Apesar do susto que a cidade de Dublin viveu uns dias antes, o regresso do MICHAEL SCHENKER GROUP à Irlanda proporcionou um espectáculo que os fãs irlandeses não vão esquecer tão depressa.
Originalmente agendado para a sexta-feira, dia 24 de Novembro, o concerto do MICHAEL SCHENKER GROUP foi adiado para Domingo devido aos distúrbios que aconteceram no dia 23 à noite no centro de Dublin e que levaram a que as salas de espectáculos se mantivessem fechadas por precaução. Felizmente, a banda tinha alguma margem de manobra e conseguiu voltar a Dublin para tocar na sala Opium Live ao invés da The Academy, que já estava ocupada no Domingo.
Importa lembrar que esta foi a mesma sala em que tivemos oportunidade de ver os SACRED REICH em Agosto e, nesta noite, estava quase “à pinha”, com perto de 700 pessoas prontas para assistir ao regresso do lendário Michael Schenker à Irlanda, depois de uma passagem por um festival no Verão.
As portas abriram pontualmente às 18:30 e, às 18:45, já os NIGHT DEMON estavam em palco com toda a sua energia e intensidade para apresentarem temas do seu mais recente LP, «Outsider». O baixista Jarvis Leatherby brincou logo no início ao dizer que o objectivo de começarem a tocar mal as portas abrissem era para ninguém poder assistir à actuação da banda, mas a verdade é que a sala já estava bem composta quando os norte-americanos subiram ao palco.
Além de três temas do mais recente disco, os músicos ainda tocaram uma versão de «The Sun Goes Down», dos Thin Lizzy, e finalizaram um concerto absolutamente demolidor com a habitual «Night Demon».
Às 19:45 em ponto, subiu ao palco Michael Schenker com a sua habitual Gibson Flying V branca e, com uma parede de Marshalls estrategicamente colocada atrás do músico, soaram os primeiros acordes de «Into The Arena». Como tem sido habitual, o guitarrista surgiu acompanhado pelo guitarrista/teclista Steve Mann, pelo baixista Barend Courbois, pelo baterista Bodo Schopf e, claro, pelo vocalista Robin McAuley.
Seguiu-se «Cry For The Nations» e a clássica «Doctor Doctor», dos UFO, que se afirmou como o primeiro grande momento da noite, com o público a fazer-se ouvir em alto e bom som. A mestria de Schenker nas seis cordas continua muito presente e aquele som tão distinto e reconhecível, que faz com que uma pessoa chegue a casa e fique com vontade de pegar na guitarra novamente, também permanece inalterado.
Depois de «Looking For Love», ouviu-se outro clássico dos UFO, desta vez «Lights Out», e um dos temas mais underrated de sempre de Michael Schenker: «Red Sky», do disco «Built To Destroy». Apesar dos seus 70 anos, a voz de McAuley soou quase divinal! Ao longo da noite não faltaram outros clássicos dos UFO, entre os quais se contaram «Shoot Shoot», «Natural Thing» ou «Rock Bottom» mesmo antes do encore, mas é sempre bom ouvir temas como «Attack Of The Mad Axeman», «Armed And Ready» ou «Let Sleeping Dogs Lie».
Para o final, ficaram guardadas mais duas pérolas dos UFO, «Too Hot To Handle» e «Only You Can Rock», e a noite, protagonizada por duas bandas compostas por músicos excepcionais e em topo de forma, acabou por revelar-se perfeita.