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VENOM homenageiam OZZY com medley de clássicos dos BLACK SABBATH [vídeo]

Entre memórias, devoção e a irreverência que sempre os caracterizou, os VENOM celebraram a vida e o legado do Príncipe das Trevas com uma prestação carregada de simbolismo.

No passado Sábado, 9 de agosto, o Hellsinki Metal Festival, na Finlândia, tornou-se palco de mais uma homenagem ao malogrado Ozzy Osbourne. Os VENOM, liderados pelo icónico Conrad “Cronos” Lant, surpreenderam o público com um medley de dois clássicos imortais dos BLACK SABBATH«Children Of The Grave» e «Symptom Of The Universe» —, unindo gerações de fãs num momento de comunhão musical e memória. A actuação, captada por fãs e já a circular online, mostrou uma banda bem fiel à sua energia crua e à aura maléfica que ajudaram a moldar o metal extremo.

Para Cronos, esta homenagem não foi apenas um gesto circunstancial. Em declarações passadas à Metal Hammer, o timoneiro dos VENOM sempre reconheceu o peso dos BLACK SABBATH na sua formação musical. “No final dos anos 60 e início dos 70, era LED ZEPPELIN, DEEP PURPLE e BLACK SABBATH”, recordou ele. “Aqueles primeiros álbuns dos BLACK SABBATH fizeram mesmo algo em mim”. Essa influência não ficou apenas na música: inspirou a própria postura de palco e a persona que moldou o percurso dos VENOM.

O vocalista relembrou ainda como viu em Ozzy um ponto de partida para criar algo mais ousado: “Eu sempre quis levar a coisa do Ozzy levada ao extremo. Estava sempre a ler sobre satanismo, demonologia e bruxaria. Saí com uma rapariga que estava num coven de bruxas e isso despertou algo em mim. Adorava muito os SABBATH, mas percebi que eles só tinham arranhado a superfície. Isto podia ir muito mais longe. O Ozzy cantava sobre ser perseguido pelo Diabo. Eu pensei: vou ser o Diabo!”.

Numa entrevista à Guitar World, Cronos explicou o raciocínio que definiu a sonoridade e a estética da sua banda: “Ouvia SABBATH, e o Ozzy falava de bruxas e elfos. E de repente gritava: ‘Oh, Deus, ajuda-me!’. E eu pensava: ‘Não! Tu é que és o malvado, porque raios estás a pedir ajuda a Deus?’. Nesse momento decidi que eu é que ia ser realmente malvado. Mas a música também tinha de ser diabólica. Enquanto outros grupos faziam solos bonitinhos, eu queria mergulhos de guitarra, amplificadores a explodir, caos absoluto”.

O líder dos VENOM resumiu essa filosofia com uma comparação cinematográfica: “Desde o primeiro dia, dissemos: ‘Nós somos filmes de terror em forma de música’. Se os BLACK SABBATH eram o ‘Frankenstein’, os VENOM tinham de ser o ‘Evil Dead’”.

A morte de Ozzy Osbourne, a 22 de Julho de 2025, vítima de ataque cardíaco, abalou profundamente a comunidade do rock e do metal. O certificado de óbito revelou que o cantor sofria de doença arterial coronária e de Parkinson. O funeral privado, realizado a 31 de Julho na propriedade de 250 acres em Buckinghamshire que o músico e Sharon Osbourne adquiriram em 1993, reuniu apenas 110 familiares e amigos próximos, entre eles os restantes membros dos BLACK SABBATH, Robert Trujillo (METALLICA), Rob Zombie, Zakk Wylde, Marilyn Manson e Corey Taylor (SLIPKNOT).

No dia anterior, milhares de fãs tinham enchido as ruas de Birmingham, cidade natal de Ozzy, para uma homenagem pública marcada pela emoção. A família — Sharon, Aimée, Kelly e Jack — esteve presente, partilhando lágrimas, abraços e memórias com uma multidão que se despediu do Príncipe das Trevas ao som da sua música. No Hellsinki Metal Festival, ao ecoar as notas imortais de «Children Of The Grave» e «Symptom Of The Universe», os VENOM não só celebraram a herança deixada por, como reafirmaram a dívida artística e espiritual que une gerações de músicos à lenda que redefiniu o heavy metal.