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MASTODON: «Leviathan», um colosso de peso cerebral sem precedentes

Com o «Leviathan», que foi editado a 31 de Agosto de 2004, os MASTODON levaram os seus fãs numa arriscada aventura em alto mar — o resultado revelou-se inesquecível.

Durante as últimas duas décadas, os MASTODON transformaram-se num dos nomes mais reverenciados no mundo do metal, graças a uma discografia que abriga alguns álbuns incríveis. Com riffs demolidores, temas intrigantes e uma mentalidade progressiva sem igual, a banda de metal oriunda de Atlanta cativou continuamente as mentes e os ouvidos dos melómanos mais exigentes a cada novo lançamento.

Lançado em 31 de Agosto de 2004, quase vinte anos depois o «Leviathan» continua a ser um dos discos mais impactantes que os MASTODON alguma vez lançaram. Embora «Remission», o álbum de estreia do quarteto, tenha recebido também elogios rasgados por parte da crítica, foi com o «Leviathan» que mostraram realmente a sua grandeza num ataque de groove contundente que deu a conhecer pela primeira vez a criatividade progressiva do grupo formado por Troy Sanders, Brann Dailor, Bill Kelliher e Brent Hinds. O resultado é uma experiência épica de aventura tão apelativa que, em 2023, conserva exactamente o mesmo apelo do que quando foi lançada originalmente.

Numa das suas últimas passagens dos MASTODON por Portugal, o baixista e vocalista Troy Sanders fez-nos uma visita guiada pelo já bem extenso fundo de catálogo do grupo e conversou connosco sobre o incomparável «Leviathan», fornecendo-nos algumas informações preciosa sobre o processo criativo e os sentimentos da banda por trás do álbum. “O nosso primeiro disco tinha sido bem recebido e até teve um certo impacto na cena da música pesada, mas não me lembro de termos sentido pressão quando chegou a altura de fazer o segundo álbum”, começou por dizer o músico.

“Algo que tem sido uma constante ao loga da nossa carreira é tentarmos fazer melhor em todos os álbuns. Queremos ser melhores como seres humanos, como músicos, como compositores… Mas nunca sentimos pressão para superar o que fizemos antes, é algo que surge de forma natural. Na verdade, corremos um risco com o «Leviathan», ao pegar no ‘Moby Dick’ para criar o conceito. No mundo do heavy metal, só podiam acontecer duas coisas — correr muito bem ou correr muito mal.

Felizmente, correu muito bem e o risco resultou em frutos que colhemos durante os anos seguintes – depois de alguns anos a trabalharmos com a Relapse, assinámos o contracto com a Warner Bros. e, daí, surgiram as primeiras tours maiores. Fizemos suporte aos Slayer, Spliknot, Tool. Foi aí que demos o passo para outra esfera do mundo da música, da indústria. E podia ter corrido mesmo muito mal… O ‘Moby Dick’ é muito não-metálico; corremos um sério risco de ser escorraçados na cena logo ao segundo álbum”, conclui ele.