OS MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS DE 2020

Num ano atípico, aterrador e cansativo, em que vimos tudo aquilo que tomávamos como seguro a desmoronar-se ou, na melhor das hipóteses, a alterar-se dramaticamente, no que diz respeito à nossa comunidade musical, os álbuns parecem ter voltado a tomar uma importância capital. Presos em casa, ou pelo menos com poucas razões para de lá sair dada a ausência de eventos onde possamos apoiar directamente os nossos artistas favoritos, demos uso ao gira-discos, à aparelhagem e ao computador como nunca e agarrámo-nos à música gravada como se a nossa vida dela dependesse. O que até nem é um exagero – uma boa parte da nossa sanidade e ânimo foi salva aqui, através da inspiração de artistas que, apesar das circunstâncias (ou por causa delas?), nos deu trabalhos de altíssimo nível.

Depois da votação de toda a redacção, a “família LOUD!”, apesar do ecletismo de que muito nos orgulhamos que viu 128 bandas estrangeiras e 66 portuguesas a serem mencionadas por todos os votantes, teve nos seus resultados finais mais unanimidade do que é habitual. Desde cedo na contagem dos votos os BAS ROTTEN fugiram aos seus “perseguidores” para não mais serem apanhados, e o restante do “campo de batalha” acabou por ficar bem definido também. Mérito a quem o merece, temos que mencionar os INHUMAN, IRONSWORD, ATTICK DEMONS, NOITE e EARTH DRIVE que ficaram a “um bocadinho assim” da lista final, mostrando que foi mesmo muita a boa música no mau ano de 2020. Haja algum consolo.

Contas feitas, foram estes os nossos eleitos para melhores álbuns de 2020. Esperamos que se divirtam, que isto das listas também não é para levar excessivamente a sério, e que possam ter descoberto algo que tenha tornado o vosso 2020 um bocadinho melhor. Que 2021 seja o ano da redenção.

10. «Mallevs Maleficarvm»
DOGMA

[Ethereal Sound Works]

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Com uma produção forte, «Mallevs Malleficarvm» está cheio de temas que se assumem como clássicos da banda e onde se sente nitidamente que passaram a estar a um nível superior.” [F.F.]

09. «The Fire Cult Beyond Eternity»
ONIRIK

[I, Voidhanger]

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Já é altura de se dar o crédito devido a Gonius Rex pela discografia brilhante que tem construído ao longo dos anos com os seus Onirik. Cru, mas complexo; furioso, mas subtil; caótico, mas melódico e profundo também.” [J.C.S.]

08. «Els Focs Negres»
ELS FOCS NEGRES

[Raf Child]

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“Uma banda portuguesa a cantar hinos de blasfémia em catalão, num heavy metal tão over the top que até causa vertigem? É tão surreal, que claro que o demónio-mestre Belathauzer havia de estar metido nisto até ao pescoço.” [J.C.S.]

07. «Ode»
OMITIR

[Loudriver]

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Uma brilhante e honesta fusão entre a crueza do black metal, a dureza do trabalho árduo de um povo esquecido, a beleza da música e da tradição popular e a melancolia de tempos árduos“. [R.A.]

06. «/II»
CANDURA

[The Tapeworm]

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O silêncio pode ser uma ferramenta fundamental na elaboração da mais desconcertante música.” [L.P.]

05. «Towards Belief»
NÉVOA

[Edição de autor]

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Com «Towards Belief» fica mesmo difícil de explicar o porquê desta banda não ser alvo de outro nível de reconhecimento e de culto a nível internacional.” [R.A.]

04. «Un Kuza Runhu»
SCÚRU FITCHÁDU

[Edição de autor]

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Quando os concertos voltarem, estarmos todos ao molho a suar uns para cima dos outros enquanto o Marcus faz chinfrineira e cospe palavras de revolta estará no topo das nossas prioridades.” [J.C.S.]

03. «Sob O Feitiço Do Necrobode»
NECROBODE

[Iron Bonehead]

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Invocando aquele espírito necro e obscurantista que caracterizava o “bestial” death/black metal dos 90s e apostando na brevidade, o trio não precisou de mais de meia-hora para provar o que vale.” [J.M.R.]

02. «Limbo»
GAEREA

[Season Of Mist]

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Tão poderoso musicalmente como conceptualmente, este segundo capítulo é outro ponto alto numa carreira que ainda tem muito para oferecer.” [F.F.]

01. «Surge»
BAS ROTTEN

[Ragingplanet]

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Dezassete temas em pouco mais de vinte minutos que não só demonstram uma maturidade assinalável nos campeonatos do grind, crossover, punk/hardcore e powerviolence, mas que transbordam raiva por todos os poros, não são repetitivos ou auto-indulgentes.” [L.P.]

Podes ler muito mais sobre os nossos discos favoritos de 2020 (e analisar a fundo os tops individuais de toda a nossa/vossa redacção) na LOUD! #238, disponível nas bancas de todo o país e aqui.