O verniz estalou a meio da semana passada, com o BARCELONA ROCK FEST a revelar estar a passar por dificuldades ao ultimar pormenores com os músicos nova-iorquinos e a lançar um comunicado em que referia “ser complexa” a situação com os MANOWAR. A organização do evento explicava estar há várias semanas a tentar assegurar o cumprimento de obrigações por ambas as partes e referia também a necessidade de assegurar tudo, de forma a não haver “pedidos de última hora”, reforçando que o grupo liderado por Joey DeMaio tinha feito exigências que estavam “a consumir muito do tempo” da organização. Do lado da banda, a resposta do dia seguinte não vinha simpática e lançava acusações à promotora. Referiam ter chegado a um “acordo com o promotor em 2020” e diziam que, caso este não existisse, a banda não teria autorizado o uso do seu nome nos cartazes. Segundo o mesmo comunicado, os MANOWAR queixavam-se de ser o promotor que estava “a tentar mudar unilateralmente as condições”. Depois das habituais mensagens de amor pelos fãs, a banda reforçava que era apenas o promotor do festival que estava a falhar com as obrigações e a tentar modificar “condições importantes, à última da hora”. Em rodapé, informavam ainda que têm acontecido “vários problemas com a organização deste ano”, acrescentando em tom de ameaça que esperam que esses problemas “não venham a ver a luz do dia”.
Ontem, Sábado, 26 de Junho, a organização do festival informou que, afinal, os MANOWAR já não vão actuar. “Lamentamos informar que, por razões alheias ao Barcelona Rock Fest, os MANOWAR não actuarão no festival”, é assim que começa o comunicado em que os promotores revelavam ter tentado “de todas as maneiras possíveis chegar a um entendimento razoável, mas infelizmente não foi possível”. De acordo com essa publicação nas redes sociais, os promotores não podiam aceitar “as exigências e imposições de última hora que alteravam o funcionamento normal do festival, mesmo nos dias 1 e 2 de Julho”. Quanto aos motivos do cancelamento, não podem ser revelados “por razões de confidencialidade”. Pouco tempo depois, a mesma organização anunciava os AVANTASIA como banda de substituição dos norte-americanos. Como não podia deixar de ser, os eternos guerreiros do trovão e aço, responderam também com um post nas suas redes sociais em que, obviamente, tornavam pública a sua versão do sucedido e erguiam um dedo acusatório a um evento que conta com bandas do calibre dos JUDAS PRIEST, ALICE COOPER, MARCYFUL FATE e BLIND GUARDIAN no cartaz.
Segundo DeMaio e companhia, “tudo é completamente falso” nas declarações dos responsáveis pelo evento, e a banda pretende tomar medidas legais contra os promotores. No entanto, ao contrário do referido antes, desta vez os músicos afirmam que as condições afinal foram acordadas em 2021 e que, quando “ainda estavam a tentar resolver o problema”, já o promotor estava a contratar os AVANTASIA. Curiosamente, os músicos dizem ter tido conhecimento dessa manobra em plena negociação, ao mesmo tempo que dizem só ter sabido que não tocavam no BARCELONA ROCK FEST ao mesmo tempo que os fãs. Com o comunicado surge um banner com as datas europeias, em que a data da Bulgária deixa de surgir, o que torna a actuação a 21 de Julho, no LAURUS NOBILIS MUSIC, em Portugal, a próxima e última data da incursão dos guerreiros de aço pela Europa em 2022. Quiçá cientes de que todas estas trocas e baldrocas podem levantar questões em relação ao concerto em Famalicão, os MANOWAR fizeram também uma publicação dedicada ao LAURUS NOBILIS MUSIC, em que asseguram que os problemas de Barcelona, em nada irão afectar a data portuguesa e até convidam os fãs espanhóis a estarem presentes por cá. A leitura dos comentários e comunicados, merece todo um balde de pipocas e será garantia de uma tarde de Domingo bem passada. Numa altura em que a banda começa a acumular tantos cancelamentos polémicos quanto DVDs ao vivo, alguém ainda se recorda quando gravaram o último álbum de estúdio? Diversos amigos gostavam de saber.