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ALICE IN CHAINS: 8 coisas que provavelmente não sabes acerca do LAYNE STALEY

A 22 de Agosto de 1967 nasceu um ícone. Infelizmente, a luz de LAYNE STALEY apagou-se tragicamente apenas 34 anos depois.

LAYNE STALEY era, para o melhor e para o pior, the real deal. Enquanto muitos dos seus companheiros do rock dos anos 90 se contentavam em glorificar o abuso de substâncias e os excessos típicos do género, as palavras do vocalista dos ALICE IN CHAINS sempre vieram de um lugar escuro e assustador, com tanto de dor como de agonia; um lugar diametralmente oposto à libertinagem e abandono imprudente que parecia dominar muitos dos seus pares.

Os fãs, esses, equilibravam-se numa linha muito ténue, elogiando a cada oportunidade o brilhantismo da sua habilidade lírica e, ao mesmo tempo, alimentando a preocupação de que um dos cantores mais proeminentes dos 90s estivesse a cavar a sua própria sepultura. Infelizmente, a morte de LAYNE SIALEY foi, a todos os níveis, tão trágica como a vida.

O músico lidou com a dependência de drogas durante boa parte do seu período como vocalista de uma das mais famosas bandas de Seattle e, a 29 de Outubro de 1996, a situação piorou consideravelmente quando a namorada, Demri Lara Parrott, faleceu na sequência de uma overdose. O cantor dos ALICE IN CHAINS transformou-se num recluso, o que fez com que a banda entrasse em hiato, com Layne a afundar-se na dependência química que, a 5 de Abril de 2002, o levaria à morte com apenas 34 anos.

O corpo de LAYNE STALEY, no entanto, acabaria por só ser descoberto pela polícia umas longas duas semanas depois, no dia 19 do mesmo mês. Por esta altura, esse talvez seja um facto sobejamente conhecido pelo público, mas há outros que nem toda a gente conhece.

Layne Staley e Jerry Cantrell tocaram juntos numa banda de… Funk!

Os ALICE IN CHAINS começaram como um trio, formado pelo guitarrista Jerry Cantrell, pelo baterista Sean Kinney e pelo baixista Mike Starr. Na busca por um vocalista, os três músicos acabaram eventualmente por cruzar-se com um jovem Layne Staley.

No entanto, o cantor, que tinha começado a sua carreira na música como baterista, inicialmente não se mostrou muito interessado em juntar-se à banda. Por muito bizarro que isto possa parecer agora, Layne só aceitou ensaiar com Starr, Kinney e Cantrell sob a condição deste último se juntar à sua banda funk, um projecto chamado 40 YEARS OF HATE, que acabaria por separar-se pouco tempo depois.

Layne Staley improvisou um dos momentos mais memoráveis do icónico «Dirt».

Os primeiros sons vocais ouvidos em «Dirt», o icónico segundo álbum dos ALICE IN CHAINS, são a série de gritos “Ahh!” que dão início ao tema de abertura, «Them Bones». No entanto, apesar da canção ser creditada apenas a Jerry Cantrell, o engenheiro de som do disco, Bryan Carlstrom, diz que Staley não só criou essa parte vocal como também a improvisou naquele momento.

Carlstrom disse ao The Atlantic que o vocalista lhe disse: “Eu, na minha cabeça, ouço uma pequena parte de voz que gostava de manter na música.” O engenheiro colocou então as pistas básicas do tema a tocar nos headphones de Layne, que sincronizou os seus gritos com o riff de guitarra criado por Cantrell.

Há uma razão para o vocalista estar a usar óculos escuros no vídeo-clip de «Rooster».

Jerry Cantrell escreveu o maior sucesso de «Dirt» sobre o seu pai, que serviu em duas missões de combate no Vietname. O vídeo-clip de «Rooster» apresentava o Cantrell Sr., bem como notícias reais do conflicto e cenas de combate reencenadas. Quando se tratou de filmar a apresentação da banda, no entanto, o diretor Mark Pellington teve um problema.

O Layne estava muito pedrado“, lembrou ele no livro “Everybody Loves Our Town”, escrito por Mark Yarm. “Tinha os olhos todos lixados. E estava totalmente fora.” A solução de Pellington? Enfiou-lhe um par de óculos escuros na cara. “Disse-lhe que parecia um badass a usar aqueles óculos e ele deixou-me fazer alguns takes.”

