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OZZY OSBOURNE promete dar o máximo no concerto de despedida com os BLACK SABBATH

A honestidade brutal com que OZZY OSBOURNE descreve a sua actual situação é comovente — e serve também de aviso aos fãs.

Aos 75 anos, Ozzy Osbourne prepara-se para um dos momentos mais emocionantes da sua carreira: um derradeiro espectáculo ao lado do BLACK SABBATH, no estádio Villa Park, em Birmingham, no dia 5 de Julho. Marcado por um misto de nostalgia e superação, o concerto não será apenas uma celebração da banda que moldou os alicerces do heavy metal — será também um tributo à resiliência do vocalista que, mesmo debilitado por graves problemas de saúde, se recusa a abandonar o palco em silêncio.

Numa entrevista recente ao jornal britânico The Guardian, Ozzy não escondeu as limitações com que lida actualmente, fruto da doença de Parkinson e de diversas cirurgias a que foi submetido nos últimos anos. Ainda assim, fez questão de prometer entrega total no regresso à sua cidade natal: “Estarei lá e entregarei o meu melhor possível. É tudo que posso fazer.”

O concerto será parte de um mega evento, que conta ainda com actuações de bandas como METALLICA, GUNS N’ ROSES, SLAYER, ALICE IN CHAINS, TOOL e GOJIRA — numa celebração massiva da história do rock e do metal. Também estão previstas jams especiais com músicos de diferentes bandas, sob direcção artística de Tom Morello, guitarrista dos RAGE AGAINST THE MACHINE.

Apesar do entusiasmo gerado em torno do evento, Ozzy deixou claro que não se trata de um regresso em grande forma. “Cheguei a uma fase da vida em que acordo na manhã seguinte e descobro que há mais qualquer coisa que não está bem. Começo a achar que isso nunca vai acabar.” Segundo o próprio, a ideia do espectáculo partiu da sua esposa e empresária, Sharon Osbourne, como forma de o animar após um longo período de reclusão e recuperação.

Mas a realidade é dura. “Eu faço musculação, ando de bicicleta, tenho um tipo a morar na minha casa que está a trabalhar comigo. Mas, ainda assim, é difícil — fiquei de cama por tanto tempo. Estou quase sempre deitado de costas sem fazer nada e a primeira coisa que me falta é a força. É como começar tudo de novo.” Apesar da fragilidade física, a voz continua a ser prioridade: “Tenho um professor de canto que vem quatro dias por semana para manter a minha voz em forma. Tenho dificuldade a andar… Também tenho problemas de tensão arterial, devido aos coágulos nas pernas.”

A honestidade brutal com que Ozzy Osbourne descreve a sua actual situação chega a ser comovente — e serve também de aviso aos fãs. O espectáculo não vai acontecer nos moldes clássicos, com o Madman a correr de um lado para o outro do palco e a comandar multidões com a energia de outros tempos. “A verdade é que sempre me habituei a estar duas horas em palco, a pular e a correr. Desta vez, acho que não vou pular nem correr muito. Talvez fique sentado, até porque só vamos tocar algumas músicas.”

Mesmo que em formato reduzido, esta actuação marcará o reencontro entre Ozzy e os companheiros dos BLACK SABBATH no lugar onde tudo começou — e onde parece prestes a encerrar-se um ciclo histórico. Para muitos fãs, este não será apenas um concerto: será a última oportunidade de testemunhar ao vivo a presença do Príncipe das Trevas, um dos maiores ícones da história do rock. Portanto, o evento promete ser uma celebração digna da persistência, do legado e do amor à música que sempre definiu o cantor britânico — mesmo diante da adversidade.