EDDIE VAN HALEN

RECORDAR EDDIE VAN HALEN, o guitarrista que mudou o mundo das seis cordas

Parece que foi ontem, mas já se passaram quatro anos desde a morte de EDDIE VAN HALEN, um dos músicos mais talentosos e influentes de todos os tempos.

Corria o ano de 1984 e os VAN HALEN faziam a sua única aparição no festival Monster Of Rock, em Castle Donington, no Reino Unido, à época o mais mediático evento de metal do mundo. Ao canto do palco estava Gary Moore. Um dos maiores guitarristas britânicos queria confirmar a qualidade do congénere norte-americano. Não só a confirmou rapidamente como, de tão impressionado, deixou escapar para a companhia um “É melhor do que pensava!.

Nascido a 26 de Janeiro de 1955, de ascendência holandesa e indonésia, junto com o seu irmão Alex Van Halen teve duas bandas; primeiro os VAN HALEN, que duraram de 1972 a 1985 e com quem conseguiram inúmeros sucessos, ao lado do baixista Mark Anthony e do vocalista David Lee Roth, tendo gravado seis discos. A segunda banda, também chamada VAN HALEN, durou uma década e teve como vocalista Sammy Hagar. Se com a primeira incarnação alargaram as fronteiras do metal norte-americano, com a segunda assaltaram os tops de vendas. Ainda hoje se discute qual é a melhor das duas versões.

Independentemente de acharmos que há uma ou duas incarnações dos VAN HALEN, a notícia da morte do guitarrista nunca poderia ser só mais uma entre os cada vez mais frequentes óbitos de músicos que nos acompanharam desde (quase) sempre. Por exemplo, Mark Stone, antigo baixista da banda californiana, faleceu há pouco tempo — infelizmente, poucos foram o que deram conta disso. No entanto, percebe-se perfeitamente a sucessão de homenagens feitas a Eddie nas 24 horas que se seguiram à sua morte.

Feitas as contas, o Eddie era bem mais que um músico “normal”, podendo figurar facilmente entre os dez melhores guitarristas de sempre, pois, tal como Hendrix ou Page, não se limitou a tocar guitarra, mas criou um estilo próprio, inventou guitarras, adaptou pick ups e definiu uma forma de tocar as seis cordas. Antes de Van Halen, toda a cena californiana era pobre. Após Van Halen, surgiu toda uma geração de guitarristas fortemente influenciados por ele, dando origem a um movimento que anos mais tarde cresceria como a glam scene de Los Angeles.

Eddie criou a técnica do tapping, inspirado num movimento de Jimmy Page. Foi também ele que teve a ideia de usar um berbequim adaptado para um tipo de slide guitar que só ele fazia. Mesmo as suas guitarras, eram originalmente criadas por si, permitindo ter um som muito próprio. O seu solo «Eruption», era regularmente votado como um dos melhores de sempre.

Em Portugal, para uma geração, teve ainda outro significado, pois este era o solo escolhido para marcar o início das emissões do Lança-Chamas, na Rádio Comercial dos anos 80. Curiosamente, a banda norte-americana apenas esteve presente uma vez em Portugal, abrindo para os BON JOVI.

Apesar de nunca ter sido um músico que colaborasse muito fora da sua banda, com quem gravou uma dúzia de discos entre 1978 e 2012, Eddie Van Halen ficou conhecido também por ter colaborado com Michael Jackson no álbum «Thriller», gravando o solo para «Beat It» — e, alegadamente, fazendo o arranjo do tema que conhececemos à revelia de Jackson. Lutando há vários anos contra uma doença oncológica, um cancro na garganta, foi essa a causa oficial de more, referida no comunicado da família.