No 36.º aniversário de um clássico incontornável, o Ricardo S. Amorim recorda uma dos álbuns da sua vida — o tremendo «South Of Heaven», dos SLAYER.

Depois da introdução a um novo mundo através dos IRON MAIDEN, como era habitual acontecer naquela altura, também se despertou o prazer da descoberta de outras bandas e sempre no sentido de encontrar a mais pesada e extrema possível. Neste contexto, foram fundamentais os amigos mais velhos e irmãos de colegas da escola, que teriam lá em casa discos dos METALLICA, ANTHRAX, ou KREATOR. Mas o momento mais impactante foi, sem dúvida, a descoberta dos SLAYER. 

Ouvir a banda californiana pela primeira vez foi algo de marcante e aterrador, e o início de «South Of Heaven» representa um ritual iniciático definidor da minha personalidade. Não pretendendo superar «Reign In Blood», disco que passou a ser a bitola do que é música extrema, os SLAYER tiveram a capacidade de conjugar a sua agressividade com temas mais lentos e atmosféricos.

«Silent Scream» ou «Ghosts Of War» pontuam a toada dominante de «Mandatory Suicide», «South Of Heaven» ou «Spill The Blood», que o encerra de forma magistral. Representando uma enorme evolução enquanto compositores, tanto em termos musicais como líricos, «South Of Heaven» é um clássico inatacável e um dos discos da minha vida.