A causa da morte de OZZY OSBOURNE foi finalmente confirmada. Eis o que sabemos sobre os seus últimos dias.
O mundo do rock e do metal continua em luto após a morte de Ozzy Osbourne, confirmada oficialmente agora como resultado de um ataque cardíaco fulminante. A causa de morte foi divulgada no certificado de óbito, recentemente obtido pelo The New York Times junto das autoridades britânicas. Segundo este documento, o vocalista dos BLACK SABBATH, que faleceu a 22 de Julho de 2025 aos 76 anos, foi vítima de um enfarte agudo do miocárdio, precipitado por um quadro clínico bastante complexo e que incluía doença arterial coronária e Parkinson com disfunção autonómica.
A certidão, submetida pela filha Aimée Osbourne, reconhece formalmente a profissão de Ozzy como “compositor, intérprete e lenda do rock”, uma designação que, embora breve, sintetiza a dimensão do legado deixado por uma das figuras mais influentes da história da música pesada. Verdade seja dita, infelizmente a morte do cantor não apanhou os fãs totalmente desprevenidos — o próprio cantor já havia admitido em entrevistas recentes que já não conseguia caminhar e enfrentava diariamente uma deterioração física severa — mas a confirmação do desfecho trágico mergulhou o universo da música num luto profundo.
No dia da sua morte, um helicóptero do serviço Thames Valley Air Ambulance foi enviado à sua residência em Chalfont St. Giles, Buckinghamshire, no Reino Unido. Segundo dados do Flightradar24, a aeronave dirigiu-se depois para o Harefield Hospital, em Uxbridge, onde permaneceu cerca de uma hora. Apesar das tentativas de estabilização no local, a paragem cardíaca ocorreu ainda antes de qualquer intervenção hospitalar ser possível.
A família Osbourne anunciou o óbito de Ozzy no próprio dia 22 de Julho, mas sem detalhar a causa. A confirmação oficial veio hoje, semanas depois, encerrando um ciclo de especulação em torno dos seus problemas de saúde, que se agravaram significativamente desde 2019, quando lhe foi diagnosticado um tipo raro de Parkinson. As sucessivas cirurgias à coluna, os episódios de dor crónica e a progressiva perda de mobilidade tornaram-se temas recorrentes nas últimas aparições públicas — muitas delas já apenas virtuais ou pré-gravadas.
A sua derradeira actuação, a 5 de Julho de 2025, teve um simbolismo particular. Intitulado Back To The Beginning, o concerto decorreu em Villa Park, Birmingham — a poucos minutos do bairro onde cresceu — e foi anunciado como a última oportunidade de ver Ozzy em palco. Nessa noite, partilhou o palco com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, num reencontro histórico com os elementos fundadores dos BLACK SABBATH.
Em dois sets distintos — um a solo e outro com a banda que o catapultou para a fama — Ozzy prestou homenagem às raízes do heavy metal. “Estive de cama durante seis anos. Obrigado, do fundo do coração”, disse, visivelmente emocionado, perante uma plateia que sabia estar a assistir ao fim de uma era.
Com os BLACK SABBATH, Ozzy Osbourne ajudou a moldar o som e a iconografia do heavy metal nos anos 70, com álbuns como «Black Sabbath», «Paranoid» e «Master of Reality». A sua voz única, bem carregada de angústia e teatralidade, aliada a um carisma magnético e a um gosto inicial pelo macabro, tornaram-no num símbolo incontornável do género. A solo, continuou a explorar os limites do metal e do hard rock, com sucessos como «Crazy Train», «Mr. Crowley» ou «No More Tears». A sua carreira foi pontuada por excessos, polémicas e reinvenções — tudo ao serviço de uma autenticidade rara e de uma ligação visceral ao público.
Já no Séc. XXI, Ozzy Osbourne reinventou-se enquanto figura mediática com o programa The Osbournes, exibido na MTV. A série, que retratava o quotidiano caótico da sua família, trouxe-lhe um novo tipo de notoriedade, permitindo-lhe conquistar uma audiência muito além dos círculos do metal. Também por isso, a sua morte provocou uma onda de homenagens à escala global, mas foi em Birmingham que a comoção se tornou mais visível.
No passado dia 30 de Julho, milhares de fãs alinharam-se nas ruas para assistiemr ao cortejo fúnebre que atravessou a cidade antes de uma cerimónia privada. Espontaneamente, surgiram altares e memoriais em locais como a Black Sabbath Bridge, cobertos de flores, velas, guitarras de brinquedo, fotografias e notas manuscritas. Para muitos, Ozzy era muito mais do que um músico. Era um símbolo de resistência, de vulnerabilidade exposta sem vergonha, de ligação pura com o público. A sua carreira foi marcada por quedas — físicas, emocionais e públicas — mas também por uma tenacidade em regressar, reinventar-se e continuar a criar.
A sua morte encerra um capítulo essencial da história do rock e do heavy metal, mas o impacto da sua arte — nas canções, nos palcos, nos corações de gerações — continuará a ecoar. “All aboard!”, dizia ele no início de «Crazy Train». Hoje, esse comboio segue viagem sem o seu condutor, mas não sem levar consigo a memória eterna de Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas.















