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TRIVIUM: “Após 26 anos, estamos a fazer a maior digressão da nossa carreira.” [entrevista]

Hoje, 26 de Fevereiro, a ‘The Poisoned Ascendancy Tour’, que junta os TRIVIUM e os BULLET FOR MY VALENTINE, “aterra” por fim em Lisboa — e Matt Heafy promete uma noite épica no Campo Pequeno.

A relação dos TRIVIUM com o público português é profunda, construída ao longo dos anos com um carinho genuíno pelo nosso país e pela sua cultura. Desde a primeira actuação por cá, a banda norte-americana sentiu uma ligação especial com os fãs, mas foi através de um muito inesperado encontro digital que essa conexão se intensificou. Tudo começou quando Matt Heafy aceitou um desafio no Twitch para tocar «O Amor Não Tem Idade (Vou Beijar)», de Toy, num momento que rapidamente se tornou viral, culminando numa amizade improvável entre o vocalista dos TRIVIUM e o icónico cantor português. Esse episódio não só reforçou o laço com o público luso, como também solidificou a popularidade da banda em território nacional.

No entanto, a admiração do líder e mentor dos TRIVIUM por Portugal vai muito para além desse episódio peculiar. Na conversa que podes ler em baixo, o músico revela uma profunda apreciação pela cultura portuguesa, destacando o fado como uma inspiração. Fascinado pela forma como esse estilo musical explora emoções sombrias e a natureza humana, Heafy compara-o à essência do metal, encontrando paralelismos entre as temáticas melancólicas de ambos. A afinidade cultural, aliada à paixão pela gastronomia portuguesa, ajuda a explicar o carinho especial que a banda nutre pelo nosso país.

Em plena celebração do 20.º aniversário de «Ascendancy», os TRIVIUM regressam a Lisboa para um espectáculo no Campo Pequeno, trazendo consigo um espectáculo nostálgico e carregado de emoção. Matt Heafy reflete sobre a evolução da banda e a importância de celebrar um álbum tão icónico, não só para os fãs, mas também para ele próprio. O vocalista admite que, ao revisitar as letras que escreveu há duas décadas, confrontou-se com emoções ainda presentes na sua vida, levando-o a um processo de auto-descoberta e crescimento pessoal.

Os bilhetes para o espectáculo, que conta com os BULLET FOR MY VALENTINE como co-headliners e os ORBIT CULTURE como convidados especiais, custam entre 42€ e 90€ e estão disponíveis na Ticketline e também nos locais habituais.

Vamos começar pela relação que criam com o público português ao longo dos anos… O que achas que gerou esse click?
Nós sempre gostámos muito de Portugal. Lembro-me da primeira vez que tocámos aí, e foi incrível. No entanto, é lógico que o fenómeno era mais pequeno. Desde que começámos a ter uma relação com o Toy, a coisa cresceu muito, o que é fantástico. Lembro-me que, um dia, estava a fazer streaming no Twitch e o MoraesHD, que é um grande streamer português, entrou no meu canal e começou a sugerir que tocasse um tema do Toy. Eu aceitei o desafio, e aprendi a «Vou Beijar» ao vivo na transmissão.

Quando demos por nós, a minha versão estava na rádio, estava nos jornais, e depois o Toy fez uma versão de um tema nosso e tornámo-nos amigos dele. Portanto, isso fez com que se tornasse numa bola de neve. No entanto, lembro-me que, ainda antes disso, sempre ouvi dizer que Portugal gostava muito de metal. Eu sempre achei a cultura do metal muito interessante, e sempre achei a cultura portuguesa muito, muito interessante também. Adoro aprender sobre o fado e ver que o foco principal dessa música popular, que é tão adorada, está enraizado nos sentimentos mais obscuros e na natureza humana. Sinto que esse é um tema muito, muito metal.

Normalmente, a música folk nem é sobre isso. Se olharmos para a folk norte-americana ou para a country americano, não é necessariamente sobre coisas mais sombrias. Portanto, sempre respeitei muito o facto de Portugal fazer isso com a sua música popular. Somos grandes apreciadores de comida, e a comida portuguesa é das melhores do mundo. Portanto, está tudo perfeitamente ligado para gostarmos de Portugal.

