Dan Cleary, um ex-assistente pessoal de MARILYN MANSON, alega que o roqueiro abusou e ameaçou matar a sua actual esposa, Lindsay Usich. A revelação surge semanas depois da ex-noiva de Manson, Evan Rachel Wood, a ex-namorada Esmé Bianco e várias outras mulheres terem acusado o cantor de abuso. Agora, Cleary, que inicialmente começou a trabalhar como técnico de teclados na equipa técnica do músico norte-americano, passou depois a trabalhar como seu assistente pessoal de 2014 a 2015. No mais recente episódio do podcast da Rare Form Radio (com transcrição cortesia do Huffington Post) Cleary diz que, durante esse período, viu Manson a abusar da sua “então namorada” e “agora esposa”.
“Assisti a alguns abusos físicos, coisas como empurrá-la e atirar-lhe objectos, assim como um monte de explosões violentas ao seu redor — ele partia tudo”, afirmou Dan Cleary. “Havia muito abuso mental, insultos e ameaças. Havia momentos em que o Manson lhe dizia que a ia matar, cortá-la e que, depois, eu iria enterrá-la no deserto — eu. Ele eventualmente saía da sala e eu dizia-lhe que ia ficar bem, que não ia fazer nada disso, que a ia levar para um hotel.” Cleary, que também trabalhou como técnico de guitarra para os JANE’S ADDICTION, revelou ainda que testemunhou a angústia de Evan Rachel Wood durante as digressões de MARILYN MANSON de 2007 a 2008. “O comportamento dela mudou”, disse. “A sua aparência física mudou. Ela ficou mais magra. Ficou… Toda a sua aura ficou mais escura.”
Estas alegações ecoam afirmações anteriores, que Dan Cleary fez em Setembro de 2020, meses antes de Wood tornar públicas as suas acusações de abuso contra Manson. Num tópico pouco visto no Twitter, o ex-assistente pessoal de Manson já tinha relatado o tratamento que o músico deu a Wood e Usich. Na publicação, datada de 12 de Setembro de 2020, que pode ser vista em baixo, Cleary escreve que “ela esteve em digressão connosco o tempo todo e, ao longo de cerca de um ano, ele transformou-a numa pessoa diferente. Ele ‘quebrou-a’. E eu só mais tarde é que percebi totalmente o que se estava a passar […] Todos no seu círculo imediato sabem o que se passa. Mas todos, incluindo eu, têm medo de dizer seja o que for por causa do ‘código’. Falar sobre os assuntos privados das pessoas não é aceitável. Aqueles de nós que ficaram calados fizeram-no porque estavam a ganhar a vida. E é difícil encontrar trabalho na música quando não conseguimos manter a boca fechada. Mas basta. Os fãs vão ficar furiosos e não vão acreditar porque não querem fazê-lo. Eu entendo isso. Sinto muito por eles. Mas esta é a verdade.”
Já na sequência das alegações, e ainda antes do cantor ter refutado veementemente as alegações, a sua actual editora, a Loma Vista Recordings, emitiu um comunicado em que anunciou o fim da sua relação profissional com o músico. “À luz das perturbadoras alegações de Evan Rachel Wood e de outras mulheres que apontam o Marilyn Manson como o seu agressor, a Loma Vista deixará de promover seu álbum mais recente com efeito imediato”, disse o selo norte-americano. “Devido a estes desenvolvimentos preocupantes, também decidimos não trabalhar com o Marilyn Manson em quaisquer projectos futuros.” Duas redes de televisão americanas também já cortaram os laços com Manson, com a AMC a anunciar que a próxima aparição do artista em “Creepshow” foi cancelada, enquanto a Starz já não vai transmitir a actuação do músico no próximo episódio de “American Gods”.