POWERWOLF

POWERWOLF + HAMMERFALL + WIND ROSE @ Velodrom, Berlim | 19-10.2024 [reportagem]

No Velodrom, em Berlim, POWERWOLF, HAMMERFALL e WIND ROSE não só provaram ser bandas de excepção, mas também artistas que sabem proporcionar um espectáculo inesquecível.

No passado dia 19 de Outubro, o Velodrom, em Berlim, foi palco de uma noite épica de metal, com os POWERWOLF, HAMMERFALL e WIND ROSE a deixarem o público completamente rendido. Com um alinhamento que juntou três pesos pesados do power metal actual, o concerto foi um sucesso absoluto do início ao último acorde. Coube aos WIND ROSE as honras de abrirem a noite e, com o seu auto designado ‘dwarf metal’, os músicos assinaram uma explosão de energia que não deixou ninguém indiferente.

Em apenas 35 minutos, os italianos conquistaram o público com a sua forte presença em palco e temas contagiantes, que incluíram o single viral «Diggy Diggy Hole», cantado em coro pelos fãs, e também outros temas bem poderosos, como são os casos de «Rock And Stone» ou «Drunken Dwarves», com Francesco Cavalieri, o carismático vocalista do grupo, a saber envolver o público nos procedimentos, perguntando com humor o que era melhor, se um, dois ou três anões, criando um ambiente leve e divertido na sala.

Quando os HAMMERFALL subiram a palco e deram início à sua prestação logo com «Avenge The Fallen», seguida da clássica «Heeding The Call», a euforia tomou conta do público de imediato. O vocalista Joacim Cans revelou-se um verdadeiro mestre de cerimónias e, antes de se atirarem com força total a «Let The Hammer Fall», perguntou quem estava a ver a banda ao vivo pela primeira vez. A resposta foi magnânima, com muitos braços levantados e gritos de entusiasmo.

Muito coesos, os suecos dominaram o palco sem terem sequer de fazer um grande esforço e, no geral, ofereceram um proverbial desfile de hinos. «Renegade», «Hammer High» ou «Last Man Standing» foram apenas alguns dos que rapidamente conquistaram o público. Antes de tocarem «We Make Sweden Rock», Joacim aproveitou para apresentar cada elemento da banda e, com cada tema a funcionar como um convite para o público cantar em uníssono, o Velodrom não tardou a transformar-se numa verdadeira fortaleza de fãs dos HAMMERFALL.

Cabeças de cartaz desta digressão, os POWERWOLF trouxeram ao Velodrom um espectáculo visual e sonoro de outro nível, transformando a sala numa catedral gótica de fogo e luz. Desde o início da actuação, Attila Dorn demonstrou porque é considerado de forma (quase) generalizada como um dos melhores frontman do metal actual – comunicador nato, não só entregou as suas linhas vocais potentes, como também cativou o público com o seu humor e presença imponente.

«Bless ‘Em With The Blade» foi um verdadeiro fartote de pirotecnia – quase como todos os temas, de resto. «Incense And Iron» trouxe um forte cheiro a incenso à arena e «Army Of The Night» brilhou com as suas melodias contagiantes. Ao lado de Attila, o teclista Falk Maria Schlegel dançou e incentivou os fãs antes de «Dance With The Dead», num momento bem animado e cheio de cumplicidade com a audiência; mas «Armata Strigoi», que é um daqueles temas que tem mesmo de ser experiênciado ao vivo e «1589», no qual o Falk acaba “queimado” numa fogueira, foram dois dos pontos mais altos da noite.

«Fire And Forgive», por seu lado, proporcionou mais um verdadeiro espectáculo de pirotecnia, com Attila a manusear um lança-chamas e a elevar os níveis de adrenalina na sala ao máximo. Depois, já durante «Alive Or Undead», a sala foi iluminada por centenas de telemóveis com as luzes ligadas, criando um ambiente quase mágico, enquanto a neve artificial caía sobre o palco, acrescentando um toque cinematográfico à actuação. Contando também com um ecrã em forma de meia-lua, que exibiu animações e vídeos ao longo do concerto, os POWERWOLF assinaram um espetáculo incomparável no que toca à dimensão visual, elevando cada tema a uma experiência sensorial .

Já a queimar os últimos cartuchos, «Blood For Blood» colocou a multidão a saltar em sintonia e «We Drink Your Blood» inspirou o público a bater palmas num ritmo reminiscente dos adeptos de futebol islandeses, uma tradição que a banda transformou num dos momentos mais icónicos dos seus concertos. Sempre em crescendo, o final da noite foi intenso, com Falk e Attila a motivarem o público a gritar cada vez mais alto, numa competição amigável que ressoou pelo Velodrom. A derradeira «Werewolves Of Armenia» encerrou o concerto com mais uma explosão de energia, acompanhada por rastilhos de pirotecnia que cruzaram o palco e foram até ao meio da arena, proporcionando um final arrebatador para uma noite inesquecível.