STREAMING

STREAMING: Foram ouvidas mais de 4 triliões de canções nas plataformas durante 2023

Com um salto de 22,3% em relação a 2022, não há como negar a força que as plataformas de streaming têm nos hábitos dos melómanos.

Uma coisa é certa: quer o futuro da música seja ou não digital, é inegável que o “formato” está a crescer a olhos vistos. Segundo um relatório da Luminate, atingimos colectivamente a impressionante marca de 4,1 triliões de streams de áudio em 2023, marcando um momento monumental para a indústria musical. Feitas as contas, isso acaba por representar um salto de 22,3% em relação a 2022, provando que a paixão pelas playlists personalizadas e seleccionadas pelo algoritmo não mostra sinais de desaceleração.

O streaming de música em todo o mundo (incluindo áudio e vídeo) cresceu para 33,7% no ano passado e atingiu 7,1 triliões no total, o que faz com que os 5,3 triliões registados 2022 sejam quase insignificantes em comparação. As mesmas estatísticas, mas apenas nos Estados Unidos, mostraram que os streamings cresceram para 14,6% no ano passado, o equivalente a 1,5 triliões.

O que está, então, a causar esta avalanche? A conveniência do formato parece uma das causas óbvias. É certo e sabido que os serviços de streaming oferecem acesso instantâneo a milhões de músicas ao nosso alcance, eliminando a necessidade de colecções de discos empoeiradas ou bibliotecas de MP3 lotadas. E, além disso, os algoritmos personalizados, por muito artificiais que sejam, continuam a expor-nos a horas e horas de música nova passível de agradar às nossas preferências, alimentando intermináveis sessões de escuta.

Não se trata apenas de quantidade, no entanto. Nos últimos anos, as plataformas de streaming também estão a tentar promover uma ligação mais profunda com a música, com as playlists para ambientes ou atividades específicas, os conteúdos exclusivos e os concertos transmitidos ao vivo a aproximarem de um modo significativo os ouvintes da música que apreciam. Este envolvimento mais profundo pode traduzir-se numa comunidade musical mais vibrante, onde as pessoas podem partilhar as suas paixões e descobrir novos favoritos através das redes sociais.

É claro que, no meio disto tudo, permanecem desafios. Questões como a compensação justa para artistas e compositores, a possibilidade de descoberta de artistas menos conhecidos num mar de conteúdos e o impacto ambiental do armazenamento de dados têm de ser abordadas o mais rapidamente possível. No entanto, não há como negar o poder do streaming para nos ligar, inspirar e nos manter com os ouvidos colados aos auscultadores (ou altifalantes).