ORANGE AMPS, Uma História do Terror

É um dos conceitos mais em voga na última década da indústria da amplificação: a redução de tamanho e peso e consequente custo de um amplificador. A Orange iniciou a sua caminhada nesse conceito em 2007, basicamente inaugurando o mercado dos amps lunch box, com o aclamado Tiny Terror que, no seu primeiro ano de produção, vendeu qualquer coisa como 10 mil unidades – hoje em dia em casa de uns 30 mil músicos. Nas palavras do designer do Tiny Terror, Ade Emsley, ele queria um amp “que coubesse numa folha A4“. Então, foi apenas uma questão de comodidade? “Não, tinha de soar como as guitarras nos três primeiros álbums dos AC/DC e caber numa folha A4», diz Emsley. O Tiny Terror virou o mundo de pernas para o ar. A Guitarist Magazine diz mesmo que é o produto de guitarra mais importante dos últimos 30 anos. Rivaliza com muitos amps de potência elevada e múltiplos estágios de gain. Com um som mega vintage e mega badass e os controlos mais simples que podem haver: Volume, Gain e Tone. A alternância de potência faz sentido, os 15 watts podem ser considerados um perigo público e mesmo em 7 watts, ninguém está seguro. A sua singular secção de pré e estrutura de gain, permitem viajar entre o som limpo e um crunch bluesy até ao punk e ao rock clássico, usando apenas o botão de volume. O intuitivo circuito de tonalidade actua como um roll off das frequências mais estridentes, preservando ao mesmo tempo o carácter do instrumento, mesmo quando o amp é puxado aos seus limites. Um amp extraordinário, que a Orange deixou de produzir, mas ao qual deu vários descendentes.

Na ROMA INVERSA podes ler uma história detalhada dos modelos adicionais, das versões de baixo e das stompboxes, mas nós aqui vamos focar-nos apenas em dois exemplos ligados a músicos bem conhecidos no espectro LOUD!ável. Jim Root, dos SLIPKNOT, e Brent Hinds, dos MASTODON, têm os seus modelos de assinatura, que observamos em baixo.

MICRO TERROR & ASSINATURAS


Em 2012 atingiu-se um novo extremo com o Micro Terror. O mais pequeno modelo da série Terror possui uma única válvula 12AX7 de pré-amp com um output de 20 watts RMS solid-state. Alimentado por um transformador de 15 volts inclui input auxiliar para a interacção com fontes sonoras e tem saídas de coluna compatíveis a 4, 8 e 16 ohms. Contudo, em parceria com o Micro Terror foi lançada a coluna PPC108 – com altifalantes Orange de 8″. Pesa menos de um quilograma (!), montado num ultra resistente chassis de aço e dono de uma assombrosa profundidade sónica solid state. As coisas eram cada vez mais sérias e aqueles que ainda se mostravam reticentes para lá das capacidades de practice amp deste monstrinho, calaram-se em definitivo. Até porque estes amps ganharam apologetas de peso!

Também em 2021 chegou o Signature #4 Jim Root Terror Head, com a coluna correspondente. O JM Terror possui o Dirty Channel baseado na distorção que o músico extrai duma cabeça Rockerverb 100, aqui potenciado por 15 watts (ou permutado para 7 watts). FX Loop valvulado por uma 12AT7, uma saída de coluna em 16 ohm e duas em 8 ohm. Depois, em 2018, ano em que a Orange celebrou 50 anos de história, a marca apresentou duas novas unidades na Winter NAMM: o Rocker 15 Terror e o Brent Hinds Terror. O Rocker 15 Terror é capaz de um output de 15, 7, 1 ou 0.5 watts e, no fundo, é a versão “cabeço” do popular Rocker 15 Combo, com dois canais totalmente valvulados prontos para criar pesadelos de peso no quarto ou no palco. Já o modelo Brent Hinds Terror foi desenvolvido em colaboração com o guitarrista dos MASTODON e apresenta dois canais e uma nova estrutura de gain que lhe dá um carácter único na gama de amps Terror.