Encabeçado pelos SODOM e FLESHGOD APOCALYPSE, o primeiro dia do Milagre Metaleiro Open Air contou ainda com a participação dos METALIUM e FREEDOM CALL, entre muitos outros.

Apesar de localizado numa zona ligeiramente diferente daquela em que se realizou no ano passado, em 2024 a localidade de Pindelo Dos Milagres voltou a receber mais uma edição do Milagre Metaleiro Open Air. O recinto é acolhedor, e as filas para comida e bebida mantiveram-se sempre em níveis toleráveis, o único senão continua mesmo a ser o pó no recinto, sendo que isso é algo que poderá ser melhorado nas próximas edições.

Os BLASPHEMIUM, banda de black metal espanhol, tiveram direitos a honras de abertura do primeiro dia de Milagre Metaleiro Open Air. Beneficiaram de um bom som logo no início de festival e, apesar do calor, até já havia algumas pessoas em frente do palco. Seguiram-se os britânicos REPULSIVE VISION, que incluem elementos dos Avenger e mostraram o seu death metal aos fãs portugueses. «Nepotism», «Social Chameleon» ou «Pit Of Putridity» foram temas que não faltaram neste concerto em Pindelo.

A fazer a sua estreia em Portugal, estavam os holandeses VANAHEIM que, com a sua abordagem ao folk metal, começaram a levantar poeira logo aos primeiros acordes. Apesar do som não estar muito bem definido no início, a banda assinou uma boa prestação e até conseguiu ter o público a cantar em «The Dwarven Chant».

No palco 2 do Milagre Metaleiro Open Air, os AVENGER, banda britânica formada por ex-elementos dos Blitzkrieg, trouxeram o seu heavy metal tradicional e começaram o dia ao som de «Race Against Time» e «Run For Your Life». Bom som e bela prestação desta banda, que ainda tocou «In Arcadia Go!», «Victims Of The Force». Já na recta final do concerto, o vocalista Ian Swift foi para junto do publico cantar durante o tema «Enforcer» e ainda agarrou num leque para se tentar refrescar. A terminar, ouviu-se a «Revenge Attack», com o vocalista a dizer que a banda já anda nestas andanças desde 1983 e que, naquele dia, o público “fez um velho muito feliz”.

Da Finlândia, chegaram então os BLOODRED HOURGLASS, que trouxeram ao Milagre Metaleiro Open Air um metal mais moderno e muita, muita energia! Começaram ao som de dois temas do mais recente disco de estúdio, «How’s The Heart?», com «Of Course I Still Love You» e «In Lieu Of Flowers». O som pode não ter agradado aos mais tradicionalistas, mas a banda deixou a sua marca e a verdade é que, no final, com «Where The Sinners Crawl», conseguiram por todo o público a saltar.

Formados em 1988, os germânicos AXXIS editaram o seu disco de estreia, «Kingdom Of The Night», em 1989, que se tornou o disco de estreia de uma banda de metal/hard rock mais vendido na Alemanha nesse ano. No Milagre Metaleiro Open Air, os músicos começaram a actuação ligeiramente atrasados devidos a problemas de som, mas a situação resolveu-se e começaram logo com «Little Look Back» e «Coming Home». No final do segundo tema, Bernhard Weiß sacou de uma cábula para tentar falar português e até se safou bem, sendo que, apesar do percalço inicial, os AXXIS estiveram em bom plano e terminaram com a clássica «Kingdom Of The Night».

Mesmo assim, os EQUILIBRIUM elevaram a fasquia da intensidade vivida no Milagre Metaleiro Open Air. A banda germânica, que conta agora com o novo vocalista Fabian Getto, tem incorporado sons bastante mais modernos e até industriais no seu metal sinfónico de inspiração folk/pagan e, ao vivo, essa fusão foi uma lufada de ar fresco, Durante quase uma hora de concerto, com o som, a espaços, a estar um pouco confuso sem que isso acabasse por prejudicar a actuação, não faltaram temas como «Born To Be Epic» e «Rise Again» do álbum «Armageddon», de 2016.

De regresso a Portugal, os FREEDOM CALL trouxeram a alegria do power metal ao Milagre Metaleiro Open Air, com a banda de Chris Bay a dar um excelente concerto e a mostrar-se em grande forma! Não faltaram no alinhamento temas como «Tears Of Babylon» ou «Mr. Evil», bem como dois temas do mais recente trabalho, «Supernova» e «Silver Romance». Para o final, os músicos guardaram uma viagem a «Eternity», com «Warriors» e «Land Of Light», e, pelo meio, ainda se ouviu «Metal Is For Everyone».

O power metal a dominar com os METALIUM, que, também de retorno ao nosso país, subiram ao palco logo a seguir. A banda de Henning Basse e Matthias Lange regressou aos discos recentemente após 15 anos de silêncio editorial e, a acompanhar a dupla de músicos germânicos, está o guitarrista português Bruno Nunes e dois músicos brasileiros já com um excelente currículo: Marcus Dotta, na bateria, e Fabio Carito, no baixo.

O grande foco da actuação acabou, no entanto, por ser a estreia «Millennium Metal: Chapter One», de onde foram retirados sete dos temas contidos no alinhamento, incluindo «Fight» logo a abrir, seguida por «Dream Of Doom» e «Break The Spell». Verdade seja dita, não se podia pedir melhor começo do que este e, pelo meio, ainda houve «Odin’s Spell» e, a terminar, «Free Forever» e «Never Surrender». Esta primeira noite da edição de 2024, encerrou com as actuações dos SODOM e ainda dos FLESHGOD APOCALYPSE, acerca das quais já escrevemos aqui e aqui.