Os suecos ORBIT CULTURE, que passaram por Lisboa no início do ano, apresentam uma canção sobre ganância e vícios, com um vídeo-clip filmado no deserto californiano.

Os suecos ORBIT CULTURE revelaram um novo single explosivo intitulado «Hydra», acompanhado de um vídeo-clip que presta homenagem ao universo cinematográfico de Dune. A faixa, descrita pelos músicos como “crua, direta e sem filtros”, é o terceiro avanço do aguardado LP «Death Above Life», que sucede aos já conhecidos temas «The Tales Of War» e ao tema-título.

Com um riffing marcado por ritmos abertos e pesados, «Hydra» transporta toda a intensidade que se tem tornado imagem de marca da banda liderada por Niklas Karlsson. O vocalista e guitarrista afirmou que a letra reflete o fim de uma amizade corroída pela duplicidade e pela traição, através da metáfora das cobras de duas cabeças que dão título ao tema: “They’re smelling brand new flesh / pierce their fangs in you” (“Estão a cheirar carne fresca / cravam-te os dentes”). O grupo explica ainda que a canção explora a ganância, o vício do jogo e o consumo de cocaína como símbolos de autodestruição.

Em comunicado conjunto, os ORBIT CULTURE destacam o peso emocional que serviu de catalisador para a criação de «Hydra»: “Liricamente, é uma faixa crua e sem filtros sobre cortar laços — directa, honesta e intransigente. O tema foi escrito durante um período de grande stress e frustração, e canalizar essa emoção para o papel foi um alívio necessário.” O vídeo-clip, filmado sem recurso a efeitos digitais, mostra a banda a interpretar a música nas vastas planícies desérticas da Califórnia, intercalando imagens de fogo, fissuras abertas no solo e a presença de uma figura esquelética de contornos ameaçadores.

Inspirados pela “atmosfera vasta e cinematográfica dos filmes Dune”, os músicos percorreram o deserto californiano em busca da localização ideal. “Não há ecrãs verdes, não há truques. O que se vê é real: apenas quatro suecos a suar no calor escaldante do deserto”, acrescentaram. Recorde-se que, no início de Junho, os ORBIT CULTURE já tinham revelado o single «Death Above Life», tema que dá nome ao seu próximo álbum de estúdio, já o quinto da carreira, e que marca uma viragem estética e conceptual no percurso do grupo liderado por Niklas Karlsson.

Após terem mostrado sinais de metamorfose com o tema «Tales Of War», revelado em Maio, os suecos mergulham num território mais denso e melancólico, onde os riffs mastodônticos se encontram com atmosferas cinematográficas e apontamentos doom. O single surgiu como a primeira amostra oficial de «Death Above Life», um disco que, segundo a própria banda, representa “um novo começo”. Num comunicado conjunto, os músicos explicam que a faixa-título é “mais sombria, mais pesada e mergulha num lado mais orientado para o horror de Orbit Culture”. Este novo rumo sonoro revela-se num groove seco e opressivo, marcado por passagens de tensão crescente e um interlúdio ambiencial que reforça a sensação de ameaça iminente.

A nível lírico, «Death Above Life» apresenta uma reflexão sobre a necessidade de ruptura com padrões tóxicos. “Trata-se de uma escolha”, explicam os membros da banda. “Quando nos vemos num caminho rodeado pelas pessoas erradas, por vezes sabemos que temos de cortar laços. Não se trata literalmente de escolher a morte, mas de nos afastarmos do que nos impede de avançar. ‘Death Above Life’ é sobre deixar para trás aquilo que já não serve, para abrir espaço ao que é autêntico.”

Como mencionado, o tema sucedeu a «The Tales Of War», single que marcou o início de uma nova fase na trajectória dos ORBIT CULTURE. A canção foi lançada no passado dia 26 de Maio, acompanhada de um clip bastante atmosférico, realizado pela Riivata Visuals, no qual os quatro músicos enfrentam uma tempestade literal — metáfora visual à altura da intensidade sonora que a faixa encerra.

Num comunicado, a banda disse: “A «The Tales Of War» marca o início de um novo capítulo para os ORBIT CULTURE. Enquanto outras músicas evoluíram e se transformaram durante o processo de composição, esta manteve-se exactamente como era desde o início. Capta tudo aquilo que define os ORBIT CULTURE — os elementos cinematográficos, a construção, os versos e o refrão. Desde o começo, soubemos que esta teria de ser a primeira canção a apresentar esta nova era.”

Os ORBIT CULTURE explicam ainda a decisão de incorporar directamente na música os elementos épicos que, até agora, costumavam reservar para as introduções dos concertos: “Em quase todos os concertos que demos, usámos longas introduções cinematográficas para criar ambiente — mas desta vez pensámos ‘por que não incluir essa sensação diretamente na música?’ Mesmo avançando e deixando partes do passado para trás, precisávamos de uma ponte para o futuro — e esta faixa tornou-se essa ponte.”

Estes singles surgem num momento de forte projecção para a banda oriunda de Eksjö, uma pequena localidade situada entre Gotemburgo e Estocolmo — dois polos históricos do metal sueco. A formação actual conta com Niklas Karlsson na voz e guitarra, Richard Hansson na guitarra, Fredrik Lennartsson no baixo e Christopher Wallerstedt na bateria. A sonoridade que os ORBIT CULTURE constroem destaca-se por um equilíbrio coeso entre o peso do death e thrash metal, as texturas do metal industrial e também um sentido melódico que lhes tem valido comparações a nomes como GOJIRA, METALLICA e STATIC-X — ainda que com uma identidade cada vez mais própria.

Após acompanharem os TRIVIUM e os BULLET FOR MY VALENTINE em digressão no início deste ano, com a rota a ter passado por Lisboa em Fevereiro, os ORBIT CULTURE preparam-se agora para uma temporada de festivais de Verão na Europa, incluindo datas seleccionadas ao lado dos conterrâneos IN FLAMES, consolidando o seu lugar entre os nomes mais promissores do metal moderno.

Os novos singles sucedem ao aclamado álbum de 2023, «Descent», e ao EP «The Forgotten», títulos que figuraram em diversas listas de melhores do ano, entre elas a da revista Metal Hammer, que descreveu o disco como “uma união formidável das vertentes mais eficazes e entusiasmantes do metal contemporâneo, transformada num marco impressionante.” Por tudo isso, «The Tales Of War» e «Death Above Life» soam como uma proverbial declaração de intenções. Se esta tempestade for sinal do que está por vir, os ORBIT CULTURE estão prontos para conquistar novos territórios com armamento sónico de última geração.