Após um disco que muitos consideraram interessante e promissor, os DOGMA “terminaram o seu percurso”, de acordo com Luís Possante, guitarrista do grupo. “Infelizmente a pandemia veio limitar muitos dos planos que tínhamos após o lançamento do segundo álbum”, refere o músico, falando de «Mallevs Maleficarvm», de 2020. “Fizemos o que foi possível dadas as circunstâncias, mas tudo tem o seu tempo e a partir do momento em que o Gonçalo nos disse que para ele os Dogma tinham cumprido os seus objectivos e não queria continuar, achámos que deveríamos pôr um ponto final nesse projecto”. Gonçalo Nascimento era o vocalista e um dos fundadores do projecto desde 1996. A transição acabou a revelar-se como uma transformação alquímica, atendendo às palavras do guitarrista. “Cada morte é um renascimento, de imediato começámos a planear o passo seguinte: um novo projecto com a Isabel como única vocalista”. Afinal, a continuação dos músicos envolvidos “fazia todo o sentido uma vez que a química continuava lá, bem como a vontade de continuar a fazer música e, mais que tudo, a necessidade de expandir os limites daquilo que conseguimos fazer musicalmente”.
Desta forma, a formação dos MALIGNEA contempla todos os antigos elementos dos DOGMA, “com a excepção do Gonçalo”. Isabel Cristina na voz, Luís Possante na guitarra, ambos ex-INSANIAE, João Pedro Ribeiro também na guitarra, actualmente nos MY ENCHANTMENT, Miguel Sampaio no baixo, e Luís Abreu na bateria, ex-GWYDION e, actualmente, nos BEYOND CARNAGE. Nota de rodapé, a curiosidade que já tinha sido o fim dos INSANIAE, que tinha ditado o começo dos DOGMA. “Começar um novo projecto é sempre uma oportunidade de fazer algo diferente e mais ousado que o anterior”, afirma o guitarrista, sem afastar a ligação estabelecida “no doom e no dark Metal”, mas também não deixando de referir que “pelo material que já compusemos até agora, são notórias as incursões pelo death, thrash e até pelo black metal”. “Tenho a certeza que só quando tivermos o álbum finalizado é que teremos a certeza do quadrante para onde a nossa bússola musical aponta”, afirma. O álbum é sempre a meta e músicos pensam ter todo o processo de ensaio e composição prontos para “entrar em estúdio dentro de uns dois ou três meses”. Depois, é aguardar “que nessa altura já haja condições para fazer concertos sem as limitações e constrangimentos que têm sido uma constante nestes últimos anos e que possamos, finalmente, matar as saudades dos palcos”. Para já, o que há é pouco, uma amostra curta, nas redes sociais, do que se faz neste novo projecto nacional. Entretanto, a 6 de Maio, a estreia do grupo em palco acontece no Side B, em Alenquer, com os BEYOND CARNAGE.