Foi através do seu Facebook oficial, que os KNUT ainda mantêm activo – ainda mais nos últimos tempos, já que a Hummus Records tem estado a reeditar os álbuns do quinteto – apesar de terem cessado actividades e entrado em hiato em 2012, que a banda helvética confirmou as más notícias: o seu frontman Didier Séverin, a principal força motriz da banda juntamente com o guitarrista Roderic Mounir, faleceu esta quinta-feira, aos 51 anos de idade. Pouco mais se sabe sobre o desaparecimento do músico originário de Genebra para já. O lacónico mas sentido comunicado da banda refere apenas que estão de coração partido face às notícias horríveis, que estão gratos pelo tempo que passaram com aquele que descrevem como “único”, e pedem para o recordarmos e celebrarmos a sua visão, terminando com um comovente “we love you Didier“.
Parte de uma cena suíça – com epicentro em Genebra, precisamente – de música experimental e inovadora que muitas cabeças virou no final dos anos 90 e na primeira década deste século, ao lado de nomes como Impure Wilhelmina, Zatokrev, Vancouver, Rorcal, Kruger ou Nostromo, só para mencionar algumas, os Knut misturavam sludge, industrial, noise, electrónica, metal, jazz e muita improvisação, uma espécie de Godflesh mais descontrolados e amalucados, e fez todo o sentido que os últimos três álbuns da sua carreira, «Challenger, «Terraformer» e «Wonder» – os melhores, diga-se – tenham sido editados pela mítica Hydra Head de Aaron Turner. Andaram na estrada com outras bandas que habita(va)m “espaços mentais” semelhantes, e nos comentários a este triste post, já é possível ver as reacções comovidas de músicos de bandas como Converge, 16, Black Sun, Keelhaul, Spider Kitten ou Taint, entre muitas outras. De recordar ainda a sua única passagem por Portugal, no SWR – Barroselas Metalfest de 2008, onde deram um concerto notável no palco principal. Como mencionámos em cima, a Hummus Records tem estado a tratar da reedição do catálogo dos Knut, reedições essa que ganham agora, infelizmente, um peso emocional acrescido.
Didier era um entusiasta dos sintetizadores, com os quais “poluía” a música dos Knut tanto como com a sua voz desgarrada, e depois da entrada em hiato da que era a sua banda principal, vinha-se dedicando mais e mais a projectos em que manipulava o sintetizador modular, como os Llama/OLO, strom|morts ou I G N a N T. Aos Knut, à família e amigos de Didier, a LOUD! envia as mais sentidas condolências.