’, a realidade é que a oportunidade de assistir a dois concertos sem repetições foi o factor determinante para a maioria dos fãs gastarem milhares de dólares para comparecer ao evento. A maioria dos fãs dos Tool, como eu, já viram múltiplos concertos na mesma digressão e sabemos que, devido à natureza complexa e espectacular das suas actuações, a repetição de músicas é inevitável. Contudo, isso não foi o que os fãs do festival foram levados a acreditar que aconteceria desta vez.”
A controvérsia gira em torno da interpretação da palavra “único”. Durante o segundo concerto, os TOOL repetiram quatro das nove músicas que tinham tocado na primeira noite. Embora, tecnicamente, não se trate de um alinhamento exactamente igual, essa repetição foi suficiente para causar frustração entre os fãs que esperavam uma experiência inteiramente distinta. Para complicar o cenário legal, o festival não se limitou apenas às atuações de TOOL. O evento de três dias contou também com concertos de Mastodon, Coheed And Cambria e Primus, entre outros, para além da estadia num resort de luxo.
TOOAssim, a defesa da banda poderá argumentar que os fãs tiveram acesso a uma experiência musical e recreativa mais ampla, o que poderá dificultar o sucesso de um processo judicial baseado apenas na repetição de algumas músicas. Apesar da polémica, TOOL prosseguiram com a sua digressão, tendo actuado em Monterrey, no México, a 12 de Março, com um alinhamento de doze músicas que incluiu temas de todos os seus cinco álbuns de estúdio.
