OPETH

OPETH: Novo LP, «The Last Will And Testament», para ouvir na íntegra [streaming]

Os OPETH regressam com o seu 14.º álbum de estúdio. «The Last Will & Testament é um testemunho da sua inclinação para a complexidade e para a originalidade, características que têm vindo a definir a carreira do grupo sueco.

Não é sabido se a banda sueca guardava segredo, mas a verdade é que, no início de Agosto, ficámos a saber que os OPETH preparavam o lançamento de um álbum conceptual ainda antes do ano chegar ao fim. Com a informação a ser avançada por vários retalhistas online, a banda liderada por Mikael Åkerfeldt apressou-se a oficializar o lançamento do novo LP, intitulado «The Last Will And Testament», que foi, por fim, disponibilizado hoje, dia 21 de Novembro, numa colaboração entre a Reigning Phoenix Music e o selo Moderbolaget, propriedade do timoneiro do grupo.

«The Last Will & Testament» é um álbum conceptual passado no período pós-Primeira Guerra Mundial, que conta a história de um patriarca rico e conservador, cujo testamento revela segredos familiares bem chocantes. A narrativa é tecida através das confissões do patriarca, das reacções dos seus filhos gémeos e da presença misteriosa de uma rapariga com poliomielite, de quem a família tomou conta ao longo dos anos. O álbum começa com a leitura do testamento do pai na sua mansão.

Fiquei intrigado com como os membros da família podem virar-se uns contra os outros. Vi uma entrevista com um tipo cuja família se tinha voltado contra ele, devido à herança, e escrevi uma canção sobre isso no último disco. A ideia permaneceu comigo, e depois surgiu a série de televisão ‘Succession’, a qual adorei… Portanto, isso estava também no fundo da minha mente. Parecia-me um tema interessante que podia ser moldado de diferentes maneiras.

De certa forma, o «The Last Will And Testament» é um álbum conceptual“, continua a explicar o principal compositor e timoneiro dos OPETH. “É uma jornada musical inquieta que espelha a minha própria relação com a música, sobretudo enquanto consumidor. Apanho algo aqui, descarto algo ali. Amo e odeio a música ao mesmo tempo. Esta ambivalência acaba por levar-me por um caminho criativo e, de repente, surge uma colecção de canções. No melhor dos cenários, essas canções são suficientemente boas para impressionar a banda, os poderes instituídos na indústria discográfica e os seguidores dos Opeth“.

Tenho de o dizer (escrevê-lo): adoro este disco“, continua o Sr. Åkerfeldt. “Talvez até esteja orgulhoso? Há aqui alguns ingredientes familiares, suponho. A maioria da nossa música provém da mesma fonte, por isso, não será um grande choque se soar como ‘nós’. No entanto, estou admirado com o que conseguimos fazer no «The Last Will And Testament»… Parece um sonho.

Espero que haja alguma coerência e habilidade de composição, mas o que sei eu? Tenho sempre tendência a favorecer o estranho em vez do óbvio, mas sinto que estou na minoria, e isso é aceitável. Portanto… Aviso prévio: não esperes uma descarga instantânea (como habitual), mas se a receberes (será que já recebeste?) imediatamente, também está tudo bem!“.

01. §1 | 02. §2 | 03. §3 | 04. §4 | 05. §5 | 06. §6 | 07. §7 | 08. A Story Never Told

Relativamente à criação do álbum, Åkerfeldt acrescenta: “Este é o primeiro disco com o Walt na bateria. Vê-lo e ouvi-lo gravar as suas partes foi algo do outro mundo… Os mais velhos (eu, o Mendez, o Fred e o Jocke) fizemos as nossas partes a seu tempo. Gosto de pensar que as fizemos bem e a concentração de álcool no nosso sangue era, na maior parte das vezes, bastante baixa, pois a luz vermelha estava acesa.

Além disso, fomos muito bem tratados nos Rockfield Studios e, verdade seja dita, adorámos aquele sítio! O Stefan Boman gravou e misturou tudo. O Miles Showell fez a masterização nos Abbey Road Studios e nós (eu e o Stefan) levámo-lo a comer um caril em Covent Garden. O Travis Smith fez um trabalho artístico estranho que pôs “roupa” na música. Em suma, esperamos ter reunido um bom bocado de informação para que possas mordiscar quando estiver a chover.

O 14.º álbum dos OPETH foi escrito por Åkerfeldt, com revisão lírica cortesia de Klara Rönnqvist Fors (ex-Crucified Barbara). O disco foi co-produzido por Åkerfeldt e Stefan Boman, com engenharia de Boman, Joe Jones e da banda, A misturas decorreram nos Atlantis e Hammerthorpe Studios, em Estocolmo. As cordas foram arranjadas por Åkerfeldt em parceria com Dave Stewart, sendo conduzidas por este último nos Angel Studios, em Londres.

«In Cauda Venenum», aquele que era, até hoje, o último álbum de estúdio dos OPETH foi lançado em 2019. Em 2011, oito anos antes, Mikael Akerfeldt, o líder do grupo, enviou um e-mail a Ian Anderson, dos Jethro Tull, convidando-o para participar no álbum «Heritage», lançado naquele ano. “Nunca recebi resposta“, revela o timoneiro dos suecos OPETH. “Curiosamente, quando fui a casa do Steven Wilson para misturar o disco, estávamos sentados no sofá e ele disse-me que tinha acabado de receber um e-mail do Ian Anderson. Eu fiquei todo entusiasmado, claro.

Porquê este apontamento? «The Last Will & Testament» conta finalmente com uma participação muito especial de Ian Anderson, não só com as notas de assinatura que voam nos temas «§4» e «§7», mas também com o seu contributo como narrador em «§1», «§2», «§4» e «§7». A juntar-se a Anderson, os OPETH contaram ainda com a ajuda de Joey Tempest, dos EUROPE, que deu apoio vocal a «§2», e a filha mais nova de Åkerfeldt, Mirjam Åkerfeldt, canta em «§1».

Recorde-se que os OPETH vão embarcar numa extensa digressão europeia em Fevereiro de 2025. Nesta rota, que tem início marcado para 9 de Fevereiro no Ice Hall, em Helsínquia, na Finlândia, os OPETH vão contar com os conterrâneos GRAND MAGUS como banda de suporte em todas as datas. A digressão termina a 23 de Fevereiro no Ancienne Belgique, em Bruxelas. Podes consultar o itinerário completo, que, infelizmente, não inclui qualquer data na Península Ibérica, aqui.