CAPUTO

MINA CAPUTO: “Estive no limbo durante os últimos seis, sete anos”

Numa entrevista incrivelmente sincera, CAPUTO denuncia os efeitos devastadores da terapia hormonal.

Em Novembro de 2024, MINA CAPUTO, também conhecida como KEITH CAPUTO, vocalista dos LIFE OF AGONY, partilhou publicamente a sua decisão de voltar a adoptar o nome masculino com o qual nasceu. Esta decisão representa uma reviravolta significativa na vida da artista, que, durante mais de uma década, foi uma figura emblemática na comunidade transgénero e, numa entrevista recente, Caputo detalhou os motivos por trás desta escolha, sublinhando o impacto físico, emocional e espiritual da sua jornada.

Nascido em Dezembro de 1973, Caputo começou a identificar-se como Mina em 2008, tendo assumido a sua transição publicamente em 2011. No entanto, em Novembro passado, revelou a intenção de voltar a viver como homem, afirmando que a sua disforia de género tinha sido “curada” e que já tinha iniciado o processo de “detransição“. Agora, numa conversa muito sincera com o podcaster Buck Angel, explicou as razões que a levaram a abandonar totalmente a terapia hormonal e a tomar decisões que considera mais alinhadas com o seu “eu autêntico“.

Durante a entrevista, Mina descreveu os desafios físicos e psicológicos que enfrentou ao longo de anos de terapia hormonal. “Após dezassete anos de terapia hormonal, comecei a sentir que estava a destruir-me“, confessou. “Deixei as hormonas em 2016 porque o meu corpo já não aguentava mais. Tinha dores de cabeça constantes, erupções cutâneas e uma perda total da libido, algo que sempre foi uma parte essencial de quem eu sou.

Estive no limbo durante os últimos seis, sete anos“, diz o cantor. “À medida que comecei a tornar-me cada vez mais o meu eu divino masculino, o corpo começou a mudar; os pelos faciais, o meu estado psicológico, o estado espiritual, intelectual, emocional… Mudou tudo e voltei a um eu muito mais lúcido, senti uma clareza que nunca tinha experimentado antes. Não tomei nenhum anti-depressivo durante esse processo. Não tomo drogas… Fumo erva e cogumelos ocasionalmente, mas não bebo álcool. E não tomo nenhum medicamento. Na verdade, a terapia hormonal prejudicou tanto a minha natureza que, eventualmente, percebi que passei anos a lutar contra os códigos da natureza.

Caputo refere ainda que a terapia hormonal acabou por intensificar ainda mais a ansiedade e depressão de que padecia. “Quando tomava os medicamentos, achava que estava a fazer algo positivo por mim, mas, na verdade, só estava a lutar contra os códigos da minha própria natureza e, dia após dia, as coisas só iam piorando“, explicou, reconhecendo que a sua experiência, “profundamente pessoal e marcada por decisões difíceis“, não representa a realidade de todos os que passam por uma transição de género.

Hoje sinto-me mais conectado com o meu eu masculino divino“, diz Caputo. “É claro que inda tenho uma energia feminina muito forte dentro de mim, mas agora sinto-me inteiro, equilibrado e em paz com quem sou“, explicou, partilhando também que já agendou uma cirurgia para remover os implantes mamários, um passo que considera essencial para completar este capítulo da sua vida. “A disforia que eu sentia ao olhar para o meu corpo agora está relacionada com os implantes. É um sinal claro de que é hora de seguir em frente“, disse.

Numa mensagem publicada no Instagram no dia 19 de Novembro de 2024, Mina declarou: “Sou um homem, sempre fui um homem”, confirmando que voltará a usar o nome Keith Caputo. No vídeo, que pode ser visto em baixo, Caputo revelou que deixou de tomar hormonas há seis ou sete anos e que planeia remover os seus implantes mamários em Janeiro de 2025.

Descrevendo a nova ligação à sua essência masculina como um percurso de cura e introspeção, a voz dos LIFE OF AGONY explica: “Vou viver amorosamente no meu divino eu masculino. Curei a minha disforia de género. Demorou muitos anos e muita caminhada através do fogo, mas superei os mal entendidos sobre a minha alma e o meu espírito.” O cantor atribuiu a sua transformação a anos e anos de intenso trabalho terapêutico, incluindo abordagens como terapia de traumas e medicina natural.

Contudo, admitiu que tem enfrentado críticas, especialmente relacionadas com a sua aparência. “Muitas pessoas dizem que estou feio, que pareço um homem, e tudo isso. E eu digo-lhes: ‘Meus queridos, sou um homem. Sempre fui.’ No entanto, as pessoas não estão habituados a ouvir pessoas autênticas a falar.” A mensagem reitera também a sua oposição à transição médica em crianças, referindo os efeitos colaterais significativos que enfrentou durante o período em que esteve a tomar hormonas: “Sou completamente contra a transição médica de crianças, especialmente cirurgias. E as hormonas são terríveis.”

Recorde-se que, recentemente, os BIOHAZARD e LIFE OF AGONY anunciaram uma digressão europeia conjunta que promete ser um verdadeiro marco para os fãs de metal e hardcore. Pela primeira vez em várias décadas, estas duas influentes bandas de Brooklyn, Nova Iorque, partilharão o palco numa tour internacional que começa a 25 de Fevereiro de 2025 em Nottingham, no Reino Unido, e passará por 10 países, terminando a 29 de Março em Amesterdão, nos Países Baixos.

Com 24 datas já anunciadas, este grande périplo pelo Velho Continente, que infelizmente não inclui uma paragem que seja na Península Ibérica, promete atrair milhares de fãs ansiosos para ver ao vivo dois dos maiores nomes da música pesada dos anos 90. Os BIOHAZARD, famosos pela sua fusão única de NYHC, metal e elementos de rap, estão a preparar-se para lançar um novo álbum em 2025, o primeiro em mais de uma década — este regresso à Europa será certamente uma oportunidade para os fãs ouvirem novos temas, mas também para reviverem clássicos como «Punishment» ou «Shades Of Grey».

Por outro lado, os LIFE OF AGONY, com a sua fusão de metal alternativo e hardcore, têm passado estes últimos anos a dar continuidade à sua jornada de sucesso desde o álbum de estreia «River Runs Red», lançado em 1993, que é amplamente considerado um clássico do género. A presença de Keith Caputo como vocalista, com a sua voz inconfundível e letras carregadas de emoção, promete, como já é hábito, “trazer uma dimensão especial a esta digressão“, lê-se em comunicado de imprensa.