Foi em 2010 que Ricardo Remédio (sintetizadores e samples), Luís Pestana (guitarras), João Vairinhos (bateria) e Renato Sousa (baixo e programação) editaram «Älma», o primeiro álbum dos LÖBO. Como nos recorda a ROMA INVERSA, a cena undergroud portuguesa foi tomada de assalto pela dimensão gargantuesca dos ambientes e pelo peso arrastado do disco. Cult Of Luna e John Carpenter? Quem nunca! No entanto, por cá era inaudito. Sucederam-se concertos e aclamação. Poucos meses depois chegou o single «Noïte» e, no submundo do peso nacional, não havia quem se atrevesse a duvidar do futuro brilhante que estava reservado para a banda. A verdade foi um pouco mais decepcionante. O projecto meio que ficou por aí. Em 2016, a Signal Rex reeditou «Älma» em cassete e vinil de 12”, num disco que se traduz numa pergunta bastante profunda: “Quanto é que a alma pesa?” A julgar pela sonoridade e densidade atmosférica, pesará uma tonelada. Um lugar de cruzamento melódico, uma parede de amplificação titânica e electrónica. Com pilares de distorção e ritmos compassados a permitirem a exploração da sintetização.
Mas, mesmo a reedição, serviu mais como uma plataforma para os membros dos LÖBO desenvolverem projectos paralelos que para uma reafirmação da banda, que se limitou, intencionalmente, a esporádicas apresentações ao vivo. Até agora, porque, sem grandes alaridos, os LÖBO estrearam «Torre de Silêncio», um novo single demolidor. A formação do colectivo foi reformulada, com Luís Pestana e Renato Sousa a saírem, substituídos por Pedro H. Barceló. Remédios e Vairinhos, por seu lado, desdobram-se em mais funções sónicas. O tema, um épico contemplativo de dez minutos, contra com a produção de Sérgio Almeida e foi gravado nos Black Sheep Studios. A mistura foi feita pelo Paulo Basílio nos estúdios BuzzRoom e a canção acabou masterizada por Barceló. O single, disponível no player em baixo, serve de avanço ao próximo LP da banda, «Matéria Negra», cujos detalhes oficiais serão anunciados em breve.
Foto do header: Daniela Jácome Lima