Metidos na máquina do tempo de volta a 1995, um momento de nostalgia e celebração do legado PARADISE LOST no lendário festival norte-americano.
Foi como uma viagem no tempo até 1995. Os PARADISE LOST subiram ao palco do Maryland Deathfest para tocar, do início ao fim, o icónico «Draconian Times», num espetáculo que deixou os fãs extasiados e arrepiados de emoção. O concerto decorreu durante o passado fim de semana, transformando o festival norte-americano num santuário para todos os amantes de metal gótico e doom melódico.
Graças ao dedicado utilizador do YouTube RichardMetalFan, o concerto completo foi registado em vídeo e já circula na internet, permitindo que fãs de todo o mundo possam reviver (ou descobrir) este momento histórico. Desde o arranque com «Enchantment» até ao final apoteótico com «Jaded», cada canção foi tocada com uma fidelidade impressionante ao espírito original do LP, embora sem perder a maturidade e o peso adquiridos ao longo de quase três décadas de estrada.
Para quem não teve oportunidade de estar presente, o vídeo disponível em baixo é um bom testemunho desta noite memorável, oferecendo a possibilidade de testemunhar, ainda que à distância, toda a magia e força de um dos álbuns mais emblemáticos da história do metal. De resto, se alguma vez houve dúvidas relativamente o poder intemporal do «Draconian Times», esta actuação dos PARADISE LOST dissipou-as de vez.
A escolha de tocar o LP na íntegra reflete não só o estatuto lendário de «Draconian Times», mas também o profundo vínculo que a banda britânica tem mantido com o seu público. Ao longo do espectáculo, Nick Holmes interagiu com a plateia, partilhando memórias e piadas entre as canções, enquanto o guitarrista Greg Mackintosh — de guitarra em punho — evocava os solos e riffs que definiram a sonoridade da banda.
Lançado originalmente em 1995, o «Draconian Times» é frequentemente apontado como a obra-prima dos PARADISE LOST, que ajudou a definir o som melancólico e atmosférico que marcaria o género para as décadas seguintes. Desde os riffs marcantes de Greg Mackintosh até à voz melancólica e poderosa de Nick Holmes, cada faixa do disco carrega uma aura sombria e, ao mesmo tempo, majestosa, que ressoou profundamente com o público.
Recorde-se que, esta semana, os PARADISE LOST anunciaram a separação do baterista Guido Zima, que integrava a formação desde 2023. Zima tinha entrado na banda após a saída de Waltteri Väyrynen, que se juntou aos suecos OPETH, e passou a fazer parte da engrenagem ao vivo da icónica formação de Halifax muito rapidamente. No entanto, esta colaboração revelou-se de curta duração, com o músico a ser substituído por um regressado Jeff Singer.
Num comunicado breve e diplomático, os PARADISE LOST explicaram: “Tomámos a difícil decisão criativa de seguir um caminho diferente do nosso baterista, o Guido Zima. Agradecemos-lhe as suas contribuições para a banda e desejamos-lhe tudo de bom nos seus projectos futuros. Agradecemos o vosso contínuo apoio e compreensão, e estamos ansiosos por esta nova etapa da banda.”
Apesar da mudança inesperada, os planos anunciados para os próximos meses seguem a todo o vapor. Recentemente, os PARADISE LOST anunciaram uma digressão europeia onde serão acompanhados pelos Messa, High Parasite e Lacrimas Profundere, depois de passarem pelos Estados Unidos numa mini-tour intitulada The Devil Embraced, que decorre em Maio entre as actuações nos festivais Milwaukee Metal Fest e Maryland Deathfest.
Enquanto isso, os fãs têm mais uma razão para manterem a atenção voltada para a banda: o sucessor de «Obsidian», de 2020, já está gravado. A confirmação veio directamente do guitarrista Aaron Aedy, que falou recentemente com o canal Alejandrosis sobre o estado do novo disco. “Ainda não está totalmente misturado, mas já está gravado”, disse ele. Questionado sobre o som do novo registo, o músico preferiu manter o suspense. “Não vou falar mais sobre isso. É como abrir os presentes antes do Natal. Não quero falar muito sobre o novo álbum ainda, prefiro esperar para ver como soa quando estiver misturado. Está quase pronto, mas ainda não totalmente.”
Esta fase de transição representa tanto um desafio como uma oportunidade para uma banda que, com mais de três décadas de carreira, continua a renovar-se sem trair as suas raízes. Com um novo álbum no horizonte e uma agenda de espectáculos intensa, os PARADISE LOST voltam a provar que o seu nome continua a ser sinónimo de resiliência e reinvenção no panorama do metal europeu.