E como é que o fado te foi apresentado?
Conheci-o através do programa de televisão do Anthony Bourdain, e tornei-me um grande fã do fado. Para mim, o Anthony Bourdain estava para a comida como os Metallica estão para a música. Comecei a ler o primeiro livro dele talvez no final da adolescência ou no início dos 20 anos, já não sei muito bem, mas… Quando o li, senti-me muito ligado à vida dele. E pensei: “Ena, a vida deste tipo é muito parecida com a minha. É só trocar a comida pela música. E é quase a mesma coisa.

Portanto, quando ouvi falar de fado pela primeira vez, num programa dele, pensei: “Tenho de ir ver isto!” E apaixonei-me mesmo, mesmo, pelo fado. Sinto, inclusivamente, que algumas das coisas que escrevi para o meu projecto paralelo são mais ou menos nessa linha do fado. É um sentimento que também encontro na música do Ennio Morricone… É um estilo de tocar guitarra muito triste, romântico, que por vezes quase parece jazz cigano.

Deve ser algo próprio do Sul da Europa… Esse sentimento contínuo de desgraça.
Exactamente.

Vamos falar desta digressão. Como tem sido a reacção aos espectáculos até agora?
Bem, para começar, esta é a maior e melhor digressão que já fizemos. E isso é óptimo. Após 26 anos, estamos a fazer a maior digressão da nossa carreira. E é incrível que estejamos a tocar um disco de 2005, sabes? É quase como se estivéssemos a tocar um álbum novo para algumas pessoas. Os fãs em alguns desses países não conhecem o disco tão bem quanto em outros.

O Reino Unido obviamente conhece-o. No entanto, na Alemanha, é quase como se estivéssemos a mostrar-lhes um disco novo, porque eles só começaram a prestar-nos atenção nos dois álbuns a seguir a esse. Mais tarde, portanto.. O nosso disco “grande” na Alemanha é o «In Waves». Isso faz com que seja muito interessante poder tocar o «Ascendancy» agora.

Tocámos recentemente em Amesterdão. Tradicionalmente, o público é muito descontraído nos espectáculos e, neste concerto, tivemos à nossa frente o público neerlandês mais louco de todos os tempos. O mesmo aconteceu na Bélgica, foi a actuação mais louca que já tivemos na Bélgica. De resto, basta olhar para as fotografias e para os vídeos para perceber como esta digressão é grande. É realmente enorme, na verdade.

Estão obviamente em digressão ao lado dos Bullet For My Valentine, que também estão a celebrar um álbum marcante. Como achas que essa dinâmica moldou a experiência da tour?
Tem sido incrível. Acho que já fizemos umas 12 ou 15 digressões diferentes ao longo da nossa carreira. Já fomos co-headliners com todo a gente, dos Heaven Shall Burn aos Arch Enemy, e tudo o resto pelo meio. E os Trivium com os Bullet For My Valentine parece-me a combinação perfeita.

Se fosse olhar para todas as outras bandas do planeta e tentar encontrar a melhor combinação para o nosso público, de onde viemos, que tipo de banda somo, que tipo de pessoas somos, os Trivium e Bullet For My Valentine fazem realmente a melhor combinação que existe. É perfeito. E isso tem-se visto nestes espectáculos… Quer dizer, dá para ver pela venda de bilhetes, não há como negar isso. As pessoas querem mesmo ver as duas bandas juntas a tocar estes dois álbuns.

Não me interpretes mal, mas fiquei bastante surpreendido porque tenho seguido as duas bandas desde o início… Ainda me lembro de receber o primeiro disco dos Trivium, um CD enviado pelo correio pelo pessoal da Lifeforce Records…
Porra… A sério? isso é incrível. [risos] Ficaste surpreendido com…?

Na verdade, nunca me tinha apercebido que os TRIVIUM e os BULLET FOR MY VALENTINE eram assim tão próximos.
E não éramos, tens razão. É engraçado… Só nos tornámos mais próximos no início desta digressão. Já nos tínhamos cruzado e. obviamente, sabíamos da existência uns dos outros desde 2005, por aí. E também já havia um respeito mútuo entre os Trivium e os Bullet For My Valentine, e vice-versa. No entanto, só nos conhecemos melhor durante a promoção a esta tour.

