mastodon

MASTODON: «Blood Mountain», o decisivo terceiro álbum

Editado a 12 de Setembro de 2006, o «Blood Mountain», dos MASTODON, faz hoje 17 anos. Em baixo, recordamos o disco que marcou a estreia da banda de Atlanta numa multinacional na companhia do baixista e vocalista TROY SANDERS.

Feitas as contas, os MASTODON podem bem ser a mais importante banda de peso da sua geração – algo semelhante ao que os Metallica foram nos anos 80 e os Pantera nos 90s. Assim, de repente, a afirmação pode parecer ousada, mas a verdade é que nenhuma outra banda produziu uma discografia tão única, tão inovadora e tão consistente, atingindo níveis de sucesso comercial apenas nos seus próprios termos enquanto liderava a evolução do heavy metal ao invés de seguir as suas modas. Hoje, uma coisa é certa: se alguém se parece com o quarteto de Atlanta são os imitadores, porque, bem vistas as coisas, ninguém soava como eles antes de aparecerem.

Vai daí, durante as últimas duas décadas, os MASTODON acabaram por transformar-se num dos nomes mais reverenciados no mundo do metal, graças a uma discografia que abriga uma sequência de álbuns incríveis. Com riffs demolidores, temas intrigantes e uma mentalidade progressiva sem igual, a banda de metal oriunda de Atlanta cativou continuamente as mentes e os ouvidos dos melómanos mais exigentes a cada novo lançamento.

Lançado há quase vinte anos, «Blood Mountain», o marcante terceiro álbum dos MASTODON mostrou- nos os quatro músicos a escalarem um pico desconcertante – pelo caminho, encontraram lobos sedentos de sangue, colónias unificadas de pessoas em árvores e deuses do gelo – e, enquanto uma premissa tão Tolkienesca, poderia soar incrivelmente foleira nas mãos de uma banda menor, esta gente soube como enfrentar aos desafios temáticos e musicais com uma confiança inabalável. Resultado, tantos anos depois, o álbum de 2006 permanece tão fresco e entusiasmante como quando foi editado originalmente.

Numa das suas últimas passagens dos MASTODON por Portugal, o baixista e vocalista Troy Sanders fez-nos uma visita guiada pelo já bem extenso fundo de catálogo do grupo e, como não poderia deixar de ser, também conversou connosco sobre o incomparável «Blood Mountain», fornecendo-nos algumas informações preciosa sobre o processo criativo e os sentimentos da banda por trás do álbum. “A Warner Bros. deu-nos liberdade total, os tipos da editora disseram-nos que adoravam os nossos álbuns e que a única coisa que queriam era que continuássemos a fazer aquilo que tínhamos feito ali”, começou por dizer o músico.

Deram-nos 100% do controlo criativo, o papel deles seria apenas fazer chegar a nossa música ao maior número possível de pessoas. Fomos para a nossa sala de ensaios, sentámo-nos os quatro e trabalhámos na música, nas letras e nas melodias, como sempre fizemos. A editora adorou o resultado e, para mim, tem alguns dos nossos temas mais bad ass – a «Capillarian Crest» e a «Bladecatcher» são canções totalmente loucas. Por outro lado, o «Blood Mountain» também tem alguns dos nossos temas mais comerciais – a «Colony Of Birchmen», por exemplo, começou a ser tocada nas rádios em todo o lado, o que foi uma estreia para nós. Isso fez-nos ficar felizes, claro, mas não foi intencional.