Os germânicos RAGE regressaram por fim a Portugal e não deixaram créditos por mãos alheias no RCA Club, em Lisboa.
O pico do sucesso dos RAGE já passou há algum tempo, mas a determinação, resiliência e paixão do baixista e vocalista Peter “Peavy” Wagner permanece bastante forte. Reduzidos a formato trio, pelo menos para esta digressão ibérica, os músicos mostraram-se em boa forma e esta foi uma excelente desculpa para voltarem às raízes do seu power/speed metal.
A actuação começou ao som do mais recente «Resurrection Day», logo seguido por uma viagem ao passado; primeiro ao álbum «Soundchaser», de 2003, com o tema «Great Old Ones» e, depois, ao «Trapped!», de 1992, com a gema «Solitary Man». “Peavy” surgiu muito bem acompanhado pelo baterista – e também vocalista dos Tri State Corner – Vassilios “Lucky” Maniatopoulos e por Jean Bormann na guitarra, que se mostrou absolutamente incansável, a andar de um lado para outro do palco ou num furioso headbanging.
Do álbum «The Missing Link», de 1993, foram tocados os temas «Nevermore» e «Refuge», sendo que, pelo meio, ainda surgiu também a lembrança «Let Them Rest In Peace»,do disco «Wings Of Rage». Apoiados por um bom som e a tocar para um público presente bem conhecedor do fundo de catálogo, o trio ainda assinou passagens por temas como «Shadow Out Of Time», «Back In Time» ou «End Of All Days» e, para a recta final, ficaram guardados os clássicos «Don’t Fear The Winter», do álbum «Perfect Man» de 1988, e «Higher Than The Sky», que deu por terminada a actuação com o público a entoar o refrão em uníssono.
Antes da muito aguardada actuação dos RAGE, subiram ao palco os nuestros hermanos DARK EMBRACE, naquela que foi a sua terceira passagem por Portugal este ano. Com grande foco no mais recente registo de estúdio, intitulado «Dark Heavy Metal», com passagens por temas como «Metal Is Religion» ou o tema-título, tivemos direito aos dois guitarristas a deslocarem-se para junto do público, onde estiveram a tocar e até fizeram um circle pit, animando as hostes presentes.
Os TRI STATE CORNER, por seu lado, abriram a noite com o seu metal mais alternativo em que juntam o som distinto do instrumento tradicional grego bouzouki, mas com temas bastante orelhudos, como foi o caso de «Daydreamer», que inspirouum sing along por parte do público. Foi uma boa forma de começar a noite, que se revelou bastante positiva, apesar das “desculpas” de ter sido um concerto a meio da semana e em noite de futebol da Champions League.