STEVE ALBINI

[R.I.P.] Faleceu STEVE ALBINI, um dos músicos e produtores mais respeitados da sua geração

Além de ter produzido álbuns seminais dos NIRVANA e NEUROSIS, entre muitos outros, STEVE ALBINI era também membro dos BIG BLACK e SHELLAC.

O mundo do rock acaba de sofrer um enorme golpe, com a Pitchfork a avançar a notícia da morte do lendário músico e produtor STEVE ALBINI, que tinha 61 anos. De acordo com a equipea do seu estúdio de gravação, o mítico Electronic Audio, Albini morreu de ataque cardíaco. Recentemente, o músico estava a preparar para embarcar numa digressão com os SHELLAC em apoio ao lançamento do seu primeiro LP em mais de uma década, intitulado «To All Trains».

Para quem não está familiarizado com Albini ou com o seu trabalho como produtor e músico, o norte-americano tornou-se uma peça-chave da cena do indie rock em ambos os lados da consola de mistura. Como músico, liderou os muito influentes SHELLAC e BIG BLACK. Como produtor, entre os seus muitos créditos incluem-se colaborações com bandas como os Nirvana, Pixies, PJ Harvey, Sunn O))), Neurosis, The Jesus Lizard ou Liturgy, entre uma longa, longa linhagem de outros artistas de rock e metal.

Ao longo das décadas, STEVE ALBINI sempre se afirmou como um acutilante crítico de músicos e outros que achava que estavam envolvidos “na cena” por dinheiro ou pela popularidade, e não pela música ou pela arte, sendo que sempre se recusou a receber royalties das gravações que foi produzindo para outros artistas. Em 2004, Albini estimou ter projectado a gravação de cerca de 1.500 álbuns e continuou sempre a trabalhar quase inteiramente no domínio analógico, sendo conhecido por gravar “ao vivo em estúdio” tanto quanto possível. Também deu ênfase especial à selecção e uso de microfones para alcançar o som desejado e para melhor capturar o ambiente das gravações.

Muitas das pessoas que fazem discos não entendem o processo”, disse Albini numa entrevista à Billboard. “Fazem-no a pensar que se trata de alguma forma de arte abstrata que não precisa ser compreendida a um nível técnico processual. Nesses casos, acabam com um registo que não está formalmente concluído, mas estará finalizado quando a campainha toca.” Na mesma conversa, STEVE ALBINI lamentou também o que apelidou como “a mentalidade de linha de montagem da indústria“, dizendo que “o som dos discos de rock contemporâneo, especialmente aqueles que são feitos com grandes orçamentos, é muito homogéneo. Ouve-se exactamente o mesmo equilíbrio de mistura, a mesma dinâmica e as mesmas técnicas de produção, mas aplicadas às diferentes bandas.