Encabeçada pelos germânicos XANDRIA e pelos nacionais RAMP, a segunda noite de ‘VORTEX METAL FESTIVAL’ mostrou um evento em plena expansão.
O parque de exposições do Montijo voltou a receber peso — neste caso, duas noite de peso — depois da festa de Halloween, em Outubro de 2021, com os Moonspell e os Bizarra Locomotiva. A segunda noite do VORTEX METAL FESTIVAL foi encabeçada pelo regresso dos germânicos XANDRIA ao nosso país e, na bagagem, a banda trazia o seu mais recente álbum de estúdio, «The Wonders Still Awaiting», editado em Fevereiro de 2023.
Como se sabe, o disco apresentou os XANDRIA com uma formação totalmente renovada, após a saída Dianne van Giersbergen em 2017, e que levou a hiato e consequente renovação da banda. Pois bem, no grupo que se apresentou VORTEX METAL FESTIVAL apenas se mantém o fundador Marco Heubaum, agora acompanhado pela vocalista Ambre Vourvahis, pelo baterista Dimitrios Gatsios, pelo baixista Tim Schwarz e pelo guitarrista Rob Klawonn.
Mantendo-se fiéis ao metal sinfónico, «The Wonders Still Awaiting» estendeu um pouco mais o som da banda, que vai contando com uns guturais em temas como «Reborn» ou «You’ll Never Be Our God»,que abriu a noite e, no disco, conta ainda com ajuda de Ralf Scheepers. A Sra. Ambre mostrou-se uma vocalista bastante competente e ao nível das suas antecessoras; apesar de não ter o alcance vocal de Dianne, não se fica muito atrás.
Ainda pelo novo trabalho, houve passagens por «Ghosts» e «My Curse Is My Redemption», mas já bem perto da recta final. Além do mais recente single, «Universal», a banda brindou o público presente no VORTEX METAL FESTIVAL com «No Time To Live Forever», um tema novo. Não faltou a “clássica” «Ravenheart», pois claro, e já em fase de encore, houve tempo um excelente solo de guitarra de Rob Klawonn, que mostrou no Montijo a sua paixão por J.S. Bach. A terminar, «Valentine», que mostrou uns XANDRIA em excelente momento de forma e a encerrar um festival bem organizado e que, certamente, vai merecer mais atenção do público nos próximos anos.
Não foram, no entanto, só os XANDRIA que deram cartas neste segundo dia do VORTEX METAL FESTIVAL. A jogar “em casa”, os RAMP também deram boa conta da sua forma actual. A celebrar recentemente 35 anos desde o seu primeiro concerto como banda no Fogueteiro, a banda liderada por Rui Duarte apresentou-se em palco competente como sempre, e nada falhou durante a actuação. Duarte continua muito comunicativo e energético, e na guitarra ainda temos Ricardo Mendonça que agora tem a companhia do filho, David Mendonça, na segunda guitarra, e ainda com Apache Neto no baixo e João Gonçalves na bateria.
Não podiam, claro, faltar temas como «Alone» ou «in Sane», do álbum «Nude», e Rui Duarte ainda referiu que, quem pensa que os RAMP só dão concertos aqui e ali, devia saber que a lançou o seu mais recente álbum de originais, «Insidiously», foi lançado em 2022. «Anjo da Guarda», «Hallelujah» e «Black Tie» não faltaram no alinhamento e, apesar do som nem sempre estar muito bem definido, pelo menos no ponto da sala onde nos encontrávamos, deram um grande concerto. Convenhamos, talvez por estar a decorrer um armazém, as condições acústicas do VORTEX METAL FESTIVAL nem sempre foram as melhores.
Pelos dois palcos do evento passaram ainda os ALLGEMA, com mais um concerto bastante conseguido, apesar de curto; e os LIVING TALE , que se apresentaram com a vocalista grávida, de pé partido e sentada em palco, mas deram uma verdadeira lição de profissionalismo. Os mascarados brasileiros MEGGERA apresentaram o seu mais recente disco, «Half An hour Of Butchering», o primeiro com temas em inglês (e a pensar claramente no salto internacional) e estiveram bem, apesar de terem “rebentado” durante um minuto. Ainda assim, conseguiram uma wall of death durante um dos temas.
Os DARK OATH, por seu lado, começam a ser um caso sério e , apesar dos problemas técnicos que assolaram a banda e que deixaram um dos guitarristas claramente irritado, levaram a água ao seu moinho com mais uma excelente prestação a abrir o palco principal. O dia começou com os LINCHPIN e os ALL KINGDOMS FALL , no palco “secundário”, com os últimos a mostrarem muita intensidade e a pedirem mais destaque.