Como é do conhecimento geral, em 2019, os MACHINE HEAD fizeram uma série de tours e livestreams para celebrarem o 25º aniversário do álbum de estreia «Burn My Eyes». A formação para esses concertos juntava Robb Flynn, vocalista e guitarrista da banda, ao baixista Jared MacEachern, com o quarteto a ficar completo com Chris Kontos na bateria e Logan Mader na guitarra, dois dos músicos que gravaram originalmente o clássico de 1994. Na altura, a trabalhar num novo álbum, Flynn estava a montar simultaneamente um novo line-up com o guitarrista Wacław “Vogg” Kiełtyka e o baterista Matt Alston e, quando a pandemia colocou um ponto final prematuro nas celebrações do «Burn My Eyes», a dupla formada por Logan Mader e Chris Kontos acabou por seguir o seu caminho. No entanto, parece que o plano não era bem esse. Numa entrevista com a Rock Hard Grécia, que pode ser vista na íntegra aqui, Flynn revelou que tentou fazer um disco com Mader, Kontos e MacEachern, mas que a pandemia tornou impossível concretizar a ideia. Ainda assim, o músico explicou que o quarteto chegou a gravar alguns demos e que é exactamente por isso que Mader tem um crédito de escrita na nova canção «My Hands Are Empty».
“Tentámos fazer um disco os quatro, sim“, esclareceu o músico norte-americano. “Aliás, na realidade o Logan tem um crédito de composição na «My Hands Are Empty» . Isto porque enviei as demos a toda a gente. Peguei nas coisas que tinha no ponto em que estávamos e disse-lhes para adicionarem riffs ou padrões de bateria, basicamente mantive-me aberto às ideias deles. Infelizmente, o timing das coisas acabou por ser uma loucura… A pandemia rebentou mais ou menos nessa altura e toda a gente estava apenas a tentar despachar-se, ganhar dinheiro, viver e manter-se à tona da água. A certa altura, eu e o Logan tivemos uma conversa e ele disse-me que adorava fazer o disco, mas que precisava de encontrar uma forma de pagar a renda porque já tinha perdido muito dinheiro. Com a pandemia, muitas pessoas perderam os seus empregos. E, por tudo isso, infelizmente o nosso plano não se concretizou. Não quer dizer que não aconteça no futuro, mas desta vez não aconteceu.“
Como vos demos conta aqui, a passagem da colossal Vikings And Lionhearts Tour pelo Campo Pequeno, em Lisboa, no passado Domingo, dia 9 de Outubro, foi verdadeiramente incendiária, com os THE HALO EFFECT, AMON AMARTH e MACHINE HEAD a assinarem uma sequência de actuações irrepreensíveis. Durante a semana seguinte, os cabeças-de-cartaz da noite “desfizeram-se” em elogios às reacções dos headbangers portugueses e decidiram disponibilizar o registo do seu espectáculo para visualização na íntegra. Intitulado «Øf Kingdøm And Crøwn», o mais recente longa-duração de estúdio dos MACHINE HEAD, foi lançado no passado dia 26 de Agosto numa parceria entre a Nuclear Blast e a Imperium Recordings. O sucessor de «Catharsis», que dista já seis anos, inclui as três canções que foram apresentadas no single «Arrows In Words From The Sky» do ano passado: «Become The Firestorm», «Rotten» e o tema-título. O disco foi gravado nos Estúdios Sharkbite em Oakland, na Califórnia, com o engenheiro e produtor Zack Ohren.