ELECTRIC WIZARD

ELECTRIC WIZARD anunciam novo álbum para 2025 — e pode ser o último

Mantendo o mistério e a expectativa no ar, para Jus Oborn e companhia, o foco está claro: criar um disco memorável, pesado e digno do nome ELECTRIC WIZARD.

Depois de um longo hiato, os doomsters ELECTRIC WIZARD estão prestes a lançar o seu primeiro álbum de estúdio em quase oito anos. A banda britânica, conhecida pelos seus riffs monumentais e atmosferas pesadas, confirmou que o sucessor de «Wizard Bloody Wizard», de 2017, chegará ao público ainda este ano. A novidade foi revelada por Jus Oborn, guitarrista, vocalista e principal força criativa do grupo, numa entrevista recente à revista It’s Psychedelic Baby Magazine.

Além de anunciar o novo longa-duração, Oborn deixou claro que a banda está a dedicar-se inteiramente à qualidade e não à quantidade de música que edita, sugerindo que este pode bem ser um dos últimos capítulos da carreira discográfica dos ELECTRIC WIZARD. “Bem, na verdade, temos um novo álbum a sair no próximo ano”, começou por dizer o músico. “Este disco ao vivo [«Black Magic Rituals & Perversions Vol. 1», lançado em Dezembro de 2024] foi apenas uma ‘oferenda’, um ‘presente’… talvez até tenha sido uma obrigação contratual, enquanto esperavam pacientemente pelas nossas novas gravações“.

Para ser muito sincero, não me vejo a fazer mais do que um álbumn, por isso estamos a garantir que este vai ser incrivelmente bom. E incrivelmente pesado“, concluiu o músico, deixando no ar um enorme, e algo inesperado, ponto de interrogação relativamente ao futuro da banda. Embora os detalhes sobre o álbum sejam escassos, as declarações de Oborn apontam para possíveis influências e direcções sonoras. Durante a entrevista, o músico revelou que, nos últimos anos, mergulhou profundamente na cena krautrock mais pesada, citando bandas como Jeronimo, Birth Control, Asterix e Silberbart. No entanto, garantiu que a essência do som dos ELECTRIC WIZARD permanecerá fiel às suas raízes.

Desde a pandemia, ando obcecado em redescobrir e explorar coisas novas”, revelou ele. “Hoje em dia, ando a ouvir muito krautrock. Adoro os Jeronimo, os Birth Control, os Asterix, os Silberbart, Wind e Scorpionse sim, principalmente ouço as coisas pesadas, apoiadas essencialmente nas guitarras. Não sou fã das coisas espaciais e hippies, excepto os Amon Düül II. Eles são verdadeiramente diabólicos e estranhos. Portanto, os meus gostos nunca se afastam muito do heavy metal dos anos 70, na verdade; com algum black metal ou ELP, mas só ocasionalmente.

No dia 13 de Dezembro de 2024, ELECTRIC WIZARD lançaram «Black Magic Rituals And Perversions Vol. 1», um novo álbum ao vivo gravado em 2020, durante os meses de confinamento, numa altura de enorme incerteza para o mundo da música. Captado numa máquina analógica de 16 pistas, o disco transporta os ouvintes para a intensidade crua das sessões de ensaio da banda, num contexto em que o regresso aos palcos “parecia um sonho distante“, segundo explicam os músicos.

Em declarações sobre o álbumJus Oborn, vocalista, guitarrista e timoneiro da banda britânica, descreve a gravação como “crua até ao osso”. Diz ele: “Parece uma daquelas demos de black metal dos 70s, como se fosse uma sessão de ensaio perdida no tempo. É bruto, muito sujo, gritado na tua cara. Sempre disse que os Electric Wizard são como ratos a guinchar na tua cara; este disco está quase lá”.

A atmosfera do álbum reflete o espírito de uma banda que, após anos de intensas digressões, encontrou no estúdio uma forma de canalizar a energia acumulada. “Nessa altura, tínhamos andado em digressão durante dois anos, cruzámos os Estados Unidos três vezes e tocámos no Japão e na Austrália. Estávamos a soar mesmo bem no final disso tudo,” recorda Oborn. “Quando a pandemia chegou, pensámos: ‘Que se lixe, talvez nunca mais toquemos ao vivo.’ Foi aí que decidimos entrar na sala de ensaios e gravar as músicas para captar o som da banda naquele momento.” A edição do álbum em LP-duplo está disponível aqui.

Desde a sua criação em 1993, o ELECTRIC WIZARD tornaram-se uma referência incontornável do doom metal, influenciando gerações de músicos com a sua abordagem densa, pesada e psicadélica. Clássicos tão venerados como «Come My Fanatics…» ou «Dopethrone», editados 1997 e 2000, respectivamente, são considerados verdadeiros pilares da tendência, e, aqui deste lado, aguardamos com expectativa se o novo álbum conseguirá estar à altura deste legado imponente.