Trent Reznor, o influente líder dos NINE INCH NAILS, emitiu uma declaração a distanciar-se de MARILYN MANSON na sequência das várias alegações de abuso sexual, físico e mental de que o polémico músico norte-americano está a ser alvo desde o início desta semana. À medida que surgem mais e mais acusações dirigidas a Manson, veio à tona uma passagem da autobiografia do autor de «Antichrist Superstar» — intitulada The Long Hard Road Out Of Hell, que foi originalmente publicada em 1998 –, e que envolve também Reznor. No livro, Manson relata uma cena horrível, na qual ambos supostamente agrediram física e sexualmente uma mulher embriagada durante a década de 1990.
De acordo com a passagem do livro assinado por Manson em parceria com o jornalista Neil Strauss, que pode ser vista em baixo, o incidente aconteceu na noite antes de Reznor contractar o shock rocker para a sua editora, a Nothing Records. No entanto, o líder dos NINE INCH NAILS, que produziu o álbum «Portrait Of An American Family», de 1994, afirma que a situação relatada nunca aconteceu. “Ao longo dos anos sempre falei abertamente sobre a minha antipatia pelo Manson como pessoa e cortei relações com ele há quase 25 anos“, diz o músico norte-americano à Pitchfork. “Como disse na época, essa passagem contida nas memórias do Manson é uma invenção completa. Fiquei furioso e ofendido quando o livro foi publicado e continuo assim até hoje.“
Imagens da passagem de The Long Hard Road Out of Hell começaram a circular no Twitter poucas horas depois da actriz Evan Rachel Wood e várias outras mulheres apresentarem publicamente alegações de abuso por parte de Manson. Obviamente com direito à presunção de inocência, Manson viu-se, contudo, abandonado pela sua editora, retirado de duas séries televisivas e alvo da indignação de uma senadora californiana, que exige que as acusações sejam alvo de investigação do FBI. Com a passagem dos dias, a polémica foi subindo consideravelmente de tom, com mais vozes a manifestarem-se e a condenarem o comportamento de Manson ao longo das décadas.
Poucas horas depois de ter feito a sua primeira publicação no Instagram, Evan Rachel Wood recuperou também um tópico no Twitter, datado do Outono passado, em que um ex-assistente pessoal de MARILYN MANSON confirma os comportamentos abusivos do músico. O cineasta Love Bailey, por seu lado, revelou há uns dias que, em 2011, o músico lhe apontou uma arma à cabeça e acusou-o de drogar a sua namorada da época, a actriz Paz De La Huerta. “Tive de rastejar sobre lençóis manchados para chegar até ela e, ao fazê-lo, ele colocou uma enorme Glock na minha testa”, revelou Bailey ao The Daily Beast.
Ontem, o guitarrista Wes Borland, dos LIMP BIZKIT, que tocou na banda de Manson entre 2008 e 2009, afirmou que todas as acusações de que o músico está a ser alvo são verdadeiras. “O Marilyn Manson… Eu estive na banda dele durante nove meses. Ele não é um tipo fixe”, disse o músico. “Tudo o que as pessoas estão a dizer acerca dele é verdade. Portanto, as acusações que estão a fazer contra estas mulheres são infundadas… Foda-se, elas estão a falar a verdade“, disse Borland no canal de Twitch da Space Zebra. Na passada terça-feira, MARILYN MANSON divulgou um comunicado em que caracteriza as acusações como sendo “horríveis distorções da realidade“, afirmando que os seus relacionamentos íntimos “sempre foram consensuais“. Podes ler a declaração completa aqui.