«One» foi o primeiro vídeo-clip dos METALLICA e quebrou recordes na MTV, por isso todos os olhos estavam focados neles na cerimónia de entrega dos Grammys de 1989.
A seguir a «Master Of Puppets» sentia-se que os METALLICA eram um nome a entrar no mainstream norte-americano, usufruindo de uma popularidade que se aproximava da que tinham em terreno europeu. Por essa altura o disco chegou mesmo a aparecer em listas generalistas de melhores do ano e «…And Justice For All» tinha tudo para ser o grande disco do grupo.
«One» foi o primeiro vídeo-clip dos METALLICA e quebrou recordes na MTV, por isso todos os olhos estavam focados neles na cerimónia de entrega dos Grammys de 1989, onde, curiosamente, se inaugurava uma nova categoria: Best Hard Rock/Heavy Metal Recording.
Para quem tem na memória as pantominas com Lady Gaga, esta apresentação parecerá tão negra e sombria, quanto sóbria. À luz habitual destas cerimónias, os METALLICA respondiam com escuridão. Alguns acordes de guitarra a ecoarem entre explosões, servem de banda-sonora a umas silhuetas que se insinuam no palco, quase que fazendo esquecer estarem centenas de pessoas presentes na audiência. Segue-se uma actuação exemplar, dentro daquilo que os METALLICA já tinham habituado os seus fãs.
Um James Hetfield que percorre o palco e consegue ser introspectivo quando necessário, ou cantar com raiva quando o tema pede. Jason Newsted é o baixista trabalhador, quase sempre apagado, mas tão importante como os restantes, fazendo mesmo a despesa dos coros.
Kirk Hammet ensaia o seu solo, visivelmente nervoso porque é a maior audiência em directo que o grupo alguma vez teve até àquele momento. Depois há Lars Ulrich, aquela cara de estar a fazer o trabalho mais difícil ao mesmo tempo que se esforça para seguir os outros e não ficar (muito) fora de tempo.
Aos três minutos começa a progressão do tema e vem toda uma descarga de decibéis a que o público dos Grammys não estava habituado. A canção aqui reproduzida resulta numa versão mais curta, mas as crónicas referem que, após o final, a sala ficou em silêncio, com o público tentando perceber o que o tinha atingido.
Nessa mesma noite, ao contrário do esperado por todos, seriam os JETHRO TULL e não os METALLICA, a ganhar o prémio. Um momento que se revelou hilariante, com críticas a choverem de todos os lados. Curiosamente o quarteto viria a tornar-se uma referência habitual nesta cerimónia, sendo mesmo uma espécie de JETHRO TULL para os nomes mais novos que tentaram obter o prémio. Quanto à sobriedade, consumiram-na toda nesta performance.