Pelo caminho, o líder e estratega dos GHOST comparou o seu processo de criação ao de um chef de cozinha e defendeu as maravilhas da colaboração com compositores externos à banda.

Dado que o muito elogio último álbum dos GHOST, «Impera», de 2022, foi um anorme sucesso crítico e comercial, não é nenhuma surpresa que o mentor do grupo sueco já esteja a trabalhar num sucessor. Na verdade, Tobias Forge disse recentemente à Metal Hammer que já tem “algumas músicas” prontas e, por incrível que possa parecer, comparou o seu processo de criação ao de um chef de cozinha e defendeu as maravilhas da colaboração com compositores externos à banda.

“Gosto de comparar o que estou a fazer a ser um chef de cozinha“, começou por explicar Tobias Forge. “E gosto de pensar em mim como um chef com interesses e especialidades diferentes, que poderia abrir uma série de restaurantes diferentes — um italiano, um grego, um de fusão asiática. No entanto, o que todos têm em comum é o tempero, a decoração e o design de interiores… É esse o segredo. Comigo, cada álbum, cada novo ciclo, é um novo restaurante, mas não preciso de me sentar com uma folha em branco e criar algo novo todas as vezes, porque o segredo é o mesmo. Se vem do meu caderno, vai soar aos GHOST.“

Tendo em conta que «Impera» contou com o contributo de seis compositores externos, também não é uma grande surpresa que Tobias Forge considere benéfico ter ajuda extra no estúdio. “O que todos eles têm em comum é uma formação rock. O Peter, dos The Cardigans, é um velho roqueiro… E o Klas Åhlund, dos Teddybears, é um velho metaleiro“, explicou o líder dos GHOST.

“Eles são meus amigos e somos muito fluentes juntos“, continuou o músico. “Além disso, sei que, quando levo uma ideia o mais longe que posso, eles vão aconselhar-me e. de repente, isso abre outras possibilidades na minha cabeça. O processo torna-se multidimensional. Penso melhor quando tenho alguém na sala em quem confio. Isso faz-me escrever melhor, porque estou a ser constantemente desafiado.“

Será que isto significa que o sucessor de «Impera» também vai contar com escritores externos? Teremos de esperar para ver, já que detalhes sobre o álbum continuarão certamente a surgir à medida que Forge e companhia se aproximam de concluí-lo e/ou lançá-lo.

Recorde-se que, no passado dia 7 de Outubro, os GHOST encerraram a sua mais recente tour mundial com uma actuação explosiva em Brisbane, na Austrália — e, aparentemente, essa pode bem ter sido a última prestação com o Papa Emeritus IV como líder da banda. Entre temas, durante um discurso enigmático, mas sugestivo, o actual frontman do colectivo — que foi ungido em 2020, sucedendo aos Papas Emeritus I, II e III, ao Papa Nihil e ao Cardinal Copia — surpreendeu a plateia ao anunciar que aquela seria a sua actuação “final”.

Durante o discurso, que pode ser visto no player em baixo, o Papa Emeritus IV repetiu várias vezes que a plateia estava efectivamente a testemunhar a sua despedida e falou abertamente sobre o quão nervoso se sentia ao despedir-se dos seus súbditos. De resto, não houve cerimónia ou transferência ritualística de poder para o seu sucessor, sendo que os seguidores dos GHOST estão ansiosamente à espera para ver o que acontecerá a seguir.

“Esta é uma grande noite em muitos aspectos”, disse parcialmente o Papa Emeritus IV à multidão. “Sei que muita gente estava à espera que acontecesse algum tipo de explosão, implosão ou de um milagre que me faça simplesmente desaparecer para dar lugar ao meu sucessor. Este final vai ser a minha última actuação, e vou fazer o meu melhor para entregar este concerto a todos vocês. Isso tem que ser o suficiente, OK?“.

Recentemente, Tobias Forge, o líder e estratega dos GHOST, confirmou que a banda está a rodar um filme e revelou o que os fãs podem esperar. Numa entrevista à Metal Hammer, o mentor dos suecos enigmáticos confirmou que o material captado nos concertos que deram no início do mês em Los Angeles vai ser usado num filme. No entanto, explicou também que os seus planos passam por algo um pouco mais elaborado do que o que se poderia esperar.

“Estávamos essencialmente a fazer um filme”, explicou o líder e estratega dos GHOST. “A ideia passa por usarmos as multidões desses concertos como figurantes… Vai ser um filme com um elemento de concerto. Portanto, muito do que os fãs vivenciaram nos dois concertos que fizemos Los Angeles vai fazer parte deste projecto.”

Quando questionado se o seu plano é algo semelhante ao que os METALLICA fizeram quando decidiram combinar imagens de um espectáculo ao vivo com uma história fictícia para o filme ‘Though the Never’, Forge disse: “No sentido de que é um concerto com outra coisa combinada, sim”. De resto, esse elemento mais teatral do que está por vir não deve ser surpreendente para quem tem seguido de perto a carreira dos GHOST, que têm criado vários teasers com argumento ao longo do seu percurso para documentar as jornadas de cada líder da banda.