Meses antes da sua morte, o cantor dos ALICE IN CHAINS parecia bem consciente do seu destino.
LAYNE STALEY, o lendário vocalista dos ALICE IN CHAINS, lidou com a dependência de drogas durante boa parte do seu período como vocalista da famosa banda de Seattle e, a 29 de Outubro de 1996, a sua situação acabou por piorar consideravelmente quando a sua namorada, Demri Lara Parrott, faleceu na sequência de uma overdose.
O cantor tornou-se recluso, o que fez com que os ALICE IN CHAINS entrassem em hiato, com Layne a afundar-se na dependência química que, a 5 de Abril de 2002, o levaria à morte com apenas 34 anos. Uns meses antes, a jornalista argentina Adriana Rubio conversou com o cantor norte-americano, que parecia saber que a sua vida estava a chegar ao fim.
Na entrevista feita por Rubio, e transcrita pelo site Far Out Magazine, o cantor mostrou que, meses antes da sua morte, parecia bem consciente do seu destino. “Eu sei que estou a morrer. Não estou bem“, disse Layne.“Esta merda da dependência de drogas é como a insulina de que um diabético precisa para sobreviver. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não estou a usar drogas para ficar ‘mocado’. E sim, eu sei que cometi um grande erro quando comecei a usar esta merda. É muito difícil explicar“.
Por esta altura, o vício já tinha resultado em problemas de saúde sérios para Layne, que declarou: “O meu fígado não está a funcionar, passo o tempo todo a vomitar e cago-me nas calças. A dor é maior do que alguém pode suportar. É a pior dor do mundo. A abstinência dói no corpo todo“.
O cantor dos ALICE IN CHAINS detalhou então a sua vida familiar e explicou como o seu pai, que via como tendo sido uma má influência na sua vida, também se tinha deixado cair numa espiral descendente provocada pelo abuso de drogas. “Acho que tinha cerca de 20 anos quando a música se transformou na minha única obsessão e era isso que me mantinha à tona. Foi isso que me permitiu permanecer vivo”, confessou Staley.
“Isso deu-me a oportunidade de expurgar toda a minha raiva. Foi terapêutico e funcionou durante algum tempo, até o meu pai ter visto a minha fotografia numa revista. Resultado, quando eu estava a tentar acabar com esse hábito da minha vida, ele apareceu a pedir dinheiro para comprar heroína. Por incrível que possa parecer, ele parou de usar e eu continuo a lutar com esta merda.“
Ainda antes do fim da conversa, o vocalista voltou a insistir que sabia estar “próximo do fim“. “Investi muito, muito dinheiro em tratamentos“, declarou. “Sei que dei o meu melhor ou, pelo menos, que fiz o que achei que seria correcto. Mudei o meu número de telefone… Não quero continuar a ver pessoas e, na verdade, isso não diz respeito a mais ninguém além de mim.
Usei crack e heroína durante uma série anos. Nunca quis acabar com minha vida desta forma, mas também sei que já não tenho grandes hipóteses. Por esta altura, é tarde demais.” A entrevista, publicitada por Adriana como a última realizada pelo frontman dos ALICE IN CHAINS, foi publicada num livro intitulado “Layne Staley: Angry Chair”, lançado pela jornalista em 2003.