MY DYING BRIDE

MY DYING BRIDE: Após hiato, voltam aos palcos com um novo vocalista

Na sequência de um período de silêncio inquietante, os MY DYING BRIDE quebram o hiato com um anúncio surpreendente.

Hoje, sexta-feira, dia 6 de Dezembro, numa reviravolta totalmente inesperada, os britânicos MY DYING BRIDE anunciaram o regresso aos palcos para 2025, mas com uma grande novidade: Mikko Kotamäki, vocalista dos finlandeses SWALLOW THE SUN, vai ocupar o lugar de Aaron Stainthorpe e será o responsável pela voz nos próximos concertos da banda britânica. “Os My Dying Bride estão entusiasmados por anunciar o seu regresso aos palcos em 2025!“, pode ler-se num comunicado divulgado nas redes sociais da banda.

Depois de um breve hiato, vamos finalmente retomar os espectáculos com um convidado muito especial na voz: MIKKO KOTAMÄKI, dos SWALLOW THE SUN. Damos as calorosas boas-vindas ao Mikko, que se juntou graciosamente à formação ao vivo dos My Dying Bride, permitindo-nos trazer canções novas e clássicas de volta aos palcos.” Até ao momento, ainda não foi esclarecido se este ajuste de formação será definitivo ou apenas temporário, mas os MY DYING BRIDE confirmaram que o seu concerto de regresso terá lugar no Rockmaraton Festival, na Hungria, em Julho de 2025.

Poucas semanas após o lançamento do seu novo álbum de estúdio, «A Mortal Binding», os pioneiros MY DYING BRIDE anunciaram o cancelamento de todas as datas ao vivo anunciadas para 2024. Verdade seja dita, há muito tempo que os britânicos mantêm a sua actividade em palco reduzida ao mínimo, mas este mais recente percalço acabou por revelar um problema maior: os MY DYING BRIDE não têm uma agência de management adequada e, desta vez, essa carência surgiu num momento bastante inoportuno.

Intensificando ainda mais os rumores de que provavelmente nem tudo está bem no seio dos MY DYING BRIDE, o vocalista Aaron Stainthorpe apareceu repentinamente em cena com os HIGH PARASITE, o novo grupo idealizado por Tombs, técnico de guitarras dos PARADISE LOST, que conta também com o enorme talento de Gregor Mackintosh, que produziu a estreia «Forever We Burn». Não surpreendentemente, as vozes limpas e os grunhidos sempre sufocantes de Stainthorpe são um dos pontos altos do disco, que se revela um exercício satisfatório de composição cativante e imediata.

Durante mais de três décadas, os MY DYING BRIDE têm sido a voz dos desesperados, combinando sons assombrados com uma tristeza e melancolia esmagadoras. Com o seu som característico, moldaram de forma indelével a cena do doom metal como quase nenhum outro grupo e integraram tanto as melodias suaves de violino quanto os grunhidos violentos de death metal na sua música, mantendo sempre uma fidelidade estrita a si mesmos. Num momento em que ultrapassam o seu 33.º ano de existência, mostram que envelheceram com graciosidade, permanecendo tão vitais e angustiantes como sempre.

Talvez influenciado pela contínua descida cada vez mais evidente da nossa espécie à loucura, «A Mortal Binding», o mais recente longa-duração da banda, afirmou-se desde cedo como um dos lançamentos mais aguardados de 2024, mas, percebe-se agora, essa espera prolongada acabou por ser nada mais que uma preparação para um dos álbuns mais pesados dos MY DYING BRIDE em muito tempo.

O muito aguardado sucessor de «The Ghost Of Orion», de 2019, mostrou o quinteto sediado no Yorkshire a deleitar-se na ansiedade, perda e labuta com um efeito resplandecente. Da angústia muito crua patente em «Her Dominion» ao horror retorcido de «Thornwyck Hymn», passando pelos violinos fúnebres desse monólito de 11 minutos que é «The Apocalyptist»«A Mortal Binding» pode bem ser o ápice dos MY DYING BRIDE.