De forma tão subtil, discreta e impactante quanto a sua sonoridade, os portugueses Oak surpreenderam os melómanos mais atentos com «Lone», o monolítico disco de estreia editado em 2019, resultado da sintonia criativa gerada entre Guilherme Henriques, actual vocalista e guitarrista dos Gaerea, e Pedro Soares, baterista da mesma banda portuense até «Unsettling Whispers». Pegando em material que não cabia no projecto, digamos, “principal”, o mesmo foi canalizado para uma torrente de doom/death profundamente arrastado, exasperadamente melancólico e assombrosamente envolvente que ascende agora a uma dimensão superior com «Disintegrate», o que, considerando que «Lone» já havia sido um excelente disco, coloca a fasquia num patamar ao nível dos grandes e históricos nomes do género. «Disintegrate» apresenta-se como um corpo uniforme, dotado de uma solidez, de um requinte e de uma honestidade palpável a cada acorde, a cada riff, a cada mudança de ritmo, a cada lamento, a cada suspiro ou a cada grito cavernoso. São 45 minutos sem paragens, sem “canções”, sem mudança de faixa, mas que, não obstante, percorrem paisagens sonoras e mentais que tanto nos arrastam pelo doom mais envolvente e delicado, como nos atiram para um turbilhão de death metal furioso e lancinante. Citar bastiões do género como Novembers Doom, Evoken, Mourning Beloveth ou Shape Of Despair é não só apropriado enquanto referência para quem quer saber ao que vai, como justo enquanto termo comparativo no que ao nível qualitativo diz respeito. Grande disco, grande viagem. [8.5]