metallica

METALLICA: O último concerto da ‘Damage Justice Tour’ [vídeo]

Os METALLICA, metidos na máquina do tempo, de volta a 1989 e à épica digressão do clássico «…And Justice For All», que celebra hoje o seu 35.º aniversário.

Enquanto hoje em dia os concertos dos METALLICA são captados em toda a sua glória HD para os fãs os reviverem sempre que desejarem, durante a pandemia a banda decidiu recuperar uma gravação de significativamente menos alta qualidade feita com… a camcorder do baterista Lars Ulrich.Desta vez, recordamos o dia em que tocámos no Irvine Meadows em Setembro de 89, naquele que foi o último espectáculo da digressão Damaged Justice nos Estados Unidos“, escreveu o baterista no Instagram, anunciando mais uma edição das #MetallicaMondays.

Ao contrário das semanas anteriores, desta vez optámos pelo estilo bootleg lo-fi… As imagens foram captadas pelo meu amigo Otto Weyer com a minha camera de vídeo Hi-8 (!!!) do lado do palco. Espero que isto lhes dê uma boa visão íntima do que estava a acontecer“.

É claro que as filmagens são consideravelmente mais difusas do que qualquer concerto filmado nos dias modernos, mas Lars está certo: o vídeo dá-nos uma visão bem íntima de um concerto na perpectiva da banda. Também ajuda que o alinhamento seja fantástico — com versões de «The Wait» dos KILLING JOKE, «Last Caress» dos MISFITS, «Breadfan» dos BUDGIE e «Am I Evil?» dos DIAMOND HEAD com os membros da banda a trocarem de instrumentos. Um momento que vale a pena recordar, portanto.

á exactamente 35 anos, a 6 de Setembro de 1988, os METALLICA lançaram o seu quarto álbum. Mesmo na altura, o «…And Justice For All» era muito mais que simplesmente mais um disco da banda liderada por James Hetfield e Lars Ulrich — era proverbial o som dos METALLICA a tentarem recuperar do rude golpe que tinha sido a morte do baixista Cliff Burton, vítima de um trágico acidente de viação ocorrido dois anos antes, na Suécia.

Sem perderem muito tempo, os METALLICA recrutaram um jovem Jason Newsted, que fazia parte dos Flotsam & Jetsam, gravaram o disco de versões «The $5,98 EP – Garage Days…Re-Revisited» e, pouco tempo depois, começaram a trabalhar no material que acabou por transformar-se no «…And Justice For All». O disco foi gravado nos estúdios One On One, em Los Angeles, entre os meses de Janeiro e Maio de 1988, com produção a cargo novamente a cargo de Flemming Rasmussen, com quem já tinham feito os seus dois álbuns anteriores, «Ride The Lightning» e «Master Of Puppets».

O resultado? 65 minutos de música complexa e desafiantes, e uns METALLICA mais rápidos e pesados do que nunca (tantos anos depois, a «Dyer’s Eve» continua a afirmar-se como um petardo verdadeiramente devastador), naquela que foi a sua última prestação em estúdio como uma banda de thrash metal. Ainda assim, o álbum inclui o enorme êxito «One», que deu origem ao primeiro vídeo-clip da história do grupo e acabou por colocá-lo no radar da MTV, expondo a sua música a uma audição muito mais vasta.

Feitas as contas, o «…And Justice For All» vendeu mais de 8 milhões de cópias só nos Estados Unidos e, em 2017, foi eleito o 21.º melhor álbum de metal de todos os tempos pela Rolling Stone. Figura na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall Of Fame e, no que toca às tabelas de vendas, trepou ao #1 na Finlândia. Na Alemanha ficou em #3; no Reino Unido em #4, na Suécia em #5 e, em Portugal, em #9. O resto, por esta altura, já é história: os METALLICA continuaram a crescer e, hoje, já não precisam de se colar a rótulos estanques para manterem o seu nome e o legado bem vivo.