Podes partilhar a lógica inicial por trás da decisão de co-encabeçarem esta digressão com eles?
Ao longo dos anos, sempre dissemos que era bizarro nunca termos feito uma digressão com eles. E eu tenho certeza que eles disseram a mesma coisa. Se olharmos para o Reino Unido em 2005, no que toca a música pesada, todas as capas de revista em que eles estavam havia um artigo especial sobre os Trivium. E em todas as capas em que nós aparecíamos no Reino Unido, havia um qualquer destaque especial para eles. A imprensa estava a falar das duas bandas ao mesmo tempo, a toda a hora.

No final do ano passado, fomos contactados pelo management deles. [pausa] Desculpa, não foi no ano passado, já foi em 2023. Basicamente enviaram uma mensagem a dizer-nos que os Bullet For My Valentine e os Trivium deviam fazer uma tour juntos. E nós respondemos que claro que sim, faria todo o sentido. Os Trivium não cresceram com muitas outras bandas. Não havia um monte de outras bandas a surgirem na nossa cidade ou na mesma época. Não crescemos numa cena cheia de bandas. E os Bullet For My Valentine também não.

Somos duas bandas independentes, que essencialmente surgiram do nada e acabaram por criar os seus próprios impérios à custa de muito trabalho. E fazia todo o sentido juntarmo-nos. E o que é mais fixe é que sinto que os Trivium e os Bullet For My Valentine são como uma situação de um mais um igual a três, por isso decidimos lançar a ideia. Dissemosºlhes: “Ei, no próximo ano o «The Poison» e o «Ascendancy» celebram o 20º aniversário. Devíamos celebrar juntos.” Acho que, se ambos vamos poder andar pelo mundo a tocar os nossos maiores discos ou os discos favoritos dos nossos fãs, a situação fica ainda melhor… Algo do tipo um mais um igual a cinco. [risos]

Portanto, a conversa começou apenas com um convite para fazermos uma digressão juntos e, eventualmente, passou para tocarmos o «The Poison» e o «Ascendancy» na íntegra. As conversas continuaram a crescer a partir daí. Os nossos planos foram crescendo, crescendo, crescendo… Por exemplo, no Reino Unido, os agentes começaram por marcar locais com 5.000 a 7.000 pessoas de capacidade. No momento seguinte, perceberam que não ia ser suficiente e tiveram de marcar-nos em salas com capacidade para 14.000 a 16.000 pessoas.

Estavas a recordar esse período em que se revesavam nas capas das revistas britânicas. Havia uma competição, nem que fosse saudável, entre vocês? Ou nem por isso?
Não, não posso dizer que houvesse, porque ambos nos respeitamos muito mutuamente. Lembro-me de termos visto uma fotografia do Tuck com uma t-shirt dos Trivium em 2005 – ficámos muito entusiasmados com isso. Foi nessa altura que comecei a gostar da música deles, primeiro com o EP e, depois, com o «The Poison». Para mim, era incrível ver outra banda que, essencialmente, olhava para os mesmos ingredientes que nós.

Eles cresceram a ouvir os Metallica, Machine Head e outras bandas desse género. Portanto, temos influências muito parecidas, mas olhamos para elas de forma diferente. É uma mistura perfeita, e isso sente-se nos espectáculos porque o «The Poison» e o «Ascendancy» complementam-se muito bem.

Duas décadas de «Ascendancy»… Deve ser tão estranho para ti como é para mim, certo?
Sim, é sinal de que estamos a ficar mais velhos. [risos]

Como vês o impacto que esse álbum teve na carreira dos TRIVIUM e na cena metal em geral?
Diria definitivamente que, há vinte anos, os Trivium e os Bullet For My Valentine ajudaram a abrir as portas para muitas outras bandas modernas. Sinto que criámos definitivamente esse caminho para outros grupos fazerem algo semelhante, porque, naquela época, estávamos no fim da moda do nu metal. A New Wave Of American Metal já tinha surgido, mas nós não fazíamos parte porque chegámos tarde ao jogo.

