Depois de alguns ajustes de última hora, e com os ENSIFERUM a morderem-lhes os calcanhares, os PAIN subiram ao palco do LAV – Lisboa Ao Vivo e levaram o público ao rubro com uma actuação demolidora.
Em noite de temporal na grande Lisboa, esta digressão encabeçada pelos suecos PAIN – que, na véspera, tinha passado pela cidade do Porto – correu um sério risco de não se efectivar em Lisboa. A intempérie que se abateu durante todo o dia sobre a capital causou, mais uma vez, danos no RCA Club: a água caiu forte fora da sala de Alvalade e, aparentemente, também dentro dela, impossibilitando a concretização desta data. Felizmente, a sempre atenta Notredame Productions arranjou uma alternativa de última hora e conseguir evitar o cancelamento do espectáculo.
Convenhamos, as bandas ficaram a ganhar (e os fãs também) com esta mudança, porque a Sala 2 do LAV – Lisboa Ao Vivo tem mais espaço e melhores condições para receber um espectáculo que incluía quatro bandas e muito material. Ainda antes dos PAIN, às 20:00 em ponto subiram ao palco os japoneses RYUJIN, que anteriormente eram conhecidos como GYZE.
Em alguns momentos, a banda de ‘samurai metal’ fez lembrar os saudosos Children Of Bodom e, durante os quase 30 minutos em que esteve em palco, mostrou que a sua música vive muito da mestria e do virtuosismo do guitarrista e vocalista Ryoji Shinomoto. Para além de alguns dos temas que lançaram como GYZE, ainda houve tempo para ouvir «Raijin & Fujin», do novo disco que vai sair no início de 2024.
Os suecos ELEINE, por seu lado, tinham disco novo para apresentar e conseguiram encaixar cinco temas de «We Shall Remain» no alinhamento. Foi, no entanto, ao som de «Enemies», do anterior «Dancing In Hell», que os músicos deram início às hostilidades em Lisboa. A banda liderada por Madeleine Liljestam foi sempre puxando pelo público e mostrando o melhor que sabe fazer com o seu forte híbrido de thrash e death metal com toques sinfónicos, mas acabaram por mostrar ser um pouco mais que “só” isso. Com uma excelente presença em palco e boas canções a acompanhar, são uma receita de sucesso e, verdade seja dita, não deixaram ninguém indiferente.
O regresso dos ENSIFERUM a Portugal era aguardado com muita antecipação e, pela reacção da plateia, quase pareciam ser os cabeças de cartaz da noite. Não será exagero dizer que os finlandeses mexeram, e de que maneira, com o público… Aliás, não foi preciso muito tempo para os primeiros corpos começarem a voar sob a barreira de segurança.
A actuação começou ao som de «Andromeda», um dos temas do LP mais recente do grupo, intitulado «Thalassic», e percebeu-se rapidamente que o público conhecia muito bem as letras. «Twilight Tavern» foi um momento absolutamente épico, assim como «One Man Army», que até teve direito a um circle pit. Já em «Lai Lai Hei», o baixista Sami Hinkka veio cumprimentar os fãs que estavam na barreira. A actuação fechou com «Two Of Spades», deixando no ar aquela sensação de um concerto que “soube a pouco”.
Com muito fumo na sala, como já é apanágio da banda sueca, os PAIN subiram a palco com o tema «Let Me Out» e percebeu logo que, apesar do som estar bastante alto, quem estivesse posicionado num dos cantos da sala, ia perder um pouco de definição e, sobretudo, as imagens que foram passando ao longo da actuação. «The Great Pretender» acabou por ser o primeiro momento alto do concerto da banda de Peter Tägtgren, logo seguido por «Call Me», que contou com a presença virtual de Joakin Brodén, dos conterrâneos Sabaton.
Em «Coming Home» tivemos um momento quase intimista e, quando os elementos dos PAIN já estavam todos sentados para a «Have A Drink On Me», os problemas na guitarra de Peter obrigaram Jonathan Olson a um improviso no baixo. Nem isso, no entanto, afectou o decorrer da actuação, até porque o público voltou a aquecer com «Same Old Song» e, logo a seguir, com uma demolidora versão da «Gimme Shelter» dos Rolling Stones.
Para o encore, os PAIN guardaram «Party In My Head», com o baixista e o guitarrista Sebastian Svalland a envergarem casacos e óculos felpudos a condizerem com a letra da música, e ainda «I’m Going In». No entanto, o derradeiro ponto final chegaria com a clássica «Shut Your Mouth», e o público a ir ao rubro.
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