A pior coisa que se poderá dizer de uma banda será provavelmente as duas palavras “déjà vú”. No entanto, existem excepções, como por exemplo estarmos perante um álbum dos SABATON. O déjà vú faz parte. Aliás, não só faz parte, como é esperado. A temática sempre foi a mesma — guerra, conflitos históricos que marcaram o curso da nossa evolução como seres humanos — e se mudassem agora, provavelmente a banda perderia grande parte da sua identidade. Talvez os mais distraídos não esperassem que o décimo álbum da banda sueca fosse uma sequela do anterior «The Great War», e focasse novamente a primeira Grande Guerra. E tal como anteriormente, em vez de termos um fluir de história encadeado, como é mais comum num álbum conceptual, temos a reunião de vários episódios marcantes assim como também homenagens devidas — como a «Lady Of The Dark», que retrata a história de Milunka Savić, uma mulher soldado que foi para a guerra no lugar do irmão e que se tornou na mulher mais condecorada do conflito, ou mesmo da improvável trégua do Natal de 1914 na «Christmas Truce».
«War To End All Wars» é então aquilo que se espera de um álbum dos SABATON. O pegar na História, no seu melhor e no seu pior, e torná-lo mais épico, imortalizando assim os seus heróis (mais até do que os seus vilões) em temas épicos de power metal que mesmo não sendo original consegue sempre empolgar. Esta edição está disponível em diversas versões como é hábito, sendo que tivemos acesso à versão “normal” assim como à “versão história”, onde temos a narradora a dar mais detalhes sobre cada um dos temas (isto quando surge em ambas as versões, no primeiro tema «Sarajevo», que retrata também o inicio do conflito em 1914). Mesmo com déjà vú, o nível de interesse por parte dos fãs não deverá baixar já que estamos mais uma vez perante uma das maiores bandas de power metal da “nova” geração a lançar um álbum marcante e onde até se pode abrir o apetite para saber mais sobre os eventos históricos retratados. Quem diz que o heavy metal não tem qualquer utilidade? [8]