Talvez por isso, começámos a fazer as coisas de forma diferente. Para nós, foi uma questão de misturar os nossos estilos favoritos de metal; o thrash, mas também o death metal melódico da Escandinávia, também um pouco do metalcore alemão… Misturámos tudo isso num som só nosso.

Dito isto, sinto que tanto o «Ascendancy» como o «The Poison» estavam muito, muito à frente do tempo naquela altura. Diabos, sinto que o «Ember To Inferno» estava provavelmente quinze, vinte anos à frente do tempo. Ouço frequentemente bandas a fazer esse tipo de som agora. Portanto, ter a oportunidade de fazer esta digressão é óptimo… Até porque nunca tinhamos feito uma tour baseada num disco e acho que isso é algo muito ousado, mas está a correr muito bem e ainda só estamos na primeira parte. Temos mais uma etapa norte-americana a seguir e quem sabe o que mais vamos fazer…

Como se prepararam para esta digressão? Foi diferente de uma digressão normal?
Felizmente, é material que tocamos desde 2004. Portanto, temos tocado activamente a maior parte dos temas do disco durante toda a nossa carreira. Mesmo assim, começámos a ensaiar como banda em Abril o ano passado, estivemos a ensaiar quase um ano para esta digressão. Desde que nos juntámos, ensaiámos todos os dias até ao início da tour. Provavelmente nem seria necessário, mas gostamos de ter memória muscular suficientemente para podermos desfrutar do espectáculo e deixarmod a música falar por si.

No que toca a dificuldade, técnica ou emocional, há alguma canção que se destaque?
Liricamente, a «Departure» é muito intensa. Escrevi-a sobre pensamentos que tinha sobre o fim da vida. Por outro lado, a «Declaration» é, provavelmente, uma das músicas mais técnicas do álbum… No entanto, como estamos tão ensaiados, tem sido muito divertido. A «Declaration» causa sempre um impacto enorme porque, nos versos, é quase um tema de death metal – é como se os Slayer tocassem death metal. Resultado, é muito fixe tocar algo assim, que é tão extremo para o nosso catálogo. Diria que é, indiscutivelmente, uma das músicas mais extremas que já tivemos.

O que nos podes dizer sobre o alinhamento?
Bem, na verdade vamos tocar o «Ascendancy» na íntegra e a «In Waves». É praticamente tudo o que conseguimos encaixar no tempo que temos, mas o setlist é fantástico e flui muito bem. Sinto-me um sortudo, para ser sincero. O alinhamento do álbum foi muito bem pensado e flui muito bem do início ao fim, o que é muito fixe. Sinto que, em alguns discos, as bandas tendem a colocar os êxitos todos no início, mas no «Ascendancy» estão espalhados e o disco cresce muito à medida que vai avançando. Depois, terminamos com a «In Waves» porque ainda nos sobrou algum tempo e as pessoas reagem muito bem a essa canção sempre que a tocamos.

Já falámos das letras, mas queria aprofundar esse assunto por, bem vistas as coisas estás a revisitar letras que escreveste há duas décadas. Sentes-te diferente em relação a algumas delas?
É interessante, essa é uma óptima pergunta. Comecei a olhar para as letras com atenção no início do ano passado e dei por mim a pensar que ainda sentia muitas destas coisas que sentia há vinte anos. Canções como a «Rain» ou a «Suffocating Sight» são sobre ansiedade e sobre aquilo de que não gostava em mim. E sim, é óbvio que mudei nestas duas décadas, mas só até certo ponto. No ano passado, percebi que ainda era atormentado por muitos destes pensamentose senti que tinha de fazer alguma coisa em relação a isso.

