DARKTHRONE

DARKTHRONE: Nocturno Culto fala sobre os anos 70, os Metallica e tocar ao vivo

Numa entrevista conduzida por Jonathan Horsley, o vocalista e guitarrista dos DARKTHRONE, Ted “Nocturno Culto” Skjellum, abordou alguns assuntos pouco comuns ou debatidos nas conversas com os “pais” do black metal norueguês.

De todas as bandas de black metal da segunda vaga a surgir na Noruega durante o início dos anos 90, só algumas alcançaram o mesmo status e reconhecimento internacional que os DARKTHRONE. Ao contrário da maioria dos seus pares, entre 1992 e 1994, o projecto liderado por Fenriz recusou-se a desviar da sua fórmula directa e selvagem, deixando para os outros a evolução do género em direcções mais ecléticas e os álbuns «A Blaze in the Northern Sky»«Under a Funeral Moon» e «Transilvanian Hunger» são hoje considerados clássicos incontornáveis do género. 

Após adoptarem a designação DARKTHRONE em 1987, Fenriz, o vocalista/guitarrista Nocturno Culto, o guitarrista Zephyrous e o baixista Dag Nilsen tocavam death metal. Com base em Kolbotn, um subúrbio de Oslo, o grupo gravou quatro demosnos dois anos seguintes e, eventualmente, assina com a Peaceville Records, que lançou o «Soulside Journey», um petardo de death metal obscuro, em 1991. No entanto, a sonoridade explorada pelo quarteto era muito similar aos grupos suecos dominantes na época, e estava em clara oposição com a pequena, mas dedicada, comunidade underground que começava a consolidar-se ao redor da infame loja de discos Helvete, em Oslo. 

Foi aí que foram plantadas as sementes para o chamado Inner Circle do black metal norueguês e que os elementos dos DARKTHRONE caíram sob o irresistível feitiço maligno do extremismo de Euronymous e, repentinamente, viraram as costas ao death metal para sempre. O que seguiu é, como se costuma dizer, história, com a Peaceville a ser apanhada totalmente desprevenida pela violência inexplicavelmente crua de «A Blaze In The Northern Sky» e «Under a Funeral Moon», de 1992 e 1993, respectivamente.

Nocturno Culto sobre os seus guitarristas favoritos:
Claro que ouço metal, mas estou preso nos anos 70. Os blues não são o meu género favorito mas, quando se trata de guitarristas, sou um grande fã dos ZZ Top dos anos 70. Mas, mesmo pelo que fez nos últimos vinte anos, o Billy Gibbons está definitivamente entre os meus guitarristas favoritos. Ele é incrível e isso é, provavelmente, algo a que poderia chamar blues rock. Não tenho guitarristas favoritos no metal, porque… Não ouço assim tanto metal“.

Nocturno Culto sobre a tecnologia na música:
A tecnologia abriu o caminho para que mais música e e mais bandas tivessem alcance. Acho que isso é algo bom, mas o que eu quero do som em qualquer álbum é personalidade. Vamos pegar uma banda grande como os METALLICA… Gostava que que eles gravassem com o nosso equipamento. O que fariam para se expressar através daquele equipamento?
Isso seria algo interessante.

Nocturno Culto sobre tocar ao vivo:
Há uma grande diferença entre fazer música e criar um álbum e tocar ao vivo, que é algo que nós não fazemos. Ao tocar ao vivo, a pessoa começa a sentir que está a fazer parte de algum tipo de negócio do entretenimento. E eu não sinto falta disso. É lógico que me vejo como uma guitarrista, por isso gostei de estar em digressão com os SATYRICON. E sei que tenho feito vozes nos álbuns dos DARKTHRONE, mas basicamente sou um guitarrista. Tocar ao vivo e cantar? É muito incómodo. Não gosto de o fazer. Se pudesse apenas tocar guitarra, estaria feliz!

Nocturno Culto sobre Fenriz:
Eu e ele estamos juntos nos DARKTHRONE há mais de trinta anos. Se fossemos fazer grandes digressões e coisas desse tipo, acho que provavelmente nos iríamos odiar um ao outro. Não é difícil perceber isso. Não, nós não vivemos na mesma cidade. Não o vejo há mais ou menos um ano, mas mantemos o contacto.