RAGE AGAINST THE MACHINE

RAGE AGAINST THE MACHINE: Afinal, o que levou Zack De La Rocha a abandonar a banda em 2000?

“O nosso processo de tomada de decisões falhou completamente, e isso acabou mesmo por matar os nossos ideais artísticos e políticos”, explicou o cantor dos RAGE AGAINST THE MACHINE.

A edição de um álbum de versões raramente é bom presságio e o «Renegades», produzido enquanto proliferavam rumores da iminente separação dos RAGE AGAINST THE MACHINE, é um bom exemplo disso. Formada em 1991, a banda afirmou-se como uma das propostas mais revolucionárias dessa década, com o seu híbrido de rap e rock a destacar-se de tudo o que tinha sido feito nesse espectro até então.

A verdade é que, na recta final do Séc. XX, o quarteto composto por Zack De La Rocha, Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk fez magia numa garrafa ao encontrar a coesão no meio de um turbilhão de influências tão diversas que parecia impossível que pudessem funcionar juntas.

Entretanto, em 2000, o desgaste entre os membros dos RAGE AGAINST THE MACHINE já se começava a tornar notório, agravando-se quando, em Setembro de 2000, Tim invadiu o palco durante o discurso de agradecimento dos LIMP BIZKIT nos MTV Music Awards. Consta que Zack se sentiu tão incomodado com o comportamento do baixista que abandonou a cerimónia antes do fim, afirmando posteriormente que se tinha sentido “humilhado” com o comportamento do seu parceiro de grupo.

A 18 de Outubro do mesmo ano, o vocalista admitiu por fim: “Sinto que é necessário sair dos Rage Against The Machine, porque o nosso processo de tomada de decisões falhou completamente. Nada corresponde já às aspirações de nós os quatro colectivamente, como banda. Do meu ponto de vista, isso acabou mesmo por matar os nossos ideais artísticos e políticos.

Por seu lado, numa entrevista posterior, Tom Morello disse que os músicos tinham “uma visão politica e os concertos nunca sofreram com isso, mas simplesmente já não conseguíamos concordar uns com os outros, e isso tornava difícil gravar discos. Começámos a ter visões diferentes do que os Rage deviam ser, e sentimentos diferentes em relação ao que é estar na banda. E não conseguimos lidar com isso.

O guitarrista acabou mesmo por descrever a sua visão de como a banda deveria ser: “Devíamos gravar um disco novo a cada seis meses! Devíamos ser uns Led Zeppelin com consciência política, derrubar o governo e gravar o melhor disco já feito“. No entanto, segundo ele, Zack queria tirar dois anos da banda e retornar para um novo álbum apenas em 2003.

Como se sabe, inicialmente os três integrantes remanescentes dos RAGE AGAINST THE MACHINE, Tom, Tim e Brad, ainda ponderaram a ideia de continuarem sem ele, mas acabaram por criar os AUDIOSLAVE com Chris Cornell, na altura afastado dos SOUNDGARDEN. Já Zack, manteve-se bastante ocupado com o seu activismo político durante vários anos, formando os ONE DAY AS LION apenas em 2008.