Do Brasil para os SLIPKNOT: ELOY CASAGRANDE conta como realizou o sonho de uma vida.
Para o baterista brasileiro ELOY CASAGRANDE, estar nos SLIPKNOT não só o culminar de um sonho, mas também a continuação de um percurso marcado por muita dedicação, talento e uma ligação inabalável à música. Num género que exige tanta técnica quanto paixão, Eloy tem mostrado estar à altura de qualquer desafio, enquanto mantém o respeito e o apoio pelos que seguem o mesmo percurso.
Numa entrevista recente, publicada à edição de Janeiro de 2025 da revista Modern Drummer, Casagrande abriu o coração sobre a sua transição para a banda norte-americana e as complexidades de ter encerrado uma era com os SEPULTURA, banda que integrou durante mais de uma década. Além disso, teceu elogios a Greyson Nekrutman, o seu sucessor na banda brasileira.
Eloy, que ingressou nos SEPULTURA em 2011 com apenas 20 anos, comentou com empatia a chegada de Nekrutman, que assumiu a bateria da banda em circunstâncias similares. “Quando vejo o Greyson a tocar, lembro-me de mim mesmo naquela posição. Ele tem a mesma idade que eu tinha quando entrei na banda. É fascinante,” começou por afirmar Eloy, cuja admiração pelo seu sucessor é evidente. “Ele é um baterista brilhante. Acompanhei os vídeos que ele publicava nas redes sociais, especialmente os de jazz e solos de bateria. É um músico extraordinário e desejo-lhe tudo de bom, assim como ao resto da banda.“
“O Greyson esteve no meu estúdio em São Paulo antes ainda de começar a tocar com a banda“, diz Eloy ao revelar que ainda que teve oportunidade de ajudar o jovem baterista a preparar-se para a exigente tarefa de tocar o repertório dos SEPULTURA. “Conversámos bastante os dois, e dei-lhe algumas dicas sobre certos temas. Como é óbvio, não estava lá para o ensinar a tocar fosse o que fosse — ele pode tocar o que quiser… No entanto, quis partilhar alguns pormenores técnicos que podiam facilitar o trabalho dele.“
Como é já do conhecimento geral, o ano de 2023 marcou uma grande viragem para ELOY CASAGRANDE. Com o anúncio do fim da carreira dos SEPULTURA, surgiu a oportunidade de integrar os SLIPKNOT, hoje um dos gigantes do metal mundial. “Recebi o convite no final de 2023 através do manager deles. Queriam que fizesse uma audição. Foi uma decisão natural para mim, dado o contexto de encerramento da carreira dos SEPULTURA. Não queria parar de tocar.“
O processo foi, segundo o músico, conduzido com o máximo sigilo. “Nem os SEPULTURA sabiam. Foi uma decisão minha, mantida em segredo até tudo estar alinhado,” explicou Casagrande. “Gravei seis temas no meu estúdio em São Paulo e enviei-os para os SLIPKNOT. Eles pediram que tocasse três canções específicas: «Eyeless», «Purity» e «Gematria». Em Janeiro de 2024, viajei para Palm Springs, na Califórnia, onde passei dez dias com a banda. Durante cinco dias, ensaiámos como se estivéssemos num espectáculo ao vivo, com alinhamentos diferentes a cada dia.“
Quase um ano depois, ELOY CASAGRANDE descreve a emoção de subir ao palco com os SLIPKNOT pela primeira vez: “Ao longo dos anos, toquei muitas vezes com os SLIPKNOT. Partilhámos palcos quando tocava nos SEPULTURA, e esse era o lugar onde sempre quis estar. Cresci a ouvir a música deles, por isso queria ter a experiência de tocar ao vivo com eles, a experiência de tocar com uma máscara na cara. O meu primeiro concerto com a banda foi surreal. Cresci a ouvir a música deles e, de repente, estava ali, a tocar com uma máscara no rosto. Pensei: ‘Isto está mesmo a acontecer’.”
O talento de ELOY CASAGRANDE foi recentemente reconhecido pelos leitores da Modern Drummer, que o elegeram como “o melhor baterista de metal de 2024”. Jay Weinberg, o seu antecessor nos SLIPKNOT, seguiu um novo caminho ao juntar-se aos SUICIDAL TENDENCIES e INFECTIOUS GROOVES, depois de um afastamento que descreveu como “doloroso e inesperado.“