Durante a digressão que os ALICE IN CHAINS fizeram com OZZY, Layne Staley apresentou-se em alguns dos concertos sentado numa cadeira de rodas.

Nos últimos anos, Dave Grohl e Axl Rose deram-se bem a fazer concertos com ossos partidos, mas Layne Staley já tinha feito algo semelhante nos 90s. Logo após o lançamento de «Dirt», o cantor fez várias datas com a sua banda a “abrir” para Ozzy — confinado a uma cadeira de rodas, depois de um acidente com um veículo todo-o-terreno no backstage de um concerto em Oklahoma City.

Não parti o pescoço, por isso não há desculpa para não tocarmos“, argumentou ele numa entrevista na época. De resto, a banda teve uma abordagem bastante descontraída a esse incidente, chegando mesmo a imprimir uma t-shirt oficial da digressão com um raio-X do pé partido de Staley sob o logótipo do grupo.

A sua última actuação com os ALICE IN CHAINS foi a fazer de “banda suporte” aos KISS.

Este é um daqueles detalhes que, analisados friamente, com a prespectiva que só a passagem dos anos nos dá, acaba por ser um bocado assustador. Corria o ano de 1996 quando, depois de Scott Weiland ter entrado numa clínica de reabilitação, os STONE TEMPLE PILOTS foram forçados a abrir mão da oportunidade de actuarem como banda de abertura para uns, na altura, recém-reunidos KISS.

Vai daí, os ALICE IN CHAINS acabaram por tomar o seu lugar e, após o último espectáculo da digressão, Staley sofreu uma overdose de heroína. Mesmo depois de se ter recuperado desse incidente quase fatal, a banda entrou em hiato e esse acabou por ser o último concerto que fez com a sua banda de sempre.

Staley morreu exactamente oito anos depois de Kurt Cobain se ter suicidado.

Em mais uma sincronia assustadora, e parecem ser várias as que aconteceram durante a vida do malogrado cantor norte-americano, embora o corpo de Layne Staley tenha sido encontrado apenas no dia 19 de Abril, a sua morte aconteceu catorze dias antes.

Mais concretamente, resultado de uma overdose ocorrida no dia 5 de Abril 2002, exactamente oito anos depois do vocalista do NIRVANA, Kurt Cobain, se ter suicidado na sua casa em Seattle. O corpo de Layne foi encontrado no seu condomínio, depois da mãe e do padrasto do músico terem ficado alarmados quando o músico deixou de usar a sua conta bancária e terem contactado a polícia.

Uns meses antes de falecer, o cantor já parecia saber que a sua vida estava a chegar ao fim.

Uns meses antes da morte de Staley, a jornalista argentina Adriana Rubio conversou com o cantor, que mostrou estar bem consciente de seu destino. “Eu sei que estou a morrer. Não estou bem“, disse Layne.“Esta merda da dependência de drogas é como a insulina de que um diabético precisa para sobreviver. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não estou a usar drogas para ficar ‘mocado’.

E sim, eu sei que cometi um grande erro quando comecei a usar esta merda. É muito difícil explicar“. Por esta altura, o vício tinha resultado em problemas de saúde sérios para Layne, que declarou: “O meu fígado não está a funcionar, passo o tempo todo a vomitar e cago-me nas calças. A dor é maior do que alguém pode suportar. É a pior dor do mundo. A abstinência dói no corpo todo“.

O malogrado LAYNE STALEY foi uma das principais inspirações para o álbum «Death Magnetic», dos METALLICA.

A vida e a morte de Layne Staley foram uma das principais inspirações por trás do álbum «Death Magnetic», dos METALLICA — e, aparentemente, a banda até tinha uma fotografia do músico pendurada no estúdio durante as sessões de gravação.

Liricamente, este disco começou como uma espécie de homenagem ao Layne Staley e a todos aqueles que se martirizaram em nome do rock and roll. O resto do álbum cresceu e evoluiu a partir daí“, revelou James Hetfield à Guitar World pouco após a edição do disco. Embora o “tributo” de Hetfield a Layne não tenha sido incluído em «Death Magnetic», o tema intitulado «Just A Bullet Away» foi posteriormente lançado no EP «Beyond Magnetic».