Uma viagem ao coração sombrio de Seattle, e dos ALICE IN CHAINS, ganha nova vida com edições raras, material inédito e objectos de colecção.
Três décadas após terem lançado um dos discos mais enigmáticos e intensos do movimento grunge, os ALICE IN CHAINS anunciaram uma reedição de luxo do seu álbum homónimo de 1995, com chegada já agendada para o início de 2026. Conhecido entre os fãs como Tripod — em referência à capa com o cão de três patas —, o disco marcou um ponto decisivo na história da banda e da música alternativa dos anos 90.
A boxset comemorativa promete ser uma verdadeira peça de colecionador. A edição de 30.º aniversário incluirá o álbum original em duplo vinil LP, três singles em formato de sete polegadas, um livro de capa dura, dez impressões artísticas exclusivas, doze cartas de tarot, uma cassete, dois posters dupla face de 24×24″, uma base de gira-discos tipo, uma moeda e até uma bailarina em 3D — numa referência directa ao imaginário visual da banda. O pacote, que pode já ser encomendado através da loja online oficial dos ALICE IN CHAINS, celebra um dos capítulos mais sombrios e icónicos do rock dos anos 90.
Lançado em novembro de 1995, «Alice In Chains» estreou-se directamente no primeiro lugar da Billboard 200 e manteve-se nas tabelas durante quase um ano. O álbum acabou por gerar três singles marcantes — «Grind», «Heaven Beside You» e «Again» — e foi certificado dupla platina pela RIAA, ultrapassando os três milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Mais que um sucesso comercial, foi o último disco de estúdio com Layne Staley, cuja voz angustiada e presença magnética definiram a identidade sonora e emocional dos ALICE IN CHAINS até à sua morte, em 2002.
Com um som denso, carregado de melancolia e guitarras arrastadas, esse disco homónimo consolidou o estatuto dos ALICE IN CHAINS como uma das forças criativas mais singulares do grunge — uma banda que transcendeu o rótulo de Seattle para se afirmar para todo o sempre como símbolo universal da dor e da introspeção humana. A crítica da época dividiu-se, mas o tempo tratou de colocar o LP entre as obras mais complexas e influentes do género, lado a lado com clássicos como «Dirt» e «Facelift».
Desde a estreia com «Facelift», em 1990, certificado tripla platina, ao monumental «Dirt», de 1992, que atingiu a quádrupla platina, até ao histórico EP «Jar of Flies» — o primeiro EP da história a estrear-se em #1 na Billboard 200 —, os ALICE IN CHAINS construíram uma discografia marcada pela profundidade das letras, pelo peso emocional da música e pela química inconfundível entre Layne Staley e Jerry Cantrell.
Após um hiato prolongado e do luto colectivo pela perda de Staley, os ALICE IN CHAINS ressurgiram em 2006 com William DuVall na voz, regressando em plena força com «Black Gives Way To Blue», um álbum descrito como “tão poderoso quanto qualquer coisa que a banda tenha feito”. O regresso não só reafirmou a relevância do grupo no século XXI, como abriu um novo capítulo que viria a ser consolidado com «The Devil Put Dinosaurs Here» e «Rainier Fog» — este último, nomeado para um Grammy na categoria de “Best Rock Album”.
Com mais de 30 milhões de álbuns vendidos, múltiplas nomeações aos Grammy e uma base de fãs que atravessa gerações, os ALICE IN CHAINS mantêm-se como uma das bandas mais respeitadas e influentes do rock contemporâneo. A reedição de luxo de «Alice In Chains» surge, portanto, não apenas como uma celebração nostálgica, mas também como um testemunho do legado artístico de uma banda que soube transformar o desespero em beleza sonora.
Num tempo em que o vinil e o colecionismo ganham novo fôlego, este lançamento oferece aos muitos fãs a oportunidade de revisitarem um dos álbuns mais sombrios e arrebatadores da cena grunge, agora envolto num novo ritual de culto. Como sempre, a sombra de Layne Staley continua a pairar sobre cada acorde, lembrando que, para os ALICE IN CHAINS, a beleza esteve sempre lado a lado com a dor.















