VELVET REVOLVER

VELVET REVOLVER: A ascensão e a queda de uma super banda de rock’n’roll

Uma breve história dos VELVET REVOLVER, conduzida pelo baterista MATT SORUM, ex-GUNS N’ ROSES e muitas outras bandas de rock’n’roll.

Em Agosto do ano passado, Matt Sorum reflectiu sobre o término dos VELVET REVOLVER, a banda que formou em 2002 com Duff McKagan e Slash, na altura ex-membros dos GUNS N’ ROSES. Como é já do conhecimento geral, durante um período de quase dois anos, Sorum, McKagan, Slash e o guitarrista Dave Kusher levaram a cabo uma busca exaustiva por um vocalista, durante os quais emitiram um convite aberto ao público para que lhes fossem enviadas demos. Eventualmente, escolheram Scott Weiland, ex-vocalista dos STONE TEMPLE PILOTS, para ocupar a posição.

Os VELVET REVOLVER acabariam por lançar apenas dois álbuns de estúdio através da RCA/Sony BMG: o muito elogiado «Contraband», de 2004 e, «Libertad», de 2007, antes de dispensarem Weiland em Abril de 2008. Pois bem, Matt Sorum discutiu a formação da banda e a sua eventual separação durante uma aparição no podcast Sound, Sobriety And Success With Matt Pinfield, que podes ouvir na íntegra no player ali no fundo da página.

Quando nos reunimos após termos saído dos GUNS N’ ROSES, a nossa maior preocupação era mantermo-nos sóbrios, por isso fizemos um pacto e decidimos ficar limpos de uma vez por todas“, começou por dizer o baterista. “Estávamos em óptima forma. Eu ia ao ginásio e estava mais magro que nunca, apesar de já estar na casa dos 40 anos naquela altura. A ideia era sermos uma grande banda de rock’n’roll, por isso focámo-nos em escrever canções e mantermos uma boa aparência. Na altura, até o Scott estava em boa forma. Não sei o que estava a fazer para parecer assim, mas estava óptimo.

Basicamente, o que fizemos foi olhar para o modelo dos AEROSMITH“, explicou Sorum. “Se a ideia é tocar rock’n’roll, não podemos andar por aí como jovens de 20 anos. Naquela altura já éramos todos bem mais velhos, por isso tentámos manter-nos tão fortes quanto possível e estávamos, literalmente, a pegar fogo. E lembro-me que todos estávamos muito nervosos porque era a primeira vez que íamos sair em digressão assim, sóbrios.

O primeiro álbum correu muito bem, foi tripla platina, deram-nos um Grammy e ganhámos muito, muito dinheiro“, lembrou Matt. “Também gosto do segundo disco, acho que é um bom registo, mas não tinha aquela agonia do primeiro. E depois as coisas desandaram na máquina, a locomotiva saiu dos trilhos e os velhos hábitos reapareceram. Comecei a beber de novo, a drogar-me, tudo isso… Todos nós acabámos por cair na tentação e as coisas começaram a ficar fodidas. Pessoalmente, tomei muitas decisões más. Fiz coisas bem estúpidas. Os Velvet Revolver simplesmente… implodiram.

Nascido a 27 de Outubro de 1967, o malogrado Scott Weiland faleceu em Dezembro de 2015, durante uma digressão com a sua banda “a solo”. Tinha apenas 48 anos. “Eu tinha assumidamente as minhas diferenças com Scott“, recordou Sorum. “Brigámos como irmãos. Mas o que eu queria para o Scott era apenas o melhor. O Scott era incrível. E eu só queria que ele percebesse o quão incrível realmente era. O Scott tinha essa aura de ser o epítome da estrela do rock.

No passado, o ex-baterista dos VELVET REVOLVER deixou claro que tanto ele e como os seus colegas de banda estavam muito cientes da batalha de Weiland com a dependência de drogas e da sua constante falta de pontualidade quando se juntaram a ele para lançar o grupo. Weiland e os ex-companheiros de banda nos VELVET REVOLVER disseram todo o tipo de coisas menos agradáveis uns sobre os outros na imprensa, após uma separação conturbada em 2008. Uns anos mais tarde, Sorum diria que as trocas de insultos eram uma coisa do passado, em parte porque tinha conversado com o cantor alguns anos antes da sua morte.

Em Janeiro de 2012, os VELVET REVOLVER reuniram-se com Weiland em Los Angeles, para um set de quatro músicas num concerto de homenagem a John O’Brien. Desde então, permaneceram inactivos. Num dado momento, começaram a circular rumores de que os VELVET REVOLVER poderiam juntar-se a Corey Taylor, dos SLIPKNOT, mas alegadamente a ideia acabou a ser vetada por Slash. Consta que o grupo e Taylor gravaram maquetas para dez canções juntos.

Alguns dias após a morte de Weiland, Matt reiterou a sua opinião de que os VELVET REVOLVER tinham sido o ponto alto da sua carreira. “Lembro que eu e Duff McKagan saímos… Estávamos a sair do Metro em Nova Iorque e éramos dois tipos que tinham estado nos GUNS N’ ROSES, certo? Saímos, e há um tipo que olha para nós e diz: ‘Ei, vocês são o Duff e o Matt dos VELVET REVOLVER.’ E eu olhei para o Duff — ‘Meu Deus! É a primeira vez que ouço isto.’ Foi um ponto muito crucial para nós, porque tínhamos criado algo novo, moderno, mas, ao mesmo tempo, que ainda era um grande rock’n’roll. Portanto, tenho mesmo de agradecer ao Scott por isso.