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METALLICA: Ao vivo em Madrid, na ‘European Summer Vacation Tour’ de 2008 [pro-shot vídeo]

Os METALLICA, metidos na máquina do tempo, de volta a 2008 e à reduzida série de espectáculos que anteceram a edição do «Death Magnetic», que celebra hoje o seu 15.º aniversário.

Enquanto hoje em dia os concertos dos METALLICA são captados em toda a sua glória HD para os fãs os reviverem sempre que desejarem, durante a pandemia a banda de São Francisco decidiu recuperar vários registos de concertos ao longo dos anos e, aproveitando mais um aniversário do «Death Magnetic», hoje recordamos um espectáculo que decorreu escassos meses antes da edição desse disco. Com o processo de gravação terminado, a banda decidiu passar “umas férias” na Europa, durante as quais fez uma série de espectáculos.

Estamos em Madrid em Maio de 2008, ainda no início das aventuras do «Death Magnetic», mas com um alinhamento único que esperamos que apreciem”, explicou o baterista Lars Ulrich no Instagram quando divulgaram o vídeo no seu canal do YouTube originalmente .

Esta é, de facto, uma setlist capaz de iluminar o dia aos fãs mais acérrimos dos músicos de São Francisco, que inclui uma sequência composta por «Creeping Death», «Fuel», «Ride The Lightning» e «Harvester Of Sorrow», assim como interpretações pouco comuns em tempos recentes de «Bleeding Me» e «Devil’s Dance», de «Load» e «Reload», respectivamente. Além disso há, como é óbvio, muitos êxitos para ouvir e ver; entre eles contam-se «Master Of Puppets», «Sad But True», «One», «Enter Sandman» e «Seek & Destroy», entre muitos outros.

Convenhamos, este vídeo apanha os METALLICA numa altura crucial da sua carreira. Antes da edição do «Death Magnetic», a 12 de Setembro de 2008, o grupo estava em fase de mudança. O objectivo do «The Black Album», de 1991, era criar heavy metal para as massas. A missão foi cumprida e acabou por torná-los uma das maiores bandas do planeta. No entanto, se até dado momento tinham sido músicos que não faziam nada de errado, durante a década seguinte transformaram-se na banda que, aos olhos dos fãs, só dava passos em falso.

Convenhamos, se destruir uma banda no auge fosse passatempo, Hetfield, Ulrich e companhia pintaram o proverbial alvo nas costas com o «Load», de 1996, e o «Reload», de 1997. Apesar de até contarem com um ou outro tema estelar, muitos fãs sentiram que aquele novo amor pelo southern rock e pelo eyeliner estava definitivamente a afastar-se demasiado das raízes do thrash do grupo. Um namoro surpresa com a Orquestra Sinfónica de São Francisco deu origem ao «S&M» dois anos depois, antes do baixista de longa data Jason Newsted sair inesperadamente em 2001.

Quando gravaram finalmente o «St. Anger», de 2003, os METALLICA estavam, literalmente, à beira de um ataque de nervos — e da ruptura. Embora esse álbum tenha contribuído de alguma forma para reconciliar os músicos com as suas raízes mais metaleiras, também soava como a banda-sonora para uma sessão de terapia de grupo e muitos fãs perguntaram-se se a banda não se teria perdido de uma vez por todas. As evidências estavam todas lá e, dúvidas restassem, basta dar uma vista de olhos ao documentário «Some Kind Of Monster».

Resignados ao facto de que, provavelmente, vão ser sempre vistos como uma nódoa no mainstream, os músicos, agora já com Robert Trujillo no baixo, recrutaram o produtor Rick Rubin para reacender o fogo criativo de outrora. O resultado foi um colosso, capaz de invocar o peso dos 80s e os arranjos intrincados do «…And Justice For All». Com apenas três das dez faixas com duração inferior a sete minutos, arriscava ser demasiado muito cedo, sobretudo após um período de tão turbulento na história do grupo.

Mesmo assim, os METALLICA conseguiram navegar habilmente por essas reviravoltas épicas com o vigor de uma banda que ainda tinha algo a oferecer e, com o «Death Magnetic», conseguiram piscar o olho a uma das suas eras clássica sem soarem como uma paródia de si mesmos; quaisquer semelhanças com o material anterior são mera consequência do DNA da banda.