Passei muito tempo a fazer terapia extensiva e terapia cognitivo-comportamental, a trabalhar em mim mesmo para poder finalmente ultrapassar estes sentimentos. E devo dizer que estou a gostar muito mais da vida do que alguma vez gostei. Acho que, se pensarem no fado, os portugueses vão perceber o que sinto… Não podemos simplesmente ignorar estas coisas negras que temos nas nossas vidas. Temos de trabalhar nelas. Se pensar na última década, excluindo esta digressão, estava sempre preocupado com a minha voz, preocupado se ia fazer asneira…

Graças à terapia que fiz nos últimos tempos, consegui recuperar a forma como gritava e cantava. Encontrei uma forma de fazer as coisas funcionarem a meu favor. É exactamente o mesmo som, a mesma técnica, mas agora estou muito mais confiante e confortável. Esse foi um dos bónus que a revisitação do «Ascendancy» me trouxe, porque funcionou como um lembrete para mim mesmo de que ainda estava a passar por muitas dessas coisas e precisava de trabalhar nelas. Portanto, arranjei tempo para o fazer e, provavelmente, não o teria feito se não tivéssemos decidido tocar o disco na íntegra.

Já disseste que, a nível vocal, estás a usar as mesmas técnicas, mas sentiste-te tentado a criar novos arranjos para algum destes temas?
Não, tentamos manter-nos tão fieis quanto possível às versões originais. A diferença é que, agora, já temos mais vinte anos de experiência no currículo, por isso os temas estão a funcionar melhor que nunca. Nos últimos dez anos, estava a gritar e a cantar com uma técnica diferente, que o meu treinador vocal me ensinou. E estava convencido de que tinha de fazer isso. Estava convencido que essa era a única forma de ser sustentável em digressão, mas quando atirei isso pela janela e me deixei levar, tornou-se muito mais divertido. Acho que a energia está muito mais presente, tanto na banda como no público.

Estão a usar algum equipamento especial para recriar o som do disco?
Nove dos dez álbuns dos Trivium foram feitos com algum tipo 5150 em algum tipo de Mesa Boogie com algum tipo de coluna Celestion, por isso, nesta tour, estamos estamos a usar o 5153 Stealth, o modelo EL34, num Captor X. É como um simulador que vai para o PA, mas também estamos a usar som ao vivo e sem overdrive, o que é raro para nós. Normalmente temos sempre um overdrive à frente, mas é apenas um noise gate na cabeça para o meu som de ritmo. O nosso objetivo é ter o melhor som possível. E acho que o melhor som é, normalmente, simples.

Temos estado a falar sobretudo da tua relação com a música, mas… E os fãs? Sentes uma energia diferente nesta digressão devido à nostalgia ou é basicamente o mesmo de sempre?
A única coisa que posso dizer é que tem sido incrível. É como se um monte de gente que estava lá há muito tempo estivesse a voltar para reviver isso, o que é muito fixe. No entanto, agora muitos deles têm filhos, que também gostam dos Trivium. São duas, três gerações de fãs, sabes? É óbvio que há gente que já nos acompanha há vinte anos e que estiveram nos concertos de 2005, mas depois temos algumas pessoas que nasceram em 2006, 2007, que adoram a banda agora e que querem vir também. É uma loucura assistir a esse fenómeno multigeracional.

Depois desta digressão e das que se seguem, depois de celebrarem um disco tão importante, para onde vês os Trivium seguirem musicalmente?
Musicalmente, ainda não há… [pausa] Bem, é claro que faremos sempre música nova, mas não há planos concretos neste momento sobre o que vamos fazer ou quando o vamos fazer, mas posso dizer que estamos prontos porque acabámos de construir um estúdio de última geração dentro do nosso hangar. Foi construído pelo mesmo tipo que construiu o estúdio do Andy Sneap, que é um dos nossos produtores de metal favoritos de todos os tempos.

Portanto, temos um estúdio topo de gama, um dos melhores estúdios na nossa parte dos Estados Unidos. É nosso, agora podemos fazer música sempre que quisermos… E lá está, não sei quando vamos ter tempo ou inspiração para nos dedicarmos a isso, mas sei que vamos trabalhar todos juntos no hangar. Não haverá ficheiros MIDI. Não haverá demos de computador, nem compositores externos. Seremos apenas nós, da forma como eu sinto que uma banda de metal deveria fazer. Apenas nós os quatro numa sala, a fazer o tipo de música que nos faz sentir bem.