TARJAMARKO

Numa nova entrevista, e sem grandes surpresas, o guitarrista e timoneiro dos ARCH ENEMY rejeita rótulos, mas reafirma a sua ligação ao underground.

Durante estas últimas décadas, os ARCH ENEMY consolidaram-se como uma das grandes forças do metal escandinavo, tornando-se uma banda de renome internacional e atraindo multidões para grandes arenas. Apesar desse sucesso, Michael Amott, o guitarrista e líder do grupo, mantém os pés muito bem assentes na cena underground, recusando o rótulo de “comercial” e defendendo que a banda nunca comprometeu a sua sonoridade para agradar ao grande público.

Numa nova entrevista ao Blabbermouth, Amott refletiu sobre a posição da banda no cenário musical e a relação com os fãs: “Não me importo com a exposição comercial, mas não quero ser ‘comercial’. Fazemos a música de que gostamos e criámos uma base de fãs. Portanto, primeiro há uma zona cinzenta, depois uma zona branca, com as pessoas que sabem quem somos”, começou por dizer ele. Alguns vão aos concertos e têm apenas uma música na playlist para o ginásio, mas há todos os tipos de níveis de fãs e a forma como se envolvem com a banda é diferente.

Como é lógico, é sempre bom alcançar mais pessoas, mas eu cresci na cena underground do metal. É uma subcultura. Tenho muito carinho pelo underground. O facto de não ser música para todos é o motivo pelo qual as pessoas são atraídas por isso em primeiro lugar.” Ora bem , esta afirmação revela na perfeição a consciência de Amott sobre o equilíbrio entre popularidade e autenticidade artística. Embora os ARCH ENEMY tenham conquistado o estatuto de banda de arenas, o guitarrista explica que nunca alteraram o seu som para atingir o sucesso.

Aliás, o Sr. Amott é bem directo ao refutar a ideia de que a banda possa ser considerada death metal puro, contrariando a perceção de alguns fãs mais radicais: “Há muitas bandas mais extremas e eu adoro-as. No entanto, sinto-me muito confortável a tocar o estilo que fazemos. Nunca fomos puramente death metal. Já toquei em grupos desse género, mas os ARCH ENEMY não são, nem nunca foram, death metal. Somos um híbrido de diferentes influências.”

Fundados em Halmstad, na Suécia, corria o ano de 1995, os ARCH ENEMY surgiram como um dos nomes de destaque na cena melodeath, mas acabou por ganhar outra projecção (e popularidade) com a entrada de Angela Gossow como vocalista no início da década de 2000. A sua saída, em 2014, não comprometeu a trajectória ascendente do grupo, uma vez que Alissa White-Gluz assumiu o papel de frontwoman com uma presença igualmente marcante.

Agora, os ARCH ENEMY estão a preparar-se para lançar um novo álbum de estúdio, intitulado «Blood Dynasty», que tem data de edição agendada para o próximo dia 28 de Março. Este é o primeiro registo com o guitarrista Joey Concepcion, que entrou para o grupo em 2023 após a saída do norte-americano Jeff Loomis, dos recentemente regressados NEVERMORE.