SEPTICFLESH

SEPTICFLESH: “Temos sempre ‘guerras de Tróia’ que nunca acabam!”, diz CHRISTOS ANTONIOU

Após a actuação de ontem à noite, no Porto, hoje, quarta-feira, 16 de Outubro, os lendários SEPTICFLESH trazem «Modern Primitive» ao LAV – Lisboa Ao Vivo. Em jeito de antecipação, o guitarrista Christos Antoniou recorda o processo de composição do seu mais recente álbum.

Os gregos SEPTICFLESH regressaram às edições em Maio de 2022 com aquele que foi já o 11.º disco de estúdio da sua longa carreira. Apropriadamente intitulado «Modern Primitive», o LP sucedeu ao também muito aplaudido «Codex Omega», editado em 2017, e afirmou-se como um verdadeiro petardo de death metal sinfónico.

Actualmente, ainda a trabalhar a promoção desse álbum, os SEPTICFLESH andam novamente em périplo pela Europa e vão passar novamente por Portugal para dois concertos. Ontem, terça-feira, 15 de Outubro, o grupo subiu ao palco do Hard Club, no Porto, e hoje, quarta-feira, 16 de Outubro, promete trazer toda a sua brutalidade sinfónica ao LAV – Lisboa Ao Vivo.

Quando «Modern Primitive» foi editado, o “nosso” sempre atento Jorge Botas esteve à conversa com o guitarrista e compositor Christos Antoniou, que — entre outras coisas — nos falou sobre o processo de composição deste mais recente álbum. “Começámos a escrever material para o «Modern Primitive» logo em 2019, se não me engano“, recordou o músico. “Começou tudo muito devagar, e foi um processo lento. Desta vez, com a pandemia pelo meio, tivemos muito tempo para pensar, repensar e experimentar.

Como tem sido hábito nos últimos lançamentos dos SEPTICFLESH, o álbum de 2022 inclui muitas partes orquestrais e o músico explicou que, geralmente, quando escreve as canções já tem sempre a orquestra em mente. “Quando componho essas partes, entrego-as aos restantes elementos da banda que depois acrescentam as partes deles, sejam os riffs de guitarra ou outra coisa… Basicamente, a parte de metal!”, revelou Christos

Também acontece o Sotiris ou o meu irmão [NR: o baixista/vocalista Spiros “Seth” Antoniou] terem as suas canções preparadas e eu acabo por acrescentar ideias e partes orquestrais a essas músicas que já existem. É desta forma que trabalhamos desde o «Communion», com uma orquestra mesmo a sério, e funciona muito bem, por isso continuamos a fazer as coisas assim.

Ouvindo o músico ficamos a pensar que tudo é muito simples e escorreito neste processo, mas será que é assim tão fácil gerir um colectivo liderado por dois irmãos? “Eu e o meu irmão temos sempre ‘guerras de Tróia’! Nunca acabam“, confessa o guitarrista dos SEPTICFLESH entre risos. “No entanto, se não fossemos irmãos, a banda certamente já não existia… Já tinha acabado há anos, tenho a certeza.

No entanto, acaba por funcionar a nosso favor, porque a tensão traz bons resultados. Principalmente na parte das misturas, porque sou o gajo que quer que as orquestrações sejam mais proeminentes e o meu irmão, quer menos. Temos grandes lutas por causa disso. No entanto, isto só acontece entre nós, com os restantes elementos é tudo muito tranquilo. Não há problema nenhum, é muito fácil lidar com todos eles.

Os SEPTICFLESH surgiram em cena no início dos anos 90 com um som visceral e intransigente que tanto buscava inspiração nos corredores cavernosos do doom metal quanto nas paisagens geladas do black e do death metal mais obscuro. O estilo da banda evoluiu ao longo dos anos, assumindo alguns elementos do metal neoclássico e sinfónico, uma abordagem teatral e brutal que aperfeiçoaram nos anos 2000 em álbuns como «Sumerian Demons»«The Great Mass»«Codex Omega» ou no mais recente «Modern Primitive».

Recorde-se que, para o álbum de 2022, os SEPTICFLESH regressaram ao trabalho com alguns dos seus colaboradores mais familiares. O sueco Jens Bogren tratou da mistura, tal como tinha feito em «Codex Omega», e a Orquestra Filarmónica da Cidade de Praga voltou a cumprir com os seus deveres ao acrescentar grandes toques sinfónicos ao death metal da banda. Durante as gravações foram também utilizados coros completos, tanto de adultos como de crianças, além de uma “grande variedade de instrumentos étnicos“.

Os ingressos para esta passagem dupla da Modern Primitive European Tour, que conta também com a participação dos germânicos EQUILIBRIUM e das bandas de apoio OCEANS e SCAR OF THE SUN, estão disponíveis via Unkind.pt.