A encerrar a digressão europeia, o regresso de MARILYN MANSON a Lisboa, para uma actuação única no Sagres Campo Pequeno, promete uma noite histórica para os fãs portugueses.
Lisboa, Campo Pequeno, 30 de Novembro. Uma cidade, um local e uma data que já ficaram cravados na memória dos fãs portugueses de MARILYN MANSON. O espectáculo anunciado para o Campo Pequeno encontra-se oficialmente esgotado, confirmando não só a força da base de seguidores nacionais do artista, como também a expectativa em torno do seu regresso aos palcos — e, em particular, a Lisboa.
Depois de um período de ausência e de alguma controvérsia pública, MARILYN MANSON ressurgiu em 2024 com o 12.º álbum de estúdio, «One Assassination Under God – Chapter 1», lançado pela Nuclear Blast Records. A nova digressão mundial, com o mesmo título, assinala a sua primeira grande tour a nível internacional desde esse regresso, e o espectáculo em Portugal marca o final simbólico da perna europeia da segunda fase da digressão.
Com passagem por grandes arenas como a OVO Arena Wembley, em Londres, o Zenith, em Paris, e a Max-Schmeling-Halle, em Berlim, a escolha de Lisboa como cidade de encerramento da etapa europeia parece tudo menos casual. O público português tem demonstrado, ao longo das décadas, uma ligação visceral ao trabalho de MARILYN MANSON, acolhendo-o em diferentes fases da carreira, seja no auge do impacto nos 90s com álbuns como «Antichrist Superstar» ou «Mechanical Animals», seja em momentos mais experimentais e introspectivos.
O concerto no Campo Pequeno, além de esgotado, será inevitavelmente carregado de simbolismo. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, MARILYN MANSON tem sido um dos nomes mais provocadores da história do rock contemporâneo. Combinando um som abrasivo e letras inquietantes com uma estética teatral marcada pela crítica social, religiosa e política, o músico construiu um universo onde arte e provocação se fundem, desafiando os limites do aceitável e do previsível.
Para esta nova digressão, o artista norte-americano prepara um concerto que conjuga os seus clássicos mais reconhecidos com o material recente de «One Assassination Under God – Chapter 1», um disco que mergulha a fundo nas tensões da sociedade actual, explorando o caos político, a manipulação mediática e os fantasmas da fé institucionalizada. É, nas palavras do próprio Manson em entrevistas recentes, “um álbum sobre o julgamento e o sacrifício — sobre a maneira como nos tornamos cúmplices dos deuses que inventamos para justificar o mal que fazemos.”
Temas como «The Beautiful People», «Disposable Teens», «Tourniquet» ou «This Is the New Shit» são esperados no alinhamento, numa ponte entre o passado iconoclasta e o presente renascido. Ao mesmo tempo, canções mais recentes como «God’s Gonna Cut You Down» ou «Assassination Season» revelam um MARILYN MANSON mais contido, mas não menos incisivo, onde a maturidade da idade não dilui o impacto artístico — antes o refina.
A produção promete elevar ainda mais a experiência, com recurso a projeções visuais, iluminação muito coreografada e encenações que fazem jus à reputação do artista como mestre do espectáculo ao vivo. O Campo Pequeno, espaço de história e intimidade, ganha assim contornos de catedral profana para uma noite que promete ficar na memória colectiva dos presentes.
Em suma, este será um regresso muito aguardado de uma figura que, apesar da polémica e dos períodos de afastamento, continua a ocupar um lugar único no panorama da música mais pesada. Entre os que o idolatram e os que o detestam, poucos lhe são indiferentes — e foi precisamente essa polarização que sempre alimentou o seu magnetismo. MARILYN MANSON regressa a Lisboa para fechar um capítulo — e, quem sabe, para abrir outro. O certo é que, no dia 30 de Novembro, o Campo Pequeno será palco de uma cerimónia em que o rock volta a ser ritual.
















