Em Julho passado, o mundo da música pesada foi surpreendido pelo anúncio de que o baterista Charlie Benante, dos ANTHRAX, e o guitarrista Zakk Wylde, dos BLACK LABEL SOCIETY e da banda a de OZZY OSBOURNE, se juntariam ao vocalista Phil Anselmo e ao baixista Rex Brown para fazerem uma digressão e concertos vários festivais importantes nos Estados Unidos e na Europa, além de alguns espectáculos em nome próprio sob a designação PANTERA. Segundo relatos da Billboard, o envolvimento de Wylde e Benante no projecto foi aprovado pelos responsáveis pelo espólio dos falecidos co-fundadores do grupo, Vinnie Paul Abbott e Dimebag Darrell, mas isso não impediu que, sobretudo nas redes sociais, muitos fãs tivessem manifestado o seu desagrado em relação a este retorno inesperado. Recentemente, Charlie e outros membros dos ANTHRAX discutiram o assunto durante um meet & greet com fãs antes de um concerto que deram no passado dia 12 de Agosto em Orlando, na Flórida. “O regresso dos Pantera não vai alterar nada do que estamos a fazer“, afirmou o guitarrista Scott Ian. Benante, por seu lado, garantiu que a banda vai fazer apenas alguns concertos seleccionados e esclareceu que não acredita que cheguem a fazer uma digressão completa. Mais à frente na conversa, um fã acabou mesmo por confrontar o baterista acerca do facto de que o retorno da banda texana tem sido alvo de duras críticas e Benante não se fez rogado, disparando uma mensagem bem clara para os ‘haters’: “É simples, não venham aos concertos“.
Zakk Wylde e Charlie Benante falaram pela primeira vez publicamente sobre a muito discutida a reunião dos PANTERA, que vai ter lugar no próximo ano, no ínicio deste mês. Em conversa com Eddie Trunk, da SiriusXM, o guitarrista e o baterista discutiram as suas expectativas para os espectáculos e o legado dos falecidos irmãos Dimebag Darrell e Vinnie Paul, revelando que as discussões iniciais relativamente a um possível regresso tiveram lugar antes ainda da morte de Vinnie, em 2018. “Vai ser espectacular“, começou por dizer Wylde. “Quando o Vinnie ainda estava connosco, estava sempre a pedir-me para honrar o Dime, dizia-me que, se eu aceitasse, se juntariam todos para fazer algo deste género. E eu disse sempre que sim, que quando o quisessem fazer, estaria sentado no banco de suplentes e disponível para entrar em campo. Bastava que me ligassem quando precisassem de mim e eu trataria de aprender tudo e íamos fazer isto“. Eventualmente, foi Phil Anselmo, o cantor dos PANTERA, que telefonou a Wylde, e a reunião começou a tomar forma com o baixista Rex Brown também a bordo. “Ao longo dos anos sempre houve rumores sobre o assunto, mas não foi até agora, obviamente, que as coisas começaram a rolar. Eu estava a falar ao telefone com Phil — ou talvez estivéssemos todos numa chamada em grupo, já não sei — mas ele perguntou-me se honraria o Dime e aceitava fazer isto. E eu disse: ‘Sim, Phil. Claro que sim. Eu sempre disse que sim. Se vocês quiserem fazê-lo, então vamos fazê-lo’”.
Durante a conversa, Wylde e Benante expressaram o seu desejo de manter as actuações tão fiéis quanto possível aos PANTERA. Verdade seja dita, resultado dos seus anos com a banda de Ozzy Osbourne, Zakk tem muita experiência em primeira mão com a aprendizagem das partes de outro guitarrista, e Benante, por seu lado, tornou-se um baterista exímio em covers durante toda a pandemia, o que prova a sua enorme afinidade para aprender canções que não são dos ANTHRAX. “Obviamente que tive de aprender as partes do [Randy] Rhoads e as partes do Jake [E. Lee], e quando tocávamos coisas dos [Black] Sabbath também tive de as aprender e sempre tentei manter-me o mais fiel possível aos originais“, explicou Wylde. “O Charlie vai ter de aprender todas as partes do Vinnie e a aproximação tem de ser como se estivéssemos numa banda de covers“. Benante, por seu lado, acrescentou: “Não posso fazer isto como o baterista dos Anthrax, porque seria um som completamente diferente. Portanto, vou fechar os olhos e vai soar como se fosse o Vinnie, basicamente. E é assim que vai ser… O meu som vai ser exactamente como o dele“. O baterista revelou ainda que Anselmo o abordou pela primeira vez em Dezembro passado, mas que inicialmente não o levou a sério. “Estava a falar com o Philip, e depois ele acabou por mencionar isto”, recordou Benante. “E eu disse-lhe: ‘Oh, sim, claro. Tanto faz”. E depois tornou-se real por volta de Janeiro ou Fevereiro deste ano”. Quando lhe perguntaram se sabia quando se realizaria o primeiro espectáculo da reunião, Benante respondeu